Vazamento de água radioativa foi registrado na usina de Angra 1 em 2022
Eletronuclear não teria comunicado os órgãos de fiscalização imediatamente e, por isso, foi autuada pelo ocorrido
A Eletronuclear, estatal responsável por gerir as usinas nucleares do País, não informou imediatamente à Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN) e ao Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) um vazamento de material radioativo que ocorreu na usina nuclear de Angra 1 na Baía de Itaorna, em Angra dos Reis (RJ), em setembro de 2022.
Segundo o Estadão, a estatal teria demorado 21 dias para informar os órgãos de fiscalização e, por esse motivo, foi autuada pelo lançamento no mar de água contaminada por radiação. A Eletronuclear informou que irá recorrer da multa.
Segundo alega a empresa, em 16 de setembro do ano passado, a usina Angra 1 fez a liberação não programada de um pequeno volume de água, que "continha substâncias de baixo teor de radioatividade".
"Como os valores da liberação se encontravam abaixo dos limites da legislação que caracterizam a ocorrência de um acidente, a empresa tratou o evento como incidente operacional e informou o assunto nos relatórios regulares previstos", afirmou a estatal ao jornal.
"Inicialmente, por conta própria e depois sob demanda do Ibama, a empresa intensificou a monitoração radiológica no local de despejo das águas fluviais sem encontrar nenhum resultado significativo", acrescentou a empresa.
Na semana passada, de acordo com informações do jornal, a Eletronuclear recebeu do Ministério do Meio Ambiente os relatórios de fiscalização e autos de infração referentes ao assunto. A empresa afirmou que não houve falta de transparência sobre o ocorrido, pois os comunicados sobre o assunto foram publicados em seu site na época. A Justiça avalia o caso.