Veja quem apoia quem nas eleições do Congresso
Infidelidade dentro de partidos e grupos pode ser decisiva nas disputas à Câmara e ao Senado
BRASÍLIA - Deputados e senadores vão eleger nesta segunda-feira, 1º, os novos presidentes das duas casas legislativas. Na Câmara dos Deputados, entre os parlamentares que declararam voto, Arthur Lira (PP-AL), candidato defendido pelo presidente Jair Bolsonaro, aparece em vantagem, segundo o placar Estadão, sobre Baleia Rossi (MDB-SP), que representa o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e parte da oposição.
No Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-RJ), candidato apoiado pelo Palácio do Planalto, lidera em votos declarados a disputa, também de acordo com o levantamento. Principal adversária, Simone Tebet (MDB-MS) também disputa o cargo, mas perdeu força na semana passada, depois que o seu próprio partido abandonou sua candidatura e passou a negociar apoio a Pacheco em troca de cargos.
Confira, abaixo, quem apoia quem nas eleições do Congresso, considerando apenas os principais candidatos nas duas Casas.
Câmara dos Deputados
1) Arthur Lira (Progressistas-AL)
Jair Bolsonaro
Governo usa estrutura e recursos para obter votos. Com o aumento da pressão por impeachment, passou a tratar Lira, investigado na Lava Jato, como um aliado.
Líder máximo do PTB, o ex-deputado tornou-se aliado do bolsonarismo e também se articula para dar votos do Centrão a Lira. Jefferson foi algoz dos petistas no escândalo do mensalão.
Presidente do PSD, promete apoio integral da bancada.
Ex-presidente da Câmara é próximo a Lira e, da prisão domiciliar, se articula a favor do aliado. Cassado por quebra de decoro e inelegível até 2026, foi condenado por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisa.
Além de PTB e PSD, Lira tem o apoio do bloco de partidos considerados fisiológicos que aderiu ao governo e conta, ainda, com legendas como PL, Republicanos, Avante e Patriota.
Presidente nacional do DEM permitiu que bancada baiana de cinco deputados da sigla que comanda sinalizasse apoio a Lira, fazendo ruído com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).
Ala do PSDB
Apesar do partido oficialmente declarar apoio a Baleia Rossi, alguns tucanos são governistas, pouco simpáticos ao governador tucano de São Paulo, João Doria, e apoiam o candidato de Bolsonaro. Os mais otimistas da campanha de Lira apostam na dissidência de até metade da bancada de 33 membros.
Bancada da Bala
O grupo tem como candidato o deputado Capitão Augusto (SP), presidente da frente parlamentar da segurança, mas ele reconhece que a maioria está com Lira. Por isso, deve abrir mão da disputa isolada.
Evangélicos e bolsonaristas
As bancadas mais conservadoras e mais alinhadas com Bolsonaro fazem campanha pró-Lira. Grupo abrange nomes como Carla Zambelli, Bia Kicis e Hélio Negão, do PSL.
Investidores
Desde o fim do ano passado o candidato do governo é cortejado por empresários que atuam no mercado financeiro.
Ruralistas
Dos 32 membros do núcleo duro da Frente Parlamentar da Agropecuária, aliados estimam 28 votos. O grupo recebeu Lira para um jantar na reta final da campanha.
2) Baleia Rossi (MDB-SP)
Rodrigo Maia
É o principal fiador da candidatura, abriu mão de apostar no correligionário Elmar Nascimento (BA) e comprou briga no partido para apoiar o emedebista.
Partidos de esquerda
Após Baleia concordar com compromissos apresentados, como o de não engavetar pedidos de impeachment, PT, PSB, PDT e PCdoB aderiram à candidatura do partido que foi responsável pelo impeachment de Dilma Rousseff.
O ex-presidente está em campo para dar votos da maioria dos deputados do PSDB.
Tem trabalhado pela união do MDB e emitido sinais ao governo de que Baleia é capaz de trabalhar pela governabilidade.
Governador de SP declara apoio e chegou a oferecer jantar a aliados.
Cotado como presidenciável, elogiou, em artigo na imprensa, a frente multipartidária em torno da candidatura de Baleia Rossi.
O deputado que preside a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) também é presidente do MDB no Rio Grande do Sul. A Frente não deve dar maioria dos votos a Baleia e ele desconversa. Diz que o grupo só atua junto em temas ligados ao agronegócio.
O deputado do MDB do Paraná assumirá o comando da FPA a partir de fevereiro. O apoio é baseado no vínculo partidário. O grupo é maioria pró-Lira.
Artistas
A disputa na Câmara mobiliza o setor artístico. Mesmo artistas identificados ou não com o PT se mobilizam contra Lira. Os integrantes do coletivo 342 Artes, de Paula Lavigne, têm enviado mensagens mensagens a deputados para pedir e cobrar voto a Baleia Rossi. No grupo estão Caetano Veloso, Fábio Porchat, Ingrid Guimarães, Marcelo Adnet. Letícia Sabatella, que sempre está em campanhas petistas, participa, assim como Patrícia Pillar, Alinne Moraes, Leandra Leal e Fernanda Paes Leme.
Influenciadores
Nas redes sociais, youtubers e militantes influentes defendem uma ofensiva para derrotar Arthur Lira e se jogam a favor de Baleia Rossi. É o caso de Felipe Neto.
No Senado
1) Rodrigo Pacheco (DEM-MG)
Jair Bolsonaro
O presidente declarou que o candidato é o preferido do governo.
Davi Alcolumbre (DEM-AP)
O presidente do Senado escolheu Pacheco como seu candidato à sucessão
PT
Apesar de ser o candidato do governo, PT manifesta apoio a Pacheco.
Parte do Muda Senado
Grupo que pede renovação nas práticas políticas têm posições variadas e uma parte vai com o candidato do atual presidente e do governo.
Rede
Partido com dois senadores críticos a Bolsonaro, Randolfe Rodrigues (AP) e Fabiano Contarato (ES), formalizou apoio ao candidato preferido do Planalto.
Arthur Lira
Líder do Centrão da Câmara é aliado de Pacheco no esforço para manter a oposição longe do controle das duas Casas. Baleia e Tebet fazem gestos ao centro da política,
MDB
Lideranças do partido no Senado alegaram que a não concretização de apoios a Simone Tebet torna a candidatura dela inviável. Caciques forçaram a senadora a se lançar de forma avulsa na disputa.
Investidores
O mercado financeiro trata o candidato como favorito e reage às opiniões dele, como, por exemplo, quando defendeu flexibilidade do teto de gastos para combater reflexos da pandemia.
2) Simone Tebet (MDB-MS)
Integrante da velha guarda do MDB, o ex-senador do Rio Grande do Sul, de 90 anos, destoa das vozes predominantes do partido no Senado e faz campanha para Simone Tebet.
Baleia Rossi
Candidato do partido à Câmara e presidente nacional do MDB trabalha para fazer o partido voltar a comandar as duas Casas.
Podemos
Partido liderado pelo senador Álvaro Dias (PR), tem a segunda maior bancada do Senado. Formalizou apoio, mas deixou os membros livres para escolher.
Cidadania
O partido tem três senadores e também oficializou o apoio.
Membros do Movimento Negro
No dia em que anunciou que manteria uma candidatura avulsa, Simone recebeu apoio de representantes do segmento.