Venezuela: agência utiliza apresentadores de IA para evitar perseguição
Organização Repórter Sem Fronteiras aponta que dez jornalistas já foram presos no país desde junho
"El Pana" e "La Chama," ou ""o amigo" e "a garota", na tradução de gírias locais, são os mais novos âncoras jornalísticos da Venezuela. Mais especificamente, da "Operação Retuíte", realizada pela organização Connectas, na Colômbia. E eles são produtos da inteligência artificial.
A iniciativa visa publicar notícias de diversos veículos de imprensa independentes, e proteger seus repórteres. De acordo com a organização Repórteres Sem Fronteiras, ao menos 10 jornalistas foram presos no país dsde junho. Oito seguem presos sob acusação de terrorismo.
Além disso, em agosto, a ONU realizou um inquérito independente e concluiu que a repressão do governo Nicolás Maduro deixou pelo menos 1.200 presos.
"Decidimos usar inteligência artificial para ser o 'rosto' da informação que estamos publicando", disse o diretor do projeto, Carlos Huertas, em entrevista à Reuters. "Usar inteligência artificial aqui é quase uma mistura entre tecnologia e jornalismo". O projeto pretende driblar a perseguição do governo, já que não haveria uma única pessoa para ser presa.
Oposição na Venezuela
Ao lado de grupos de defesa de direitos humanos, a oposição venezuelana relata a prisão de manifestantes e jornalistas. Na visão do grupo, se trata de uma estratégia para silenciar vozes dissidente sobre a eleição presidencial.
Maduro e o candidato da oposição, Edmundo González, afirmam ter vencido as eleições de 28 de julho. Entretanto, o atual presidente permaneceu no cargo, e o governo venezuelano não providenciou as atas eleitorais que serviriam de prova para os resultados. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela afirma que não publicou os arquivos porque sofreu um ataque digital.