Venezuela anuncia restabelecimento total do serviço elétrico
Governo Nicolás Maduro ordena retomada das atividades laborais, após uma semana sem eletricidade em quase todo o país. Caracas denuncia ataque a tanques petrolíferos e desloca militares às intalações elétricas.O ministro de Comunicação da Venezuela, Jorge Rodríguez, comunicou que o fornecimento de energia elétrica foi restabelecido por completo depois do apagão que chegou a afetar quase todo o país desde a quinta-feira passada. Além disso, o governo Nicolás Maduro anunciou a retomada das atividades profissionais que estavam suspensas desde sexta.
Em entrevista à emissora estatal VTV, o ministro indicou que, excepcionalmente, as atividades escolares continuarão suspensas por mais 24 horas, mas que as atividades de todo o setor público e privado serão retomadas, depois de terem ficado suspensas nos quatro dias úteis anteriores.
"No dia de hoje está completamente restituído, em 100%, o serviço de energia elétrica em nível nacional", disse Rodríguez, na quarta-feira (13/03), após reconhecer que restam algumas áreas com falhas relacionadas com "sabotagens locais", mas que já estavam sendo tratadas. "O presidente Maduro decidiu que as atividades laborais serão retomadas a partir da manhã de quinta-feira."
Segundo Rodríguez, o fornecimento de água, afetado pelo blecaute, foi restabelecido em 70% a 80%. O ministro também confirmou a reativação dos exercícios militares que vinham ocorrendo há semanas - desta vez, focados no monitoramento da infraestrutura elétrica e hídrica.
Estas manobras serão "dirigidas a um processo de proteção integral de todo o Sistema Elétrico Nacional (SEN) e do nosso sistema de águas", acrescentou o ministro, reiterando a versão governamental que acusa os Estados Unidos e a oposição local pelo blecaute de quinta-feira.
Os exercícios militares implicarão no desdobramento de toda a força militar venezuelana "ao redor das 114 estações de prestação de serviço de energia elétrica" do país "para empreender um processo estratégico de proteção" dessas instalações.
Maduro tem sustentado a teoria de que o apagão foi causado por "ataques cibernéticos e eletromagnéticos" dos Estados Unidos contra os sistemas da usina hidrelétrica de Guri, que gera praticamente 80% da energia elétrica da Venezuela.
"Para evitar que voltem a acontecer no futuro novos ataques de ação criminosa do terrorismo da extrema direita venezuelana e dos seus donos na administração do governo dos EUA", completou Rodríguez. O governo chavista afirmou ainda que pedirá ajuda da Rússia e do Irã para investigar as causas do apagão.
O ministro do Petróleo, Manuel Quevedo, denunciou uma nova suposta sabotagem - desta vez, nas instalações da estatal petrolífera PDVSA, no Cintiruão Petrolífero de Orinoco. No local, dois tanques de armazenamento de petróleo explodiram.
De acordo com a consultoria Ecoanalítica, as perdas causadas pelo apagão devem girar em torno dos 875 milhões de dólares.
"A indústria está paralisada e para recuperar o país devemos buscar o apoio multilateral e do setor do petróleo", disse o diretor da empresa, Asdrúbal Oliveros. "Há uma paralisia importante em muitas áreas críticas do setor petrolífero, ao ponto em que poderíamos perder 700 mil barris por dia."
PV/efe/afp
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