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Venezuela: Maduro classifica partido da oposição como 'terrorista'

O 'Vem Venezuela' é o partido de María Corina Machado, principal oponente de Maduro nas próximas eleições

27 mar 2024 - 16h48
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Nesta terça-feira (26), Nicolás Maduro, o atual presidente da Venezuela, deu uma declaração em transmissão para o canal de televisão estatal em que classificou o partido opositor como terrorista. O 'Vem Venezuela' é a sigla de María Corina Machado, a principal oponente de Maduro nas próximas eleições. No dia 28 de julho os venezuelanos elegerão o presidente e María é favorita nas pesquisas.

Maduro classifica partido da oposição como 'terrorista'
Maduro classifica partido da oposição como 'terrorista'
Foto: Agência Brasil / Perfil Brasil

A política foi impedida de concorrer, tendo sua inscrição vetada pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE). O conselho também vetou Corina Yoris, uma professora universitária que iria substituir a candidatura de Machado.

"Estão me perseguindo para tentar atentar contra minha vida, como foi demonstrado ontem com a captura dos indivíduos do movimento terrorista chamado Vem Venezuela. Será Vem Terrorista", afirmou Maduro durante discurso.

Na segunda-feira (25), Nicolás Maduro já havia dito que haviam tentado o matar. Segundo ele, dois homens armados planejavam assassiná-lo durante o evento da inscrição de sua candidatura, em Caracas. Ambos os suspeitos foram presos. Tarek William Saab, procurador-geral da Venezuela, revelou que os dois suspeitos eram apoiadores do partido de María Corina e que eles serão indiciados por tentativa de homicídio contra o presidente.

Repercussões do "terrorismo" do partido de María

Em nota, o partido Vem Venezuela negou as acusações e afirmou que elas não tinham evidência alguma. O texto disse que a ação era "claramente uma nova investida empreendida pelo regime para justificar mais perseguições e detenções contra aqueles que assumiram o direito de exigir as mudanças democráticas que a maioria dos cidadãos pede para o país".

Nos últimos dias, sete membros da equipe de María Corina foram presos e há mandados de prisão contra mais sete. Em janeiro, o Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela (TSJ) aprovou a proibição de candidatura da opositora pelos próximos 15 anos. Esta medida viola o Acordo de Barbados, que foi firmado no ano passado por representantes do governo de Maduro, da oposição e da Casa Branca, que contou com observação de outros países, como o Brasil.

Ainda na terça-feira, o governo da Argentina relatou que a embaixada do país, em Caracas, sofreu um corte no fornecimento de energia. No local, estão abrigados ao menos cinco opositores do presidente venezuelano, que tiveram ordem de prisão decretada.

O comunicado emitido pelo governo de Javier Millei, afirma que o corte aconteceu na segunda-feira, sem aviso prévio ou justificativa. "O governo da Venezuela contra qualquer ação deliberada que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático argentino e dos cidadãos venezuelanos sob proteção", diz a nota. O governo argentino não explicou se a energia voltou, e o o governo de Maduro não se pronunciou sobre o assunto.

Magallí Meda, Claudia Macero, Humberto Villalobos, Pedro Urruchurtu e Omar González são alguns dos dirigentes oposicionistas que estão abrigados na embaixada. Todos tem acusações de "ações violentas", "terrorismo" e "desestabilização" da Venezuela.

 * Sob supervisão de Lilian Coelho

Perfil Brasil
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