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Viagem aos EUA fez parte de plano golpista, aponta relatório da PF

22 nov 2024 - 22h51
(atualizado às 23h18)
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Um relatório da Polícia Federal (PF) foi entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF) apontando que a ida de Jair Bolsonaro aos Estados Unidos, pouco antes da posse de Luiz Inácio Lula da Silva, fazia parte de um suposto esquema golpista. Fontes da investigação revelaram que o documento, que possui 884 páginas, sugere que a estratégia era aguardar no exterior uma tentativa de tomada de poder, evitando um vínculo direto com as ações no Brasil.

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro
Foto: depositphotos.com / celsopupo / Perfil Brasil

No total, 37 pessoas foram indiciadas, incluindo o próprio Bolsonaro. O relatório se apoia, entre outros aspectos, na movimentação de recursos do Brasil para os Estados Unidos, possivelmente para evitar congelamentos judiciais em caso de reações do Judiciário brasileiro. A viagem de Bolsonaro ocorreu em 30 de dezembro de 2022, e os ataques às sedes dos Três Poderes foram registrados em 8 de janeiro de 2023.

Qual foi a resposta de Jair Bolsonaro às acusações da PF?

Jair Bolsonaro já negou a tese apresentada pela PF. Ele declarou desconhecimento e não consentimento com qualquer tentativa de golpe. Entretanto, o relatório sugere que ele foi líder da organização criminosa. Ainda em segredo de justiça, o documento detalha que Bolsonaro esteve presente em todos os núcleos da organização, cujo principal objetivo era mantê-lo no poder.

Após a divulgação do relatório, Bolsonaro utilizou suas redes sociais para expressar sua opinião. Ele criticou o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que "tem uma assessoria bastante criativa e faz tudo que não diz a lei". Bolsonaro também declarou que aguardará orientações de seu advogado sobre os próximos passos, destacando que o caso ainda passará pela Procuradoria-Geral da República, onde "começa a luta".

Indiciamentos anteriores e consequências legais

Este não é o primeiro indiciamento de Jair Bolsonaro pela PF. O ex-presidente tem enfrentado vários inquéritos que investigam suas ações durante seu mandato. Estes inquéritos abrangem uma variedade de acusações, desde manipulação de dados até ataques à democracia.

As investigações em curso viabilizam um processo extenso e complexo, pois envolvem múltiplas figuras políticas e empresariais. Além das questões jurídicas, tais eventos têm impactos significativos no cenário político nacional, podendo influenciar futuras eleições e a confiança pública nas instituições governamentais.

Qual o próximo passo para a Polícia Federal e o STF?

Com a entrega do relatório ao Supremo Tribunal Federal, a expectativa é que a Procuradoria-Geral da República avalie as evidências e decida sobre possíveis acusações formais. O STF terá um papel crucial ao revisar os documentos e potencialmente julgar o caso, dependendo dos encaminhamentos da PGR.

O embate judicial pode ser prolongado, à medida que a defesa de Bolsonaro procura contestar as acusações e apresentar suas justificativas. O processo jurídico que envolve várias esferas do poder oferece um desafio adicional para a resolução rápida e justa deste caso de alta complexidade.

Perfil Brasil
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