Vídeo de reunião do governo Bolsonaro não é a principal prova, afirmam fontes da PF
Agentes ligados à investigação também levam em consideração as mensagens trocadas entre integrantes da cúpula bolsonarista
Agentes da Polícia Federal (PF) ligados à investigação Tempus Veritatis afirmam que o vídeo da reunião gravada do governo de Jair Bolsonaro (PL) não é a principal prova que sustenta a acusação de golpe contra o grupo. A informação é da CNN.
No encontro, que ocorreu no dia 5 de julho de 2022, Bolsonaro aparentava estar preocupado com a possibilidade de perder as eleições presidenciais para o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ver esta publicação no Instagram
A PF avalia que as imagens ilustram que o governo queria insistir no discurso de fraude nas urnas, mesmo sabendo que era mentira, já programando uma "possibilidade futura de anular as eleições, por meio de um golpe de Estado".
No caso, a investigação do órgão apura um "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral". O núcleo atuava na "produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto à lisura das eleições presidenciais de 2022".
Quais as principais provas?
A princípio, as fontes da investigação consideram que a principal prova são as mensagens trocadas entre integrantes da cúpula bolsonarista.
As conversas evidenciam que houve um processo de manipulação da sociedade mediante a divulgação de informações falsas.
Além disso, há minutas golpistas apreendidas, materiais de computadores e celulares e a colaboração do ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
Para os agentes, as provas mostram um padrão de ação "de uso das redes sociais para propagar mentiras e manipular parte da população".
A PF pode prender Bolsonaro?
A Polícia Federal pode indiciar o ex-presidente por crimes contra o Estado Democrático de Direito, ou seja, abolição do Estado e atentado às instituições. Isso caso for comprovado que Bolsonaro exerceu alguma influência nos ataques às sedes dos Três Poderes e na minuta do golpe.
Dessa forma, dependendo da participação do réu, o atentado à soberania nacional prevê penas que chegam a 12 anos de prisão.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini