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Virada ODS quer mudar maneira como população olha para o futuro

Evento gratuito trará para a capital de SP atividades como palestras, hackathon e feiras gastronômicas

4 jul 2022 - 14h12
(atualizado em 5/7/2022 às 12h06)
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Para aproximar a população para os objetivos de desenvolvimento sustentável, a cidade de São Paulo será palco da Virada ODS entre os dias 8 e 10 de julho. Com palestras, feiras gastronômicas e de negócios, experiências sensoriais, apresentações artísticas, rodas de conversa e hackathon, a Prefeitura espera engajar cerca de 50 mil pessoas ao longo dos três dias. O evento também faz parte de um esforço de tornar a capital "farol da sustentabilidade" no Brasil e no mundo.

As oito macrorregiões da cidade terão atividades, que abrangem seis áreas do desenvolvimento sustentável: comunicação; inovação e tecnologia; desenvolvimento econômico; justiça; educação e cultura. Para isso, contará com convidados nacionais e internacionais, como o ex-presidente do México Felipe Calderón, o ex-secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Ban Ki-moon, o vencedor do Nobel da Paz Juan Manuel Santos, o médico Drauzio Varella, a escritora Nina Silva e a filósofa Djamila Ribeiro.

Lançada em 2015, durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, na ONU, a Agenda 2030 reúne os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Ambiciosos e interconectados, eles são "um apelo global à ação para acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade", conforme a ONU.

Durante a Virada ODS, visitantes terão experiências sensoriais no Festival Green Nation, no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera; atividades são gratuitas.
Durante a Virada ODS, visitantes terão experiências sensoriais no Festival Green Nation, no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera; atividades são gratuitas.
Foto: Festival Green Nation/Divulgação / Estadão

Em março, a Prefeitura apresentou um plano com 655 ações a serem realizadas para cumprir a agenda da ONU. As propostas foram criadas de forma transversal entre as secretarias e membros da sociedade civil, dialogando ainda com o Plano Diretor Estratégico e o Plano Plurianual (2022-2025).

Entre as metas, por exemplo, está a de reduzir o número de pessoas em situação de rua para 0,05% da soma de habitantes até 2030 - em 2019, conforme o plano, a taxa era de 0,19%, o que equivale a mais de 24,3 mil. Outra quer aumentar para 70% a taxa de participação dos modos coletivos de transporte em oito anos, que foi de 58% em 2019.

Quase metade (49%) dos brasileiros não sabe o que são os ODS, conforme uma pesquisa da organização sem fins lucrativos Rede Conhecimento Social, de 2017. Cerca de 38% já ouviram falar sobre, mas não têm conhecimento sobre. Apenas 1% declarou entendê-los com mais profundidade.

A concepção do evento faz frente a essa estimativa e à compreensão de que o cumprimento de metas tão ambiciosas só será possível com um esforço coletivo. "Temos que traduzir (as ODSs) para a população", diz a secretária municipal de Relações Internacionais, Marta Suplicy, ao Estadão. "Principalmente porque a maioria já tem alguma prática de ODS. A pessoa economiza água, fecha a torneira, combate o racismo, tenta diminuir a pobreza. Na hora que ela se apropria do que faz, pode se empoderar a fazer mais."

Marta Suplicy destaca ainda que é a primeira vez, em todo mundo, que um evento como esse é proposto. A secretária conta que, há dois meses, apresentou a proposta para a secretária-geral adjunta da ONU, Amina Mohammed. "Ela ficou maravilhada, porque disse que não tinha nenhuma cidade do mundo fazendo algo dessa grandiosidade."

O projeto, conta a coordenadora da Virada, Malu Molina, propõe um "virar de chave" na maneira como olhamos para nosso futuro e do planeta. "Se a gente não virar essa chave, talvez não tenha amanhã para mudarmos de ideia."

"Não vamos mais sobreviver da maneira que nós sobrevivemos. Vamos ter escassez de água e ar puro, vamos ter uma vida muito diferente. E não vai demorar tanto, porque estamos vendo que isso está vindo a galope. Estamos vendo incêndios, terremotos, enchentes, como nunca antes", completa Marta.

Experiência submarina do Festival Green Nation, que será realizado no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera.
Experiência submarina do Festival Green Nation, que será realizado no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera.
Foto: Fabio Lisi/Divulgação / Estadão

Programação e inscrições

O evento contará com atividades em dez polos. O principal será no Pavilhão da Bienal do Parque do Ibirapuera.

Ali, no primeiro piso, ocorrerá a abertura na sexta-feira, às 10h, e rodas de conversa com convidados sobre temas diversos, que vão de cidades do futuro e mudanças climáticas até combate ao racismo e igualdade de gênero.

O segundo piso terá a estrutura do Festival Green Nation. Por ali, os visitantes serão provocados por experiências sensoriais, que simulam a crise do meio ambiente e dilemas do nosso tempo. No terceiro, ocorrerá a Expo ODS, onde além das secretarias apresentarem ações em andamento, startups e empreendedores terão a oportunidade de exporem projetos a investidores.

No Hub Green Sampa, em Pinheiros, na zona oeste, ocorrerá um hackathon - espécie de gincana -, na qual os competidores serão desafiados a propor solução para um problema socioeconômico ou ambiental. 

As equipes vencedoras de cada desafio ganham R$10 mil. Os dois primeiros colocados do ambiental vão receber dez meses de aceleração no Programa Green Sampa, com oficinas, masterclasses e mentorias.

Também haverá atividades diversas nos Centros Educacionais Unificados (CEUs) Parelheiros, Butantã, Cidade Dutra, Heliópolis, Água Azul, Jardim Paulistano, São Rafael e Jacanã.

A programação, aos poucos, é disponibilizada no site oficial da Virada. É ali também que será possível fazer inscrição para palestras e agendar visitas a alguns pavilhões. Todas as atividades são gratuitas, porém, algumas têm limitação de público. Para quem não puder participar, haverá transmissões ao vivo.

Farol da sustentabilidade

Marta Suplicy destaca que a Virada tem também um objetivo de posicionar a cidade de São Paulo como "farol da sustentabilidade" para o Brasil e o mundo. "A gente estava tendo muita dificuldade em se inserir internacionalmente por causa do negacionismo do presidente brasileiro", afirma. "Temos que nos diferenciar, mostrar que a cidade de São Paulo não é negacionista."

Nesse sentido, além da educação para o desenvolvimento sustentável, a Virada tem um apelo econômico. "O financiamento do mundo, no século 21, é obrigatoriamente ODS", frisa.

Estadão
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