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Voluntariado ganha força na pandemia mesmo com pouca cultura de doações no país

Brasil ocupa baixas posições em índice de caridade, ainda assim, alta no quadro de associados para trabalho voluntário foi registrada em entidades como, por exemplo, a Rotary Santo André Norte

10 jun 2021 - 15h24
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No Brasil, a cultura da doação não é tão consolidada quanto em outros países. Um índice montado pela CAF (Charities Aid Foundation, ou Fundação de Ajuda para Caridades) comparou as doações feitas em 126 países, usando como critérios três tipos de ação: ajuda a estranhos, doação de dinheiro e tempo de voluntariado. Foram usados dados de 2010 a 2019.  Neste levantamento, o Brasil ficou em 74° lugar no índice final, que engloba todos os critérios.

Foto: Divulgação/RCSN / DINO

Ao separar as três frentes, o país ocupou a 63ª posição em ajuda a estranhos, 67ª em doação de dinheiro, e 84ª em tempo de voluntariado. Com isso, constata-se que o Brasil integrou a metade mais baixa do índice em todos os critérios considerados pela organização.

No cenário atual, com o avanço da pandemia de Coronavírus, esta tendência à baixa nas ações filantrópicas poderia ser dada como certa. Entretanto, há exemplos de instituições que incluíram no enfrentamento da crise mais do que estratégias que beneficiassem seus negócios. O comprometimento com o social também rendeu ações de impacto social.

Para doar é preciso ação

O Nubank, a partir de um levantamento feito com usuários de seu cartão de crédito, registrou, em 2020, aumento de 295% no número de pessoas que fizeram doações ou alguma outra forma de filantropia na comparação com o ano anterior. Estas doações foram feitas pelo app do banco - que lista instituições de caridade aptas a receberem ajuda.

Há também os projetos realizados pelo Rotary Club Santo André Norte, que registrou crescimento de 43% no número de associados e bateu recordes em ações sociais. Durante a gestão 2020/2021, iniciada em junho de 2020, em plena crise sanitária do coronavírus, o clube realizou diversas doações de alimentos. Em uma delas, ao longo de abril deste ano, a "Ação Contra a Fome nas Comunidades" arrecadou 5 toneladas de mantimentos para famílias carentes do Jardim Elba, na zona leste de São Paulo, e do "Criança Cidadã", projeto social do Grande ABC mantido pela instituição. Segundo a CUFA (Central Única das Favelas), foi a maior doação de alimentos que a comunidade recebeu durante a pandemia.

"Outra grande ação social ocorreu no segundo semestre de 2020, quando arrecadamos 2,5 toneladas de alimentos por meio das lives do cantor Frank Aguiar. Isso possibilitou, mesmo com aulas suspensas, manter entrega de cestas básicas para as famílias beneficiadas pelo programa Criança Cidadã, que oferece gratuitamente atendimento educacional complementar para crianças carentes", completa o presidente do Rotary Santo André Norte, Eduardo Barros de Moura. 

Doando oportunidades

Além do auxílio quanto à alimentação, o Rotary Santo André Norte também colaborou para a geração de emprego. O projeto social "Camp Piero Pollone", mantido pelo clube, chegou a 500 jovens aprendizes empregados - o maior número desde o início da instituição, há 44 anos. Por meio deste projeto, os adolescentes de baixa renda recebem, gratuitamente, preparação técnica e encaminhamento para ingressar no mercado de trabalho.

Tais resultados não seriam possíveis se o número de associados se mantivesse baixo durante a pandemia. O esforço do clube também esteve na estratégia de aproximar e dar oportunidade a pessoas interessadas pelo voluntariado. "Fizemos um grande trabalho no desenvolvimento do quadro associativo, no sentido de ter a sensibilidade para detectar pessoas que tinham anseio de ajudar os menos favorecidos de alguma forma", explica Marco Precinoti, secretário do Rotary Club Santo André Norte.

Ele também coloca que a abordagem se deu como um "convite" para que os futuros associados ficassem mais próximos da entidade. "Por isso, tivemos este aumento expressivo. Também temos projetos sociais bem-sucedidos há décadas, o que faz com que as pessoas vejam em nós um meio de retribuir e devolver algo à sociedade", comenta.

Trabalho de base em meio às crises

Desde a sua fundação, em 1959, o clube se dedicou às causas sociais da cidade e região, administrando importantes projetos sociais, que, ao todo, beneficiam hoje cerca de 1.800 famílias do Grande ABC anualmente. "Quem conhece os nossos projetos sociais, tem vontade de querer ajudar. Fizemos trabalho com viés profissional dentro de uma entidade de filantropia. Isso trouxe estes bons resultados", afirma o presidente da entidade, Eduardo Barros de Moura.

Além de Eduardo, atual diretoria do Rotary Santo André Norte é formada pelo vice-presidente, Luiz Antônio Pirola; segundo vice-presidente, Rodenei Lemes Júnior; secretário, Marco Precinoti; segundo secretário; Carlos Eduardo Pereira; protocolo, Marcelo Cândido; tesoureira, Mary Yoshie Kawamoto; segundo tesoureiro Gilberto Bino.

Mais informações sobre os projetos e ações do clube basta acessar:

Website: https://www.facebook.com/rcsanorte

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