5 itens matadores do Volkswagen Taos (te cuida, Compass)
Visitamos a fábrica da Volkswagen e tivemos acesso ao inédito SUV Taos, que tem alguns itens capazes de abalar o Jeep Compass, eterno líder
A Volkswagen lançará o inédito SUV Taos em algum momento do segundo trimestre. Todas as apostas indicam que será em maio -- e pelo andar da carruagem, na primeira quinzena. Mas o fabricante alemão não quer deixar o espaço da mídia ocupado apenas pelo novo Nissan Kicks e pelo novíssimo Toyota Corolla Cross. Por isso, abriu as portas da fábrica da Anchieta para que alguns (poucos) jornalistas pudessem conhecer o Taos. Estivemos lá nesta quarta-feira (24).
O Volkswagen Taos impressiona. Há pelo menos cinco itens matadores que podem infernizar a vida do Jeep Compass, líder da categoria de SUVs médios desde que começou a ser fabricado em Goiana (PE). O Taos começa a ser fabricado na Argentina, aqui do lado, mas o motor é feito em São Carlos (SP). Conheça os cinco itens matadores do Volkswagen Taos.
1. Espaço interno. Com 7 cm a mais no comprimento e 4 cm a mais na distância entre-eixos, o Volkswagen Taos tem um espaço interno traseiro de carro superior. Com o banco da frente ajustado para mim (1,82 m), ainda sobraria um palmo (cerca de 22 cm) de espaço para os joelhos se eu sentasse no banco de trás. O espaço para cabeça e para os ombros também é bom. Parece ser mais confortável do que um sedã.
2. Porta-malas gigante. O porte do carro também permitiu um espaço para bagagens quer rompe com o paradigma dos amantes de peruas de que SUVs não oferecem porta-malas grande. Alguns, não. O Volkswagen Taos, sim. Com 498 litros de capacidade, ele dá um banho no Jeep Compass nesse quesito. São 88 litros a mais do que os 410 do líder da categoria. O bagageiro do Taos também tem ganchos como a caçamba de uma picape e até uma alça para prender sacolas de supermercado.
3. Faróis de outro mundo. Outro mundo, no caso, seria uma categoria superior. A tecnologia IQ.Light dá ao Volkswagen Taos um sistema de luzes realmente surpreendente. Os faróis full led atuam em conjunto com o radar que fica embutido atrás do logotipo VW e iluminam exatamente o que precisa ser iluminado. Tem carro vindo em sentido contrário? Ele desliga o farol alto. É preciso iluminar mais o chão próximo ao carro? Ele ativa os faróis auxiliares. Ops, eu disse faróis auxiliares? O Taos não tem. Não tem porque não precisa ter. O próprio jogo de luzes faz a função dos faróis auxiliares. Por isso, onde ficariam as luzes auxiliares o Taos tem duas passagens de ar que levam o fluxo de vento para os pneus, melhorando a rolagem e reduzindo o consumo de combustível.
4. Acabamento de couro. Esqueça os plásticos. Pela primeira vez, um carro da Volkswagen produzido no Mercosul tem acabamento de couro. Todo o painel principal e as laterais das portas dianteiras do Volkswagen Taos são feitos de couro. No carro que estava exposto na fábrica da Anchieta havia dois tons: bege e preto. O acabamento requintado é seguramente um dos itens mais fortes do Taos em relação ao Compass, que também é bem acabado, mas passa mais a sensação de robustez do que de requinte.
5. Relação peso/torque. Muitos consumidores acreditam que o segredo do bom desempenho de seu carro está na relação peso/potência. Não necessariamente. Embora não seja tão comentada, a relação peso/torque é o que faz o carro ser ágil no dia a dia. A relação peso/torque do Volkswagen Taos é de apenas 5,7 kg/Nm contra 7,7 kg/Nm do Jeep Compass Limited Flex. É nas retomadas de velocidade em baixos regimes do motor, quando o carro passa por um quebra-mola, quando reduz e reacelera numa esquina ou quando pega uma subida que os 250 Nm de torque do Taos farão diferença. O torque está 100% disponível na faixa de 1.500 a 4.000 rpm.
Com esses cinco itens matadores, está claro que a Volkswagen quer recuperar o atraso de quatro anos em relação à Jeep. Isso significa que o Volkswagen Taos vai bater o Jeep Compass com facilidade? Não, claro que não, pois, como dizia Garrincha, seria necessário combinar a estratégia com o adversário. Como a Volks não combinou nada com a Jeep, o Compass vai reagir. Ainda este ano ganhará um motor 1.3 turbo flex, cuja potência ainda não foi divulgada, mas certamente será mais potente e mais econômico do que o atual 2.0 flex de 159/166 cv.
Mesmo com a reação da Jeep, entretanto, a Volkswagen agora terá a chance de recuperar os clientes que perdeu para o Compass, pois o Taos tem qualidade construtiva. Para além disso, reduzirá a distância que atualmente existe entre o T-Cross e o Tiguan, oferecendo ao cliente a possibilidade de permanecer dentro da linha Volkswagen.
Que comece logo essa batalha, pois quem tem a ganhar será o consumidor de SUVs médios. Ah, qualquer especulação sobre preços ainda é precipitada, considerando todos os fatores econômicos que estão em jogo. Hoje, poderíamos falar em algo entre R$ 145 mil e R$ 160 mil para o Taos Comfortline.