Script = https://s1.trrsf.com/update-1734029710/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Análise: Renault Duster é mais SUV do que os carros da moda

Além de superar Chevrolet Tracker, VW T-Cross e Renault Captur nos atributos de SUV, Duster é maior, mais espaçoso, mais largo e mais barato

19 jun 2020 - 12h25
Compartilhar
Exibir comentários
Renault Duster bate facilmente seus rivais diretos nos atributos off-road.
Renault Duster bate facilmente seus rivais diretos nos atributos off-road.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Parem de olhar para o Renault Duster com preconceito. O carro é bom. Ele passou por uma profunda cirurgia este ano e ficou muito mais confortável, tanto para os passageiros quanto para o motorista. Dirigir o Duster não é mais uma experiência estóica. Qualidades off-road ele sempre teve, mas era meio bruto, um tanto rude na entrega de prazer ao motorista. Agora, não. O novo Duster 2021 manteve suas características de robustez e ficou muito mais dócil.

Vivemos de comparações e o Duster sofreu com isso. Sua ascendência romena já é suficiente para entortar alguns narizes. Entretanto, a Renault não se limitou a fazer uma cirurgia plástica no Duster. Ela mexeu profundamente em questões de conforto, conveniência, praticidade e conectividade. O Duster 2021 ficou realmente diferente, tanto melhor quanto mais equipada é a versão que você escolhe.

Essa graminha só apareceu na foto por causa das pedras: o Duster vai muito além disso.
Essa graminha só apareceu na foto por causa das pedras: o Duster vai muito além disso.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Mas até o conceito de caro é diferente no Duster. A versão topo de linha, Iconic, custa R$ 90.690. O Duster Iconic 1.6 CVT é mais em conta do que o Chevrolet Tracker 1.0 LT (R$ 93.490), mais acessível do que o Renault Captur Intense 1.6 (R$ 97.690) e muito mais barato do que o Volkswagen T-Cross Comfortline 1.0 (R$ 110.260). A vantagem do Tracker e do T-Cross aparece no desempenho e em algumas medições de consumo, pois usam motor turbo. Mas o Duster tem seus trunfos.

Em relação a esses três SUVs, que são carros da moda, o Renault Duster é maior, mais largo, mais alto, mais espaçoso, transporta mais carga, leva mais bagagem, tem maior distância do solo e dá um banho nos ângulos de entrada, de saída e de transposição de rampa. O Duster é um SUV de verdade -- e isso não é novidade. Mas não custa repetir, pois o mainstream da moda às vezes leva todos os consumidores para um lado e alguns bons carros ficam esquecidos.

Interior do Duster 2021 deu muito mais dignidade ao carro em termos de conforto.
Interior do Duster 2021 deu muito mais dignidade ao carro em termos de conforto.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Tem mais. O Duster ganha do Captur 1.6 e do T-Cross 1.0 no consumo urbano com gasolina. Perde para o Tracker 1.0. Na estrada, aí sim, perde para todos. Sua potência (118/120 cv com gasolina/etanol) é superior à do Tracker (116 cv) e compatível com a do T-Cross (116/128 cv) quando se compara a entrega com gasolina. De qualquer forma, apesar de surpreender e ganhar no consumo urbano com gasolina, essa não é a praia do Duster. Tampouco as provas de aceleração. Seu trunfo está mesmo no custo-benefício.

O problema (sério) do Duster era a falta de conforto. Era. Esse problema ele não tem mais. Painel, volante, bancos e central multimídia são novos. A nova central multimídia é a Easy Link, diferente da Media Nav usada nos demais carros da Renault. A tela tátil agora é de 8” e ficou posicionada mais acima do painel, o que melhorou sua observação durante a condução. 

Renault Duster Iconic, topo de linha, custa R$ 90.690.
Renault Duster Iconic, topo de linha, custa R$ 90.690.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Poderia ser melhor se estivesse no mesmo nível de altura do quadro de instrumentos, mas já foi um avanço e tanto perante a telinha anterior. A vida a bordo do novo Duster é realmente mais agradável. Os bancos de couro e o redesenho do painel deixaram o carro com um nível de conforto igual ao de qualquer outro rival do segmento de SUVs compactos. Até na rigidez torcional da carroceria a Renault mexeu, aumentando-a em 12,5%. As suspensões foram recalibradas, tornando o rodar mais confortável, e a assistência da direção agora é elétrica. O esforço para manobras diminuiu bastante.

O console central também foi completamente modificado, com novas saídas de ar. O sistema de ar-condicionado digital tem anéis cromados com oito velocidades e 19 opções de temperatura entre 17,5°C e 26,5°C. Os painéis das portas ganharam apoio de braço revestido em tecido, novos puxadores e iluminação interna. O Duster 2021 oferece 1,5 litro a mais de espaço para porta-objetos do que o modelo anterior, atingindo 20,3 litros no total. Em resumo, a praticidade a bordo é um fato.

Volante de direção com boa pegada e nova tela multimídia mais ampla.
Volante de direção com boa pegada e nova tela multimídia mais ampla.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Outra novidade do Duster Iconic é o sistema Multiview, com quatro câmeras. A imagem aparece no novo display central. A câmera frontal, na parte de baixo do carro, ajuda a passar por lombadas íngremes, enquanto as câmeras laterais ajudam em trechos bem estreitos. Ele tem também uma câmera traseira, mais isso muitos carros têm. No segmento, o Renault romeno tem os maiores ângulos de entrada (30°) e de saída (34,5°) e a maior altura do solo (237 mm). Por isso, encara obstáculos com facilidade. O ângulo de transposição de rampa é de 22°. Além disso, ele mantém o maior porta-malas da categoria (475 litros). 

Apesar dessas melhorias, a Renault ainda não teve tempo de estrear o novo motor 1.3 turbo. Nesse caso, não podemos culpar os consumidores mais exigentes nesse quesito. Nosso ponto aqui é com aqueles que olham com preconceito para o design e para o conforto do Duster. Que a Renault não cometa o erro de trazer o novo motor somente para o Captur, quando isso ocorrer.

Duster é maior, mais largo, mais alto, mais espaçoso e mais prático do que os SUVs da moda.
Duster é maior, mais largo, mais alto, mais espaçoso e mais prático do que os SUVs da moda.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Rodamos na cidade e na estrada com o novo Duster Iconic 1.6 CVT. Ele não é uma referência em desempenho, mas ainda assim mostrou boa desenvoltura nas retomadas de velocidade. Mérito da engenharia da Renault, que encontrou boas relações de marcha para o câmbio CVT X-Tronic, que faz trocas automáticas sem intervenção do motorista e também permite antecipar uma ou duas marchas por meio da alavanca. A redução do nível de ruído a bordo também causou boa impressão durante nossa avaliação.

No geral, o novo Renault Duster mostra ser um carro rejuvenescido, com um posicionamento bem interessante no mercado, por isso suas vendas melhoraram. Ele já engoliu o Captur, deixou o Citroën Cactus e o Peugeot 2008 comendo poeira, ultrapassou o Ford EcoSport e se aproxima do Nissan Kicks. O novo Renault Duster 2021 é vendido em três versões: Zen (R$ 74.690), Intense (R$ 86.690) e Iconic (R$ 90.690). 

Nova frente ficou mais bonita, porém alguém teve a má ideia de colocar esses faróis no para-choque.
Nova frente ficou mais bonita, porém alguém teve a má ideia de colocar esses faróis no para-choque.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Os números

  • Motor: 1.6 flex
  • Potência: 120 cv a 5.500 rpm (e)
  • Torque: 159 Nm a 4.000 rpm (e)
  • Câmbio: 6 marchas CVT
  • Comprimento: 4,376 m
  • Largura: 1,832 m 
  • Altura: 1,693 m  
  • Entre-eixos: 2,673 m
  • Vão livre: 237 mm  
  • Peso: 1.279 kg
  • Pneus: 215/60 R17 
  • Porta-malas: 475 litros
  • Tanque: 50 litros
  • 0-100 km/h: 12s4
  • Velocidade  máxima: 173 km/h
  • Consumo cidade: 10,7 km/l (g) 
  • Consumo estrada: 11,1 km/l (g) 
  • Emissão de CO2: 124 g/km
Guia do Carro
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade