Avaliação: Fiat Strada ficou muito boa com o câmbio CVT
Rodamos na cidade e na estrada com a picape Fiat Strada na nova versão Ranch AT, que tem um câmbio CVT de 7 marchas
Já avaliamos a picape Fiat Strada em sua nova versão Ranch AT. Equipada com câmbio automático CVT de 7 marchas, a Strada Ranch 1.3 AT é a nova versão topo de linha. Ela custa R$ 116.990, mas há uma opção um pouco mais em conta, a Volcano AT, que sai por R$ 111.990. Pelo menos por enquanto, a Strada Volcano MT continua no catálogo, por R$ 103.990.
Mas, afinal, o câmbio automático fez diferença na picape Strada? Fez sim. E foi para o bem. Antes de falarmos de números, fiquemos nas sensações ao dirigir. Com o câmbio CVT de 7 marchas, a Strada aproveita de forma mais inteligente a potência e o torque do motor 1.3 Firefly (aspirado flex). Há um ganho na economia de combustível e principalmente no conforto ao dirigir.
Com mais marchas disponíveis (sete aos invés de cinco), a transmissão não precisa esticar demais cada velocidade para atingir a potência máxima. Além disso, ao contrário das engrenagens fixas do câmbio manual de 5 marchas, o câmbio CVT utiliza um sistema de polias que varia continuamente a relação de marchas. Melhor ainda: a Strada automática permite trocas manuais na alavanca e na borboleta do volante.
Fez bem a Fiat em não economizar neste item. A maioria dos carros da Chevrolet, por exemplo, não tem esse “mimo” porque a GM considera que poucos motoristas o utilizam. Bem, a possibilidade de antecipar uma ou duas marchas é uma vantagem para quem quer fazer uma ultrapassagem ou reduzir as rotações do motor depois de determinada velocidade. A picape Strada tem isso.
Com o câmbio manual, as solicitações de velocidade faziam o motor reclamar a 80 km/h em 5ª marcha (2.500 rotações), gritar a 100 (umas 3.000 rpm) e berrar a 120 km/h (3.750 giros). Agora, com o câmbio CVT, não mais.
O que verificamos na Strada automática, portanto, é um rodar muito mais silencioso. E o menor ruído do motor melhora o conforto da condução. Se antes os usuários da Fiat Strada tinham essa queixa em viagens, agora não têm mais. Sem contar que na cidade é muito mais cômodo usar um veículo automático, sem a necessidade constante de trocas de marcha.
O ganho em consumo veio em todas as situações. Mas isso é consequência também da redução da potência do motor 1.3, de 109 para 107 cv. O torque caiu de 139 para 134 Nm. É verdade que a aceleração de 0 a 100 km/h piorou, de 11,2 para 12 segundos. Assim como a velocidade máxima, que caiu de 168 para 165 km/h. Mesmo assim compensa.
Com gasolina, a Strada AT faz 12,4 km/l na utilização urbana e 13,9 km/l na utilização rodoviária. Antes, fazia 12,0 na cidade e 13,2 na estrada. Com etanol, a Fiat Strada AT agora faz 8,8 na cidade e 9,9 km/l na estrada. Antes, fazia 8,5 e 9,2, respectivamente. Vale dizer também que a Strada Ranch AT (1.235 kg) é bem mais pesada do que a Strada Volcano MT5 (1.174 kg). A Strada Volcano AT fica no meio das duas (1.215 kg).
Outro detalhe que agradou é a beleza da picape. A nova versão Ranch traz elementos herdados de sua irmã maior, a Toro Ranch, traz skid plate cinza, para-barros, retrovisores em preto brilhante, logotipos Ranch no para-lama e na tampa da caçamba, estribos laterais, barras do teto longitudinais cinzas, capota marítima com a inscrição Ranch e novas rodas de liga-leve de 15” com pneus para uso misto.
O painel tem gráficos exclusivos e moldura na cor marrom ao redor do porta-objetos superior, contrastando com as saídas de ar em preto brilhante. O mesmo tom é usado em detalhes no volante e na alavanca de câmbio, assim como na lateral dos bancos de couro, que trazem a inscrição Ranch nos encostos. Há ainda badges Ranch abaixo da central multimídia, tapetes e nas soleiras das portas.
De resto, a Fiat Strada AT é como as demais versões Cabine Dupla. Com quatro portas, a nova Strada dá dignidade aos passageiros de trás. Mas não espere muito. O espaço atrás continua sendo bastante apertado. Adultos sofrem. Para uma família com três filhos adolescentes ou pequenos, entretanto, trata-se de um carro interessante.
Rodando, a Strada Cabine Dupla tem um comportamento muito mais agradável do que a Cabine Simples. Como a distribuição de peso é mais equilibrada, ela oferece uma dinâmica mais parecida com a de um automóvel. Equipada com capota marítima, ela é uma boa alternativa tanto para hatches quanto para sedãs compactos (sempre lembrando do espaço mais reduzido para os passageiros de trás).
ITEM | CONCEITO | NOTA |
MOTOR | Bom | 6 |
CÂMBIO | Muito bom | 8 |
SUSPENSÃO | Ótimo | 9 |
FREIOS | Bom | 6 |
DIREÇÃO | Muito bom | 7 |
EQUIPAMENTOS | Muito bom | 8 |
ERGONOMIA | Muito bom | 7 |
CAÇAMBA | Ótimo | 9 |
ACABAMENTO | Muito bom | 7 |
DESIGN | Ótimo | 9 |
VEREDICTO | Muito bom | 7,6 |
Os números
- Preço: R$ 116.990
- Motor: 1.3 aspirado flex
- Potência: 107 cv a 6.250 rpm (e)
- Torque: 134 Nm a 4.000 rpm
- Câmbio: 7 marchas CVT
- Tração: 4x2
- Comprimento: 4,480 m
- Largura: 1,781 m
- Altura: 1,576 m
- Entre-eixos: 2,737 m
- Vão livre: 196 mm
- Peso: 1.235 kg
- Pneus: 205/60 R15
- Caçamba: 844 litros
- Carga útil: 600 kg
- Tanque: 55 litros
- Aceleração 0-100 km/h: 12s0
- Velocidade máxima: 165 km/h
- Consumo cidade: 12,4 km/l (g)
- Consumo estrada: 13,9 km/l (g)
- Emissão de CO2: n/d