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Avaliação: Jeep Compass 1.3 turbo brilha (menos o câmbio)

Rodamos por 1.200 km com o novo Jeep Compass Série 80 Anos, equipado com motor 1.3 turbo de 185 cv e câmbio automático de 6 marchas

9 jun 2021 - 07h00
(atualizado em 5/10/2021 às 11h55)
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Jeep Compass Série 80 Anos: beleza comentada em todas as paradas.
Jeep Compass Série 80 Anos: beleza comentada em todas as paradas.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Jeep Compass se armou muito bem para receber o triplo ataque que recebeu do Toyota Corolla Cross, do Ford Bronco Sport e do Volkswagen Taos. Agora equipado com o novo motor GSE da Stellantis, 1.3 turbo flex de 180/185 cv (gasolina/etanol), o SUV médio mais vendido do Brasil exibiu todos os seus atributos em nosso tradicional roteiro de 1.200 km por estradas de São Paulo e do Paraná.

O novo motor representou um ganho de 21 cv com gasolina e 19 cv com etanol. O valor da potência máxima impressiona. Na verdade, 185 cavalos impressionam em qualquer lugar. Conseguir tudo isso numa baixa cilindrada, 1332 cm3, mostra como os engenheiros da Stellantis trabalharam duro para atingir a meta estabelecida: ter uma potência similar à do motor 2.4 Tigershark que chegou a equipar a picape Fiat Toro (174/186 cv).

Falar das virtudes do Compass é fácil. Trata-se de um projeto espetacular da Jeep, que domina amplamente sua categoria. A não ser pela altura excessiva (bom para quem gosta de SUV raiz) e pelo peso superior ao de seus rivais diretos, dificilmente parece que a plataforma data de 2005 (a atual geração surgiu em 2016). Mérito enorme também das suspensões, que são impecáveis. A suspensão traseira multilink garante o bom comportamento dinâmico do carro na estrada e na terra.

Posição de dirigir excelente, volante superior e multimídia impecável.
Posição de dirigir excelente, volante superior e multimídia impecável.
Foto: Cris Prado / Guia do Carro

A vida a bordo do Jeep Compass, especialmente na belíssima Série 80 Anos, é bastante agradável. Para além da beleza externa do carro, que ganhou elogios em todas as paradas, ele deu um salto de qualidade em desempenho, conectividade, segurança e sofisticação.

De uma forma geral, o novo Jeep Compass 1.3 brilhou bastante. É um carro que transmite segurança, roda de forma silenciosa mesmo em altas velocidades, entrega muito desempenho nas retomadas de velocidade (mesmo que você esteja numa subida a 140 km/h e queira mais), tem uma rolagem de carroceria aceitável nas curvas, posição de dirigir excelente, bancos confortáveis, porta-objetos adequados e ótima visibilidade.

Rodamos cerca de 1.200 km com o novo Compass em SP e PR.
Rodamos cerca de 1.200 km com o novo Compass em SP e PR.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Então o carro ficou perfeito? Não. O motor é pequeno para a potência que se espera dele. Além disso, o comando de válvulas único não ajudou na questão do consumo. Por isso, o novo Compass 1.3 não brilha nesse quesito. Mas, pelo menos, não decepcionou como a nova Toro 1.3. Por ser mais leve, o Compass fez o percurso de volta (Londrina-São Paulo, 550 km) com um tanque de gasolina. Na ida, com etanol, não conseguiu.

Com etanol, o novo Jeep Compass 1.3 faz 8,6 km/l na estrada. Com gasolina, ele faz 10,7 km/l. Claro que depende muito da forma como o carro é conduzido. Na ida, estávamos mais focados no desempenho do carro, por isso o consumo caiu bastante. Na volta, o foco era na autonomia, por isso sobrou combustível. Mas, como dissemos, o consumo, embora seja um pouco pior do que o do Volkswagen Taos, em algumas condições, não chegou a incomodar.

Jeep Compass fez o trajeto de ida com etanol e o de volta com gasolina.
Jeep Compass fez o trajeto de ida com etanol e o de volta com gasolina.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O câmbio automático de 6 marchas, entretanto, mostrou que precisa de ajustes. Nem todos os motoristas vão perceber isso, mas se você exige potência do novo Compass 1.3, o câmbio demonstra alguns titubeios, vacila um pouco na hora da passagem de marcha. Em algumas situações, chega a lembrar os famigerados câmbios automatizados de embreagem simples. É possível evitar isso: basta conduzir o Compass com o pé “mais leve”, sem esticar muito as marchas. Mas o problema existe.

Estamos falando de um câmbio de 6 marchas que era muito bom no motor de 166 cavalos. Mas agora ele precisa dar conta de 185 cavalos. E, pelo jeito, falta alguma coisa. A Jeep vai precisar mexer na relação de marchas para melhorar esse ponto do Compass. Ou, como já é anunciado, simplesmente substituí-lo por um CVT (automático continuamente variável). Com o CVT, o ganho em economia será certo.

Visualmente, o Compass teve poucas modificações na parte externa.
Visualmente, o Compass teve poucas modificações na parte externa.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Apesar dos vacilos do câmbio automático, o novo Jeep Compass 1.3 ficou melhor do que era. O carro ganhou requinte e sofisticação no acabamento interno, com muitas áreas “softs”, um novo volante de direção bastante imponente, e uma central multimídia completa e numa posição muito melhor do que a da nova Toro (que agora é vertical).

Outro pecado (corrigível) está num local improvável: o belíssimo quadro de instrumentos digital, desenvolvido no Brasil pela Stellantis. É bonito, mas não é totalmente prático. Para ver o alcance do carro, é preciso reduzir o tamanho do velocímetro e do conta-giros. Pior: dependendo de como o motorista maneja os comandos do lado esquerdo do botão, o carro exibe o velocímetro no modo “milhas por hora”. Visualmente, o velocímetro de “km/h” é igual ao de “mph”. Muda, claro, a escala. Ora, para que deixar isso disponível no Brasil? Um motorista desavisado, que pensa estar a 80 km/h, na verdade está a 80 mph e 128 km/h. Se estiver a 100 mph, na verdade está a 160 km/h. Isso precisa ser mudado.

Jeep Compass agora tem um novo motor 1.3 turbo de 185 cavalos.
Jeep Compass agora tem um novo motor 1.3 turbo de 185 cavalos.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Finalmente, o novo Jeep Compass é um carro com uma presença incrível. É bem verdade que muitos consumidores cansaram de seu domínio e migraram para outros carros, como o Ford Territory e o Toyota Corolla Cross. Um erro, se considerarmos a qualidade técnica de cada carro. Na categoria, o único carro que pode fazer frente ao Jeep Compass 1.3 é o Volkswagen Taos 1.4, ambos flex e turbinados. A vantagem do Compass é que ele já construiu uma ótima reputação e agora basta mantê-la.   

JEEP COMPASS SÉRIE 80 ANOS T270
ITEMCONCEITONOTA
MOTORMuito bom8
CÂMBIOMuito bom8
SUSPENSÃOÓtimo10
FREIOSMuito bom8
DIREÇÃOMuito bom8,5
EQUIPAMENTOSÓtimo9
ERGONOMIAÓtimo9
PORTA-MALASMuito bom7
ACABAMENTOÓtimo9
DESIGNMuito bom7,5
VEREDICTOMuito bom8,4

Os números

  • Preço: R$ 205.610 
  • Motor: 1.3 turbo flex
  • Potência: 185 cv a 5.750 rpm
  • Torque: 270 Nm a 1.750 rpm
  • Câmbio: 6 marchas AT
  • Comprimento: 4,404 m 
  • Largura: 1,819 m 
  • Altura: 1,628 m
  • Entre-eixos: 2,636 m
  • Vão livre: 205 mm
  • Peso: 1.585 kg
  • Pneus: 225/55 R18
  • Porta-malas: 410 litros
  • Carga útil: 400 kg
  • Tanque: 60 litros
  • 0-100 km/h: 9s3
  • Velocidade máxima: 206 km/h
  • Consumo cidade: 10,3 km/l
  • Consumo estrada: 11,9 km/l
  • Emissão de CO2: n/d 
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