Avaliação: Volkswagen Taos é quase uma perua elevada (oba!)
Rodamos com o Volkswagen Taos Highline 1.4 TSI, que se destaca pelo espaço interno, grande porta-malas e centro de gravidade baixo
Rodamos uma semana com o Volkswagen Taos e o carro comprovou as características que havia demonstrado na pista de testes. Trata-se de um SUV de conceito moderno, ou seja, mais estradeiro do que off-road. Resumir o Taos a isso, entretanto, seria diminuir as qualidades do carro. Na verdade, o Taos traz de volta o conceito de carro familiar grande que há anos havia desaparecido da linha Volkswagen fabricada na América do Sul.
Não é exagero dizer que o Volkswagen Taos é uma perua elevada. Oba, isso é bom! Afinal, o Volkswagen produzido na Argentina consegue reunir as boas características de um SUV moderno, como a suspensão mais elevada e a posição de dirigir mais alta, em relação a um legítimo station wagon. Porém, ele também traz um espaço interno generoso, um porta-malas matador e uma dirigibilidade superior aos SUVs da categoria.
O Volkswagen Taos é mais estável nas curvas do que o Jeep Compass (por conta da menor altura do solo e do centro de gravidade mais baixo) e tem um comportamento dinâmico superior ao do Toyota Corolla Cross. Seu entre-eixos de 2,680 m, combinado com os 4,461 m de comprimento, permite bom espaço para as pernas dos passageiros de trás e um bagageiro volumoso, de quase 500 litros. Para ninguém reclamar de saudade das peruas.
Muitos consumidores acreditam que porta-malas grande é uma característica do carro SUV. Não é. Os utilitários esportivos perdem para os sedãs, concorrem com os hatches nesse quesito e ficam longe das peruas. Mas o Taos aproveitou bem o espaço e conseguiu ir bem nessa parte, que é importantíssima para quem faz viagens com a família.
O motor 1.4 TSI, que era uma dúvida, não faz feio. Vazio, o Taos acelera de 0 a 100 km/h em 9,3 segundos. Carregado, fica acima de 10 segundos. Caberia um motor mais potente, como o do Compass (1.3 de 185 cv) ou do Corolla Cross (2.0 de 177 cv). Mas a Volks não tem um motor mais potente no Brasil. Por isso, o Taos explora o bom torque de 250 Nm, disponível quando o motor atinge 1.500 rpm. O resultado agrada. Boas retomadas de velocidade são obtidas com o Taos 1.4 TSI sem que o motor aumente demais o ruído ou o consumo de combustível.
A dirigibilidade do carro agrada tanto na cidade quanto na estrada. Já nas estradas de terra, a suspensão parece ser um pouco dura. O Volkswagen Taos não é um SUV raiz como o Jeep Compass e o Ford Bronco. Não tem sequer opção de tração 4x4. Nesse aspecto, o SUV médio da Volks rivaliza diretamente com o Toyota Corolla Cross. Os pneus 215/55 R18 contribuem para essa ligeira falta de conforto em estradas ruins. Rodas menores e pneus com perfil mais alto ajudariam.
O câmbio automático de 6 marchas, com modo Sport (reduz uma marcha na utilização) e aletas no volante, está no padrão dos carros da Volkswagen: não tem nenhum titubeio no escalonamento (algo que verificamos no AT6 do Compass de 185 cv). O volante, muito bonito (herdado do novo Golf alemão) tem ótima empunhadura e pode ser regulado em altura e profundidade. O painel é todo digital e tem a multimídia embutida. Isso dá ao Taos uma sensação de maior amplitude em relação ao Compass, ao Corolla Cross e ao Bronco Sport. Entretanto, essa sensação também passa uma ideia de menos aconchego.
A configuração Highline (topo de linha) traz uma oferta de equipamentos bem interessante. O preço começa em R$ 181.790. Porém, já na escolha da cor existe aumento. Só o Preto Mystic perolizado não tem acréscimo. Na cor do carro avaliado (Bege Mojave) o custo é de R$ 1.410. Para ter o teto preto, as rodas escurecidas e o som Beats, o preço sobe mais R$ 3.750. O teto solar panorâmico sai por R$ 5.520. No final, foram R$ 10.680 de opcionais, o que aumentou o preço do Taos Highline para R$ 192.470.
O Taos Comfortline parte de R$ 185.585. Com os opcionais, pode chegar a R$ 165.200. Ambos vêm com a multimídia VW Play, que é ótima, mas seria ainda melhor se tivesse um botão físico de girar. Com o carro em movimento, a tela tátil nem sempre é o melhor negócio.
ITEM | CONCEITO | NOTA |
MOTOR | Muito bom | 8 |
CÂMBIO | Ótimo | 9 |
SUSPENSÃO | Ótimo | 9 |
FREIOS | Muito bom | 8,5 |
DIREÇÃO | Muito bom | 8,5 |
EQUIPAMENTOS | Ótimo | 9 |
ERGONOMIA | Ótimo | 9 |
PORTA-MALAS | Ótimo | 9,5 |
ACABAMENTO | Muito bom | 8,5 |
DESIGN | Muito bom | 7 |
VEREDICTO | Muito bom | 8,6 |
Os números
- Preço: R$ 181.790
- Motor: 1.4 turbo flex
- Potência: 150 cv a 5.000 rpm
- Torque: 250 Nm a 1.500 rpm
- Câmbio: 6 marchas AT
- Comprimento: 4,461 m
- Largura: 1,841 m
- Altura: 1,626 m
- Entre-eixos: 2,680 m
- Vão livre: 185 mm
- Peso: 1.420 kg
- Pneus: 215/55 R18
- Porta-malas: 498 litros
- Carga útil: 470 kg
- Tanque: 51 litros
- 0-100 km/h: 9s3
- Velocidade máxima: 194 km/h
- Consumo cidade: 10,2 km/l
- Consumo estrada: 12,5 km/l
- Emissão de CO2: n/d