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China derruba mercado global de carros para 85 milhões

Com uma queda de 8,6 milhões de unidades em dois anos e de 4,2 milhões em 2019, o sonho dos 100 milhões de carros saiu do radar

28 fev 2020 - 06h00
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O Volkswagen Lavida é o carro mais vendido no gigantesco (mas em queda) mercado chinês.
O Volkswagen Lavida é o carro mais vendido no gigantesco (mas em queda) mercado chinês.
Foto: VW-SAIC / Divulgação

A indústria automobilística levou cinco anos para se recuperar da crise econômica global de 2008, mas o crescimento ininterrupto de 2010 a 2017 fez a marca de 100 milhões de carros brilhar na mente de muitos executivos. Porém, faltou combinar com a China. Pelo segundo ano consecutivo, a economia chinesa ficou aquém das expectativas e isso afetou a indústria automobilística. Assim, o último ano fechou com a marca de 85 milhões de carros vendidos em todo o mundo, considerando os automóveis de passeio e os comerciais leves.

Depois de atingir a marca de 93,6 milhões de carros vendidos em 2017, a indústria automobilística passou a vislumbrar os 100 milhões para o início da década de 2020. Mas em 2018 houve a primeira queda, seguida de um novo recuo de 4,2 milhões de carros emplacados em 2019. Em apenas dois anos, a indústria automobilística perdeu 8,6 milhões de unidades. Segundo a consultoria Focus2Move, que divulgou os números globais, a marca de 100 milhões de carros está fora de cogitação pelos próximos dez anos. 

Qualquer recuo da China afeta demais a indústria. E no ano passado o recuo foi forte (-8,7%), o que levou o gigante asiático a fechar as vendas com 25,1 milhões de veículos vendidos. Os EUA também recuaram (-1,5%), assim como a Índia (-7,4%), mas a queda indiana foi compensada pelo crescimento da Alemanha (5,1%). Entre os dez principais mercados mundiais, o Brasil foi o que teve o maior crescimento percentual (7,6%). Assim, manteve sua sexta posição no ranking. Quanto aos demais países da América Latina que estão na lista dos 30 maiores mercados, o México manteve sua posição (13º lugar), enquanto a Argentina perdeu seis (de 19º para 25º lugar) e o Chile recuou duas (de 27º para 29º lugar). Veja abaixo as vendas dos dez maiores mercados, segundo a Focus2Move.

TOP 10 MERCADOS
P. País Vendas Variação
1 China 25.133.264 -8,7%
2 EUA 17.076.017 -1,5%
3 Alemanha 3.596.973 +5,1%
4 Índia 3.105.409 -7,4%
5 Japão 2.825.602 -2,4%
6 Brasil 2.658.646 +7,6%
7 Reino Unido 2.301.876 -2,7%
8 França 2.216.197 +1,8%
9 Canadá 1.937.170 -3,3%
10 Itália 1.923.783 +0,2%

Dois sedãs disputam a liderança do mercado interno chinês: o Volkswagen Lavida e o Nissan Shylphy. Embora não sejam familiares aos ouvidos brasileiros, o Lavida e o Shylphy são muito próximos da nossa realidade. O Lavida está atualmente em sua terceira geração. Recentemente a VW lançou o Lavida Plus, que é muito similar ao nosso VW Jetta. Já o Shylphy é a versão chinesa do Nissan Sentra, também conhecidíssimo dos brasileiros.

JAC T60 mostra que os chineses se tornaram craques nos SUVs:

No Brasil, a indústria chinesa tem atualmente apenas dois representantes: a Chery (associada com a Caoa) e a JAC Motors. As estratégias das duas marcas são bem diferentes. Depois que se transformou na Caoa Chery, a marca chinesa vem tendo bom crescimento nas vendas de SUVs, com a linha Tiggo -- os modelos 2, 5X e 7 são produzidos no Brasil. Por seu lado, a JAC Motors tamnbém tem SUVs, como o novo T60, mas está apostando suas principais fichas no segmento de carros totalmente elétricos, com cinco modelos: os SUVs iEV20, iEV40 e iEV60, a picape iEV 330 e o caminhão iEV 1200T. No segmento de elétricos, a Caoa Chery, por enquanto, aposta exclusivamente no Arrizo 5e, um sedã compacto.

Caoa Chery Arrizo 5e inaugura a era dos sedãs elétricos:
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