Citroën Ami (elétrico) é uma aposta ousada para o Brasil
Pequeno veículo elétrico de dois lugares pode chegar com quadriciclo e com assinatura, o que pode ampliar sua acessibilidade no país
A Citroën já apresentou dois novos modelos para o mercado brasileiro: o novo C3 - “um hatch com atitude SUV” - e o E-Jumpy, totalmente elétrico, para o segmento de veículos utilitários. A grande revolução da Citroën, entretanto, ainda não foi anunciada - mas foi sugerida pelo menos duas vezes durante a apresentação do E-Jumpy. Trata-se do pequeno Citroën Ami, um veículo 100% elétrico de apenas 2,41 m de comprimento, 1,39 m de largura e 1,52 m de altura.
A proposta da Citroën para o mercado brasileiro é ser uma marca inovadora e “para todos”. O Ami One, portanto, pode ser o carro certo para esta ousada iniciativa. Na França, o Citroën Ami tem agradado por oferecer um transporte individual de quatro rodas, com cobertura e com preço mais acessível do que os carros elétricos convencionais. Além disso, é ecológico: zero emissão de CO2.
Na França, o Citroën Ami One é vendido como um quadriciclo. No Brasil não seria diferente - uma carteira de habilitação para ciclomotor já seria suficiente para usar o Ami. É possível que a Citroën busque alternativas para baratear o seu custo no Brasil. Uma vantagem ela já tem: a importação de carros totalmente elétrico é livre de imposto de importação.
O Citroën Ami One é produzido em Kenitra, no Marrocos, e já é vendido em três países europeus: França (6 mil euros), Espanha (7,2 mil euros) e Inglaterra (8 mil euros). A Stellantis pretende emplacar o Citroën Ami também nos Estados Unidos. Visualmente, ele tem a frente e a traseira muito parecidas.
O carro resgata o nome do Citroën Ami, um carro derivado do famoso Citroën 2CV e que foi produzido de 1961 a 1978. Era um carro do segmento B (compacto). Mas o novo Ami é totalmente diferente. O microcarro tem apenas dois lugares. O motor elétrico tem apenas 8 hp de potência, tração dianteira e uma bateria de 5,5 kWh. Sua velocidade máxima é de 45 km/h. Uma carga de 80% da bateria, em tomada de 230 V, leva 3 horas e permite um alcance de 75 km.
Trata-se de uma aposta ousada para o Brasil - mas inteligente. Afinal, o Ami pode ajudar a desafogar o trânsito das grandes cidades, bem como despolui-las. No Brasil, cidades como São Paulo e Rio de Janeiro seriam grandes mercados para o Citroën Ami. A ideia do carro difere do Renault Twizy porque ele tem dois lugares lado a lado, enquanto no Twizy é um na frente e outro atrás. Além disso, o Renault Twizy tem um apelo mais esportivo, enquanto o Citroën Ami foca na mobilidade - devagar e sempre.
Analistas do mercado acreditam que em breve a Citroën vai anunciar um plano para a importação e comercialização do Ami no Brasil. Junto com ele, é possível que venha junto um formato de assinaturas, o que aumentaria bastante a acessibilidade do público ao pequeno Citroën.