Fiat Argo Drive 1.3 compensa pelo motor, câmbio e consumo
Com um bom motor flex de 109 cv e um câmbio manual bem ajustado, Argo Drive 1.3 tem boa relação custo/benefício. Avaliamos a série S-Design
O Fiat Argo é um bom carro. Em termos de comportamento dinâmico, ele é igual ou melhor do que seus principais rivais: Volkswagen Polo, Hyundai HB20, Chevrolet Onix e Ford Ka. Avaliamos a versão Drive 1.3 com o pacote S-Design, completo. No uso cotidiano em cidade e estrada, o Argo 1.3 se destaca pelo motor de baixa cilindrada e pelo câmbio manual. É um carro razoavelmente econômico, capaz de fazer 12,5 km/l na cidade e 14,7 na estrada (ambos com gasolina).
O Argo 1.3 tem duas versões: Drive por R$ 56.790 e Trekking por R$ 62.790. Esse motor é o Firefly flex de quatro cilindros, com 101/109 cv de potência. Abaixo das versões 1.3 há duas versões 1.0 de 72/77 cv: básica por R$ 51.290 e Drive por R$ 54.390. O motor 1.0 é o único de três cilindros da Fiat. Acima vêm as três versões 1.8 de 135/139 cv, todas com câmbio automático de seis marchas: Precision por R$ 68.990, Trekking por R$ 69.990 e HGT por R$ 72.490.
Mesmo no meio de tantas versões, o Argo Drive 1.3 se destaca pelo custo-benefício. A oferta de potência desse motor de baixa cilindrada é muito boa. A relação peso/potência é de 10,5 kg/cv. Bem ajustado, esse motor é ideal para rodar na cidade. O torque também é bom: 134 Nm com gasolina e 139 com etanol. O carro atinge toda sua força a 3.500 rpm, que não é uma faixa baixa, mas a curva de potência e torque faz com que ele seja ágil em baixas rotações. Assim, arrancadas em semáforos, por exemplo, são ágeis.
Rodando a apenas 25 km/h, em segunda marcha, o carro arranca sem titubear, com o motor girando a apenas 1.500 rpm. Mesmo em marchas maiores, o torque surge com rapidez. Um motorista experiente consegue tirar proveito do desempenho sem prejudicar o consumo, fazendo as trocas de marcha sempre no tempo certo. O quadro de instrumentos do Palio é um dos melhores do país, com ótima visualização dos marcadores analógicos (velocímetro e contagiros) e um computador de bordo digital com informações suficientes.
Ainda sobre o motor de 1332 cm3 de cilindrada, a potência máxima a 5.750 rpm sacrifica o consumo na estrada, pois é quando surgem as velocidades mais elevadas. Sem forçar muito no acelerador, é possível fazer boas médias de consumo, mas, para essa utilização, consideramos o Argo 1.8 é mais negócio. No trânsito ou mesmo em rotas curtas nos arredores da cidade, o Argo 1.3 cumpre muito bem o seu papel -- ninguém sente saudades do Palio 1.4 ou do Punto 1.4, os dois carros que ele substituiu na família Fiat.
A boa desenvoltura do Argo Drive 1.3 também tem a ver com a transmissão manual de cinco marchas. Os engates são muito fáceis, a embreagem é leve e a alavanca de câmbio está bem posicionada. Na verdade, o interior do Argo é muito bem desenhado nesse sentido. Tanto que a posição de dirigir é facilmente encontrada mesmo sem ajuste de profundidade do volante (só tem ajuste de altura). Poderia ser melhor se o banco tivesse ajuste milimétrico do encosto, mas a ergonomia e a qualidade do estofamento agradam.
Na utilização em trânsito urbano, o carro vai rodar quase sempre na faixa de 2.000 a 4.000 rpm, de forma que a entrega de torque não ficará comprometida. Avaliamos a versão equipada com o pacote S-Design. Ela custa R$ 2.080 e inclui itens como ar-condicionado digital e rodas de liga leve, além de vários elementos escurecidos.
O carro fica mais vistoso com o S-Design, mas ele tem uma “pegadinha”: para obtê-lo é preciso comprar também o Kit Multimídia Uconnect 7”, que custa mais R$ 3.500. É esse tipo de procedimento das montadoras que muitas vezes afasta o consumidor. Afinal, já estamos falando de R$ 5.850 a mais. Ou seja: 10,3% do valor do carro nesses dois opcionais. Eles são bons, mas incomoda o fato de o S-Design estar atrelado ao Kit Multimídia. Assim, não há opção para quem deseja apenas deixar o Argo Drive 1.3 mais bonito.
Com nota B de consumo no geral e A em sua categoria, o Fiat Argo 1.3 tem o selo de eficiência energética do Conpet. A emissão de CO2 é surpreendentemente baixa para um motor aspirado (99 g/km). Na medição do Inmetro, essa versão faz 8,9 km/l na cidade e 10,4 na estrada quando abastecida com etanol. Porém, conseguimos médias muito melhores, acima de 10 km/l na cidade. Em resumo, um carro honesto, porém a Fiat poderia ser mais generosa na oferta de equipamentos de série.
Equipamentos opcionais
SÉRIE ESPECIAL S-DESIGN (R$ 2.800)
- Ar-condicionado digital
- Rodas de liga leve 6.0 x 15" + Pneus 185/60 R15
- Vidros elétricos traseiros com one touch e antiesmagamento
- Faróis de neblina
- Retrovisores externos elétricos com Tilt Down e luzes indicadoras de direção
- Interno escurecido
- Painel com detalhes e acabamento exclusivos
- Retrovisores e spoiler traseiro com acabamento exclusivo
- Logo Fiat escurecido
- Moldura interna das portas com acabamento exclusivo
- Badge lateral S-Design
KIT MULTIMEDIA UCONNECT 7" (R$ 3.050)
- Volante com comandos de rádio e telefone
- Segunda porta USB para passageiros traseiro
- Central Multimídia Uconnect de 7'' Touchscreen com Android Auto e Apple Car Play, Bluetooth, entrada USB e sistema de reconhecimento de voz
KIT BICOLOR (R$ 950)
Teto, retrovisores e detalhe do parachoque dianteiro com as seguintes opções de pintura:
- Vermelho Monte Carlo com teto Preto Vulcano
- Branco Banchisa com teto Preto Vulcano
- Cinza Silverstone com teto Preto Vesúvio
- Branco Alaska com teto Preto Vesúvio
KIT STILE (2.030)
- Faróis de neblina
- Rodas de liga leve 6.0 x 15''
- Pneus 185/60 R15
Os números
- Preço: R$ 56.790
- Motor: 1.3 aspirado flex
- Potência: 109 cv a 6.250 rpm (e)
- Torque: 139 Nm a 3.500 rpm
- Câmbio: 5 marchas MT
- Tração: 4x2
- Comprimento:3,998 m
- Largura: 1,724 m
- Altura: 1,501 m
- Entre-eixos: 2,521 m
- Vão livre: 149 mm
- Peso: 1.140 kg
- Pneus: 185/60 R15
- Porta-malas: 300 litros
- Tanque: 48 litros
- Aceleração 0-100 km/h: 10s8
- Velocidade máxima: 184 km/h
- Consumo cidade: 12,5 km/l (g)
- Consumo estrada: 14,7 km/l (g)
- Emissão de CO2: 99