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Gol, Uno e Sandero se tornam dilema para montadoras

Carros beberrões podem sair de linha - e logo - se as montadoras não conseguirem melhorar a eficiência média com novos modelos

31 out 2021 - 13h18
(atualizado às 14h46)
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Volkswagen Gol e Voyage
Volkswagen Gol e Voyage
Foto: VW / Divulgação

Um fantasma paira sobre a indústria automobilística: o fantasma do programa Rota 2030. Desde 1º de outubro passaram a vigorar os novos valores para eficiência energética - e isso vai mexer bastante com o portfólio de algumas marcas. Carros populares, como Volkswagen Gol 1.6, Fiat Uno 1.0 e Renault Sandero 1.6 podem até ser retirados da linha se as montadoras não conseguirem melhorar a eficiência média com novos modelos.

Mas há outras formas de salvá-los. No caso da Volkswagen, a montadora mandou para o sacrifício o Fox 1.6. Na Fiat, os sacrificados foram o Argo 1.8 e o Cronos 1.8. Na Renault, quem pagou o pato, por enquanto, foi o Sandero R.S. 2.0. Esses movimentos são importantes porque, a partir de agora, as montadoras que não atingirem as metas de eficiência energética pagarão multa.

“As regras do Rota 2030 não determinam que os objetivos de eficiência energética sejam alcançados já a partir do primeiro mês de mensuração, mas que a média ponderada da marca nos 12 meses chegue lá “, explica Cássio Pagliarini, da Bright Consulting. “Por outro lado, os fabricantes interessados em bonificação de 1 ou 2 pontos percentuais de IPI para determinados modelos e versões não podem perder nenhum tempo, pois devem solicitar a qualificação antecipada até o final de outubro de 2021.”

Fiat Uno
Fiat Uno
Foto: Stellantis

É por isso que a Kia anunciou a chegada do Stonic, seu primeiro SUV híbrido, a Nissan tirou de linha o Versa V-Drive 1.6, a JAC aumentou sua oferta de elétricos e a Caoa Chery vai lançar carros híbridos em breve. Algumas marcas estão bem longe das metas. Os piores casos são os da Suzuki (-25%) e da Kia (-15%). Depois, numa faixa entre -6% e -10% aparecem Caoa Chery, Jaguar, Land Rover, Mercedes-Benz e Renault.

Numa posição um pouco mais confortável (até -5%) aparecem Audi, Honda, Hyundai, Nissan, Peugeot-Citroën (ex-PSA) e Volkswagen. A Mitsubishi e a JAC também estão neste grupo, mas com apenas -1% - então é fácil atingir a meta. Da mesma forma, a Ford, e a Fiat-Jeep (ex-FCA) também estão praticamente na meta, mas precisam fazer mudanças - daí a ameaça que ainda recai sobre o Uno 1.0. Ainda na Fiat, o Siena 1.0 e 1.4 e o Doblò 1.8 são carros que pioram a média.

Renault Sandero
Renault Sandero
Foto: Divulgação

A Honda vai mandar para o sacrifício o Civic 2.0 num primeiro momento e o Fit 1.5 na sequência. A Peugeot e a Citroën precisam compensar a pouca eficiência do 208 1.6 e do C4 Cactus 1.6, ambos aspirados. Na Kia, o Rio 1.6 e o Cerato 2.0 pioram muito a média da marca. Na Renault, além do Sandero 1.6, o Logan 1.6 é um problema. Na Caoa Chery, os carros menos eficientes são o Tiggo 2 e o Tiggo 5X, ambos 1.5. Na jaguar, o beberrão é o XE 2.0. E n a Volkswagen há outros problemas, além do Gol 1.6: Voyage 1.0 e 1.6, Polo 1.0 MSI e 1.6 e Virtus 1.6.

Quem é quem no Rota 2030
Quem é quem no Rota 2030
Foto: Bright Consulting / Reprodução

O fato de um carro estar piorando a média não significa que ele necessariamente sairá do mercado, mas é provável que a montadora vai ofertá-lo ao mínimo . Segundo Cassio Pagliarini, o Rota 2030 também vai provocar um aumento na participação de carros híbridos (para 2,7%), turbinados (para 50%) e com Start-Stop (para 40%). O consultor da Bright Consulting publicou um texto no site da empresa explicando quais são os caminhos que cada montadora pode trilhar para alcançar as metas:

"Em primeiro lugar, a substituição pura e simples de motorizações mais antigas por outras mais eficientes carrega os modelos para a direção desejada. Quanto mais cedo essa substituição acontece dentro do período de mensuração, mais rapidamente a marca irá se aproximar das metas. Muitos modelos já tiveram essas mudanças implementadas ao longo de 2021, como o motor 1.3 Turbo no Jeep Compass, ou o motor 1.0 Turbo do Hyundai Creta. No caso da Toyota, a disponibilidade de motorizações híbridas a etanol no Corolla e Corolla Cross foi suficiente para impulsionar fortemente a empresa na direção correta, inclusive com a qualificação antecipada dos incentivos."

"A substituição de modelos por outros mais eficientes também assegura o atingimento dos objetivos. Com a redução de imposto de importação para veículos eletrificados, a maioria das importadoras “virou a chave” e está concentrando seu portfólio dessa forma (regime de redução de impostos com vencimento em dezembro deste ano). Isso é demonstrado pela grande vantagem em eficiência energética já visível em algumas."

"O gerenciamento de mix também pode contribuir para o atingimento das metas, com a concentração de produtos menos eficientes para vendas a varejo antes do período de mensuração e sua redução durante os 12 meses de medição. Como medida extrema, alguns produtos estão saindo de linha, pois a evolução traria investimentos não amortizáveis pelos volumes comercializados."

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