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Já dirigimos: Honda City de 126 cv sente falta do turbo?

Honda tinha a opção de usar um motor 1.0 turbo de 3 cilindros para o New City, mas escolheu um novo 1.5 aspirado. Veja as consequências

15 dez 2021 - 11h00
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Novo Honda City 1.5 Touring
Novo Honda City 1.5 Touring
Foto: Caoa Mattos / Honda

Já dirigimos o Honda City da quinta geração. Não podemos considerar que foi uma avaliação completa, pois passamos apenas um dia com o carro. Foi possível rodar um pouco na cidade e pegar estrada de pista dupla. Assim, temos nossas primeiras impressões sobre o New City sedã, que pretendemos avaliar a fundo no início de 2022.

Novo Honda City 1.5 Touring
Novo Honda City 1.5 Touring
Foto: Caoa Mattos / Honda

Há uma clara percepção de que o City melhorou em todos os sentidos. Ele ficou maior, mais bonito, mais seguro, mais tecnológico e demonstrou um comportamento dinâmico superior ao City anterior. Houve também uma boa melhora nos números de consumo, mas não podemos dizer a mesma coisa do desempenho.

Quando a Honda desistiu de fazer o novo Fit no Brasil - o carro será substituído pelo inédito City Hatchback -, ela desistiu também do notável motor 1.0 turbo de 3 cilindros com 130 cv de potência. A opção foi manter a cilindrada (1.5) e a aspiração natural num motor de 4 quatro cilindros. Vale dizer que ele é novo, com várias partes de alumínio.

O novo motor 1.5 flex do City tem duplo comando de válvulas (antes era único) e injeção direta de combustível (antes era injeção multiponto). Assim, mesmo sendo aspirado, o City 1.5 ganhou potência e ficou mais econômico. 

Novo Honda City 1.5 Touring
Novo Honda City 1.5 Touring
Foto: Caoa Mattos / Honda

O novo City tem 126 cv a 6.200 rpm. Portanto, houve um ganho de 11 cv com gasolina e de 10 cv com etanol. O torque subiu com os dois combustíveis. Passou de 149 para 152 Nm com gasolina e de 150 para 155 Nm com etanol. A força máxima do motor agora está disponível a 4.600 rpm (antes surgia a 4.800). 

O câmbio CVT de 7 marchas é o mesmo, mas a Honda melhorou a resposta no kickdown (afundar o pé de uma vez no pedal do acelerador) e o controle de velocidade em situação de descida. Rodando, não sentimos nenhuma diferença - o câmbio ainda parece ser um pouco lento. Uma boa novidade é que todas as versões saem de fábrica com borboleta para trocas de marcha manuais.

Na aceleração de 0 a 100 km/h o desempenho é o mesmo de antes: 9,3 segundos. Mas, se o desempenho do motor 1.5 aspirado não é empolgante, o consumo melhorou. O City sedã agora faz 13,1 km/l na cidade e 15,2 na estrada com gasolina. Antes fazia 12,3 e 14,5. Com etanol o novo City tem autonomia de 9,2 km/ na cidade e 10,5 na estrada. Antes a autonomia com etanol era de 8,5 e 10,3.

Novo Honda City 2022
Novo Honda City 2022
Foto: Honda / Divulgação

Portanto, a pergunta persiste: valeu a pena ter esnobado o motor 1.0 turbo de 3 cilindros? A Honda diz que sim. Segundo a montadora japonesa, o motor de 4 cilindros não vibra como o de 3 e pode receber todas as novas tecnologias. Um concorrente do City, o Volkswagen Virtus, tem versões com motor 1.0 turbo de 3 cilindros com variação de fase não apenas na admissão, mas também no escape.

Com peso semelhante (+20 kg), um pouco mais de potência com etanol (+2 cv) e menos potência com gasolina (-10 cv), o Virtus 1.0 TSI tem também um torque maior (200 Nm) e realmente consegue ser mais rápido (9,9 segundos), porém perde em todas as comparações de consumo.

Novo Honda City 1.5 Touring
Novo Honda City 1.5 Touring
Foto: Caoa Mattos / Honda

Como o consumo hoje parece ser mais importante do que a potência, a decisão da Honda foi boa. O melhor do carro, entretanto, é o bem estar a bordo que proporciona aos seus ocupantes. O acabamento do habitáculo tem boa qualidade, os bancos são excelentes, o volante de direção tem ótima empunhadura, a ergonomia é perfeita para o motorista e todos os comandos ficaram bem melhores nesta quinta geração.

O rodar é suave e o novo sistema de segurança Honda Sense colocou o City num patamar superior ao que tinha antes. O carro ficou maior e mais espaçoso, porém nem tudo é perfeito. O assento do meio do banco traseiro é muito mais alto do que os dois laterais, o que quase impossibilita seu uso. Menos mal que dá para baixar a mesinha central e usar dois porta-copos. 

Novo Honda City 2022
Novo Honda City 2022
Foto: Honda / Divulgação

Não há entrada USB para o banco de trás, somente saída do ar-condicionado - uma economia inacreditável num carro que custa R$ 123.100. De qualquer forma, a nova multimídia é excelente, com conectividade Android e Apple sem fio e carregamento do celular por indução. O porta-malas, embora tenha sido reduzido de 536 para 519 litros, continua sendo enorme - mas perdeu o título de maior da categoria para o Virtus (521 litros).

Novo Honda City 1.5 Touring
Novo Honda City 1.5 Touring
Foto: Caoa Mattos / Honda

A  multimídia de 8” está muito bem posicionada e é bastante intuitiva - é superior à do Civic, um modelo maior. O quadro de instrumentos também é digital, em tela TFT de 7”, mas a Honda teve a boa ideia de manter os mostradores com os tradicionais ponteiros para indicar a velocidade e o conta-giros. Mas há também um número grande visível na tela.

Novo Honda City 1.5 Touring
Novo Honda City 1.5 Touring
Foto: Caoa Mattos / Honda

Esteticamente o novo Honda City continua sendo discreto. Os espelhos retrovisores foram deslocados da base da coluna A para uma posição mais recuada na porta, o que melhorou a visibilidade em curvas e manobras. O conjunto ótico é muito bonito, com faróis afilados e uma discreta “pestana” fazendo o papel de luz de circulação diurna. As rodas de liga leve de 16” usam pneus 185/55 R16 (não são muito largos).

O novo Honda City começa a ser vendido em janeiro em três versões:

New City EX - R$ 108.300;

New City EXL - R$ 114.700;

New City Touring - R$ 123.100.

Novo Honda City 1.5 Touring
Novo Honda City 1.5 Touring
Foto: Caoa Mattos / Honda
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