Já dirigimos: Taos mostra na pista que é um SUV matador
Volkswagen Taos revela grandes virtudes na pista de testes da Goodyear; confira nossas primeiras impressões com o SUV médio
Finalmente pudemos dirigir o novíssimo Volkswagen Taos. Ainda não foi nas condições ideais (no dia a dia, cidade e estrada), mas sim num circuito fechado: a pista de testes da Goodyear em Americana (SP). Para as primeiras impressões do novo SUV médio da Volks, entretanto, foi suficiente. E o Taos mostrou seu caráter: é matador.
Matador no sentido de matar a concorrência mesmo. Vai tirar a liderança do Jeep Compass? Não, pelo menos a curto prazo, pois o Taos tem apenas duas versões e o Compass tem várias, inclusive 4x4 a diesel. Mas desde já o Volkswagen Taos se credencia para reivindicar a liderança em qualidade. Embora essas primeiras impressões tenham sido num ambiente controlado, a pista de testes de pneus possibilitou as seguintes conclusões.
Pista lisa em reta -- Neste ambiente o Taos mostrou boa disposição. Nossa grande dúvida, a limitada potência do motor 1.4 turbo, foi sanada. A engenharia da Volkswagen conseguiu um precioso ajuste entre potência, torque e relação de marchas. São 150 cv, 250 Nm e 6 marchas. Na aceleração, ele mostra um levíssimo turbo lag (retardo na resposta do turbocompressor), o que é absolutamente normal em carros com apenas uma turbina.
Nas reacelerações (retomadas de velocidade), o Taos mostrou um desempenho bastante satisfatório. O câmbio não tem o mínimo titubeio, seja nas trocas automáticas do modo Drive, nas automáticas do modo Sport ou nas trocas manuais (possíveis na alavanca e na borboleta do volante). Ainda nessa condição de pista pudemos testar os freios, que são muito eficientes. Somente na frenagem em pânico a 160 km/h percebe-se desvios de trajetória. Aprovado!
Pista irregular -- Nos diferentes pisos irregulares da pista da Goodyear, o Taos revelou que a suspensão é mais dura do que a de outros carros da Volkswagen. Ficou bastante claro o compromisso de valorizar o comportamento dinâmico e não o conforto excessivo, que deixa o carro molengão. De alguma forma, o Taos parece resgatar uma tradição da marca. Aparentemente, isso não chega a comprometer o conforto, mas precisamos rodar com o carro no dia a dia para chegar a uma conclusão.
Pista lisa em curva -- Outro ambiente no qual o Taos se sentiu “em casa”. O carro tem muita estabilidade. É tão neutro que nem parece ter tração dianteira, pois mesmo rápido ele está sempre na mão. Não chegamos a atingir uma velocidade que sugerisse uma ligeira saída de frente nas curvas. Pelo contrário: a carroceria baixa (eis um SUV moderno) se acomodou nas suspensões (independente nas quatro rodas) e sua estabilidade foi um dos pontos altos. Mas, também aqui, é preciso ver como ele se comporta na estrada, onde as curvas não são tão perfeitas quanto na pista da Goodyear.
Slalom -- O Taos tem a direção muito direta. É, de fato, um Volkswagen superior, comparando com os demais carros da linha no Brasil. Ele está mais para o Tiguan do que para o T-Cross -- e isso é um elogio. O volante de direção também tem dimensões e ângulo de inclinação que favorecem uma condução esportiva. A sensação ao volante é de completo domínio do veículo.
Pista molhada -- A Goodyear tem uma área enorme que fica com uma boa camada de água por cima do piso, o que serve para testar os pneus em pista bem molhada. De novo o Volkswagen Taos se comportou muito bem. O carro traz muitos sistemas de segurança. Um dos mais importantes é o sistema de vetorização de torque (ausente no Jeep Compass), que permitiu ao Taos brilhar muito no travado circuito de pista molhada.
Graças a esse sistema, se uma roda perde o contato ou reduz o “grip” com o piso, o torque e os freios atuam com sensores nas outras rodas para permitir que o carro mantenha o equilíbrio e a trajetória. Por isso, o Volkswagen Taos passou sem problemas pela prova da pista molhada. Nos casos de “abuso” de nossa parte, o ABS foi suficiente para não deixar o carro rodar.
Frenagem de emergência -- Também pudemos ver a atuação da frenagem autônoma de emergência do Taos em ação. A Volkswagen exibiu uma prova no qual um boneco atravessava a pista e uma unidade de testes do Taos, equipada com robôs na direção e nos freios, fazia uma frenagem autônoma de emergência. O sistema funciona por radar. Ele identifica pessoas em movimento e para totalmente o carro antes que haja um atropelamento.
Nossa conclusão geral nessas primeiras impressões é de que o motor 1.4 TSI deu conta do recado. Ele casou perfeitamente com o câmbio AT6 da Aisin. Talvez não fosse tão bom se a potência fosse muito maior, como já vimos numa avaliação do novo Jeep Compass 1.3 turbo, que tem câmbio AT6, mas uma potência de 185 cv. O Taos não é um campeão de velocidade. Mas parece ter um ótimo compromisso entre desempenho e consumo.
Agora, aguardamos o momento em que a Volkswagen vai liberar seu SUV médio para uma avaliação completa, no dia a dia, em cidade e estrada, quando o Taos finalmente será submetido à vida real. Afinal, uma coisa é brilhar num ambiente controlado, a outra é passar pelo crivo das pequenas exigências na rotina dos usuários de um automóvel, que são incontáveis. Neste primeiro contato, o Taos brilhou, foi um SUV matador. Tem tudo para brilhar também em nossa avaliação.