Na estrada com o Honda WR-V intermediário de R$ 104 mil

Test Drive do Honda WR-V 1.5 CVT, versão intermediária, com motor aspirado flex, que custa R$ 104.400

Sergio Quintanilha

12 nov 2021 - 06h00

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Honda WR-V EX 1.5
Foto: Cris Prado / Guia do Carro

O Honda WR-V não é exatamente uma novidade. Pelo contrário, ele só chegou ao mercado - como crossover que todo mundo chama de SUV - quando o Honda Fit, do qual deriva, já tinha muitos anos de mercado. O WR-V faz no Brasil o papel do Jazz Crosstar no mercado europeu. Resta uma dúvida: se a Honda avançará com a renovação da dupla Fit/WR-V no futuro próximo, pois a pandemia "congelou” o projeto.

Se sim, o novo WR-V ganhará o novo motor 1.5 i-VTECH que estreará ainda em novembro na nova geração do Honda City. Enquanto isso, o Honda WR-V cumpre sua função, tentando acompanhar as atualizações do mercado com o visual ligeiramente melhorado na linha 2021.

Já tínhamos avaliado o Honda WR-V 2021 na versão topo de linha, EXL, então agora foi a vez de pegarmos a estrada com o WR-V intermediário, versão EX. Antes de falaremos das diferenças das versões do WR-V EX em si, veja a seguir os preços e principais itens da linha 2021.

LX: R$ 96.600 - traz rádio, Bluetooth e conexão USB.

EX: R$ 104.400 - por +R$ 8.300 acrescenta Android Auto, airbags laterais, faróis de led, sensor traseiro, ar-condicionado automático, aletas no volante, apoio de braço, piloto automático e indicador da temperatura externa.

EXL: R$ 109.500 - por +R$ 5.100 acrescenta navegador GPS, airbags de cortina, sensor dianteiro, retrovisores rebatíveis eletricamente, retrovisor eletrocrômico e bancos de couro.

Na viagem que fizemos no roteiro São Paulo-Londrina-São Paulo, cerca de 1.200 km ida e volta, com três pessoas a bordo na ida e duas na volta, o único item que fez falta (na ida) foram os airbags de cortina. Felizmente, não houve acidente e isso não fez diferença. Portanto, para quem viaja em duas pessoas, os quatro airbags da versão EX são suficientes.

O que é novo

> O WR-V 2021 teve uma significativa melhora no design frontal , ganhou equipamentos inéditos e traz mais itens de segurança. Visualmente, o carro traz uma nova grade frontal e área cromada mais estreita.

> Os faróis das versões EX e EXL agora são de LED. A moldura dos faróis de neblina também mudou. E todas as versões têm luzes diurnas de LED. A traseira ganhou lanternas de LED

> Um novo para-choque deixou o carro 6,7 cm mais longo e ajudou no visual., mas o design delas, que era o ponto fraco do carro, foi mantido. A Honda perdeu uma chance de ajustar isso. O friso superior da placa, que antes era cromado, agora é da cor da carroceria. Mas o melhor é que as rodas são de 16”, com novo acabamento escurecido.

> Uma boa notícia é que o WR-V 2021 ganhou controles de estabilidade e tração, assistente de partida em subida e luzes de frenagem de emergência em todas as versões, como equipamento de série.

> O WR-V é lento na aceleração de 0 a 100 km/h (12,3 segundos), mas o câmbio permite travar a marcha e aumentar os giros do motor em caso de necessidade de uma rápida retomada de velocidade.

> A potência máxima surge apenas a 6.000 rpm com etanol e a 6.600 com gasolina -- ou seja, é preciso fazer o motor berrar para tirar tudo dele. O torque máximo também demora a surgir (somente a 4.800 rpm).

Impressões da viagem

> Para rodar a 120 km/h, o motor 1.5 aspirado flex deu conta do recado. Ele tem 116 cv de potência e 150 Nm de torque. Em velocidade constante ele mantém 3.000 giros, mas nas ultrapassagens sobe para 4.000 ou 5.000 rpm fácil. Isso aumenta o consumo e o nível de ruído interno, por isso não forçamos.

> Devido ao alto regime de giros, praticamente não usamos as aletas para antecipar marchas. Isso resultou num consumo até surpreendente, pois o Honda WR-V fez uma média de 13,5 km/l de gasolina na estrada, contando a viagem inteira. Esse número foi melhor do que o indicado pelo Inmetro, que é de 12,4 km/l na estrada.

> A posição de dirigir é ótima. O volante tem ajuste de altura e profundidade e os bancos são bem anatômicos. O que agradou bastante foi o porta-objetos do lado esquerdo do volante, pois o cabo do Android Auto não funcionou, então ele fez o papel de suporte para o celular.

> O Bluetooth serviu para ouvir músicas e os botões de apertar são melhores do que os comandos todos táteis. Mas a multimídia do WR-V EX não é das mais modernas. O não funcionamento do Android Auto incomodou bastante, mas a culpa não foi do carro e sim do cabo, que não era adequado.

> O porta-malas de 363 litros acomodou bem as bagagens - duas malas médias (23 kg), duas mochilas e dois travesseiros.

> A suspensão foi um dos pontos altos do carro. Ela não é mole, mas também não dá as batidas secas que experimentamos rodando com o novo Hyundai Creta. Quem estava no banco de trás considerou o WR-V mais confortável do que o Creta.