Novo Chevrolet Monza faz sucesso na China; sonho renasce
GM planeja lançar o novo Chevrolet Monza no México, o que provoca especulações sobre sua vinda para o Brasil. Entenda as possibilidades
Produzido no Brasil de 1982 a 1996, o Chevrolet Monza é um dos carros de maior sucesso na história da GM do Brasil. Antes do Onix, foi o único carro da marca a se sagrar campeão nacional de vendas, em 1984, 1985 e 1986. O carro que fez sucesso no Brasil era derivado do Opel Ascona, um veículo europeu. Agora, o Chevrolet Monza está de volta. Desde 2019, voltou a ser fabricado pela GM na China e tem feito sucesso. Segundo a consultoria Car Sales Base, vendeu 141.795 unidades no ano passado e 118.957 em 2020, apesar da pandemia de coronavírus.
O novo Chevrolet Monza pode voltar ao mercado brasileiro? Talvez. A boa notícia para os fãs do carro é que a General Motors planeja lançar a próxima geração do Monza no México. A informação foi dada pelo site GM Authority em 22 de setembro, em reportagem assinada por Deivis Centeno. “Fontes familiarizadas com o assunto nos informaram que a GM tem planos de lançar o Chevrolet Monza no mercado mexicano nos próximos meses, já que os sedãs mantêm um alto nível de aceitação no país latino”, informou o GM Authority.
Segundo a reportagem do site -- que é especializado em notícias sobre a GM em todo o mundo --, “o México se tornará o primeiro país estrangeiro a receber o novo Chevrolet Monza desde que a placa de identificação histórica foi ressuscitada em novembro de 2018 em um veículo exclusivo da China”. O que isso tem a ver com o Brasil? Muita coisa.
É fato que o Chevrolet Cruze já saiu dos planos da GM. O sedã médio deixou de ser produzido em várias partes do mundo. A única fábrica que mantém a produção é a da Argentina. O Cruze tem vendido menos de 500 unidades/mês no Brasil nos últimos meses, acumulando apenas 8.750 unidades no ano. Por outro lado, o Chevrolet Onix Plus está tendo um ano espetacular, alcançando mais de 81 mil vendas em 2020.
O novo Chevrolet Monza é baseado na Plataforma GM-Patac K. O carro mede 4,630 m de comprimento, 1,798 m de largura e 1,485 m de altura. A distância entre-eixos é de 2,640 m. Em relação ao Onix Plus, o novo Monza é maior. O Onix Plus tem 4,474 m de comprimento, 1,730 m de largura, 1,476 m de altura e 2,600 m de entre-eixos. O porta-malas tem 469 litros de capacidade. Já o Cruze sedã mede 4,665 m de comprimento, 1,807 m de largura, 1,484 m de altura e 2,700 m de entre-eixos. Porta-malas de 440 litros.
Na China o Monza substituiu o Cruze por ser considerado mais racional. No mercado chinês, o novo Monza tem várias configurações. Uma com motor de quatro cilindros aspirado, duas com motor de três cilindros e uma híbrida leve com bateria de 48 volts. O Monza previsto para o México é o 1.3 turbo de três cilindros com 163 cv de potência e câmbio automático de seis marchas. O torque é de 230 Nm.
O Monza chinês se encaixa na categoria B superior e já está em fase de homologação no México, devendo estrear em 2021 no lugar do Chevrolet Cavalier, que também é feito na China, mas não obteve muito sucesso. Para o México, o Chevrolet Monza torna-se interessante porque o país aderiu ao tratado de livre comércio entre a China e 14 países que têm litoral no Oceano Pacífico.
O Brasil não apenas não faz parte do Pacífico como tem dificultado as relações comerciais com a China, dando preferência aos negócios com os EUA. Isso coloca o novo Chevrolet Monza na mesma situação do Ford Territory. Em compensação, a moeda chinesa (renminbi) tem valor muito parecido com o real. Assim, o Monza chinês tem preços entre R$ 78 mil e R$ 98 mil.
Como não é produzido na América Latina e o Brasil não tem acordo bilateral com a China, a única opção é trazer uma ou duas versões topo de linha. De qualquer forma, ainda não há uma definição clara sobre qual será o modelo a substituir o Chevrolet Cruze na fábrica da Argentina, embora os rumores apontem para um SUV de 7 lugares. Entretanto, se a GM optar por manter um sedã na linha, o Monza teria mais chances do que o Cruze, pois os carros da Chevrolet na América do Sul têm tido desenvolvimento conjunto com os carros chineses (caso da família Onix).
Se tiver que ser apenas importado, caso a ideia da volta do Monza vingue na GM do Brasil assim como vingou na GM do México, a opção mais viável talvez seja a híbrida leve, que é capaz de fazer 21,3 km/l de gasolina, pois o sistema reduz o consumo em 9,6%, segundo a GM da China. Nesse caso, seria um carro de baixo volume, mas que poderia resgatar a mística da marca Monza, que ainda é muito forte no Brasil.