Novo Renault Duster chega com vários desafios a superar
O novo Duster será apresentado esta semana em Foz do Iguaçu. Veja quais são as mudanças confirmadas e alguns desafios do SUV compacto
O Renault Duster já foi líder do mercado brasileiros de SUVs. Lançado em 2011, ele chegou à liderança em 2012, quando conseguiu o inédito feito de superar o Ford EcoSport. O Duster vendeu naquele ano 46.893 unidades, contra 38.282 do EcoSport. No ano seguinte, o Eco recuperou a liderança. Porém, a partir de 2015, quando houve vários lançamentos no segmento, o Duster teve vida mais difícil e foi reposicionado pela Renault. Em 2017, com a chegada do Captur, o Duster perdeu ainda mais relevância. Mas agora ele está de volta. A Renault apresenta esta semana, em Foz do Iguaçu (PR) uma reestilização do Duster. Para brilhar, o carro terá de superar alguns desafios.
Embora não seja uma nova geração -- o que aumenta as dificuldades do carro --, o Duster terá várias mudanças. Uma delas já foi revelada pela Renault. Os faróis agora estão integrados à grade e tem luzes diurnas de LED. O desenho dos faróis e da grade ficou bem interessante. Destaque também para os quatro faróis auxiliares, que reforçam o caráter utilitário do Duster. Uma foto vazada na internet, porém, mostra a lanterna traseira parecidíssima com a do Jeep Renegade. O capô também vai ser mais alto e com quatro vincos formando duas áreas de “musculatura”.
Por dentro, o Duster ficou bem diferente. O painel ficou muito mais horizontal e tem quatro saídas de ar bem horizontais na parte superior do painel. A tela multimídia ficou bem maior (8”), porém ainda aparece muito abaixo da linha do quadro de instrumentos, o que denuncia uma certa defasagem do projeto. O volante multifuncional é o mesmo dos novos Sandero e Logan e o quadro de instrumentos vai manter o estilo clássico e funcional.
O carro deve vir com rádio, rodas de aço, computador de bordo, vidros elétricos e central multimídia na versão de entrada. A intermediária terá central multimídia deve vir com ar-condicionado digital, sensores de estacionamento na dianteira e na traseira, além de câmera de ré. As rodas serão de liga leve, de 17”. Piloto automático e faróis de neblina também devem ser de série. Na versão topo de linha, o Duster deve ganhar câmeras na frente e nos retrovisores, alerta de ponto cego, partida por botão e faróis com acendimento automático, entre outros itens.
A segurança e a motorização são os dois pontos mais complicados para o Duster 2021. Se o carro vier apenas com os dois airbags obrigatórios, como é hoje, certamente vai continuar sendo vista com desconfiança por boa parte dos consumidores. Os motores não vão mudar, portanto o Duster reestilizado deve chegar com motores 2.0 de 148 cv e 1.6 de 120 cv. Virá com start-stop, o que ajuda a economizar combustível, mas é pouco. Nem sistema flex que elimina o tanquinho ele deve ter. Para este ano está prevista a estreia de um novo motor 1.3 turbo, que deixará o Duster mais eficiente.
O Duster é um bom carro, com ótimos atributos de SUV, mas essa geração foi concebida quando as pessoas queriam SUVs de verdade. Hoje a tendência é que carros mais baixos façam sucesso. O porta-malas de 475 litros (ou 400 na versão 4x4) é um aliado do carro, bem como o vão livre do solo (210 mm), o ângulo de entrada (30 graus), o ângulo central (22 graus) e o ângulo de saída (34,5 graus), mas o que vai fazer a diferença é o posicionamento do carro. A potência específica dos dois motores é apenas de 74 e 75 kg/litro, o que precisa ser compensado por outros fatores. Por isso, aguardamos a apresentação oficial para conhecer as cartas na manga da Renault.
Em 2019, o Renault Duster ficou em nono lugar no ranking de SUVs, com 26.090 emplacamentos. Junto com o Renault Captur, ele forma uma dobradinha vitoriosa, de quase 55 mil carros/ano, o que dá os coloca em terceiro lugar. O Duster compartilha a plataforma com o Captur, portanto precisa ser diferente do irmão mais belo. A permanência de itens que deram ao Duster uma boa fama perante o público de carros 4x4 pode ser um começo.