Teste: Jaguar E-Pace de 300 cv não nega o DNA

Ingleses sabem fazer SUV como ninguém, basta  ver a história dos Land Rover. Por isso, há três anos, outra marca inglesa do mesmo grupo, a Jaguar, também decidiu explorar esse DNA. O resultado foram dois ótimos SUVs: o F-Pace e o E-Pace (mais compacto). O Jaguar E-Pace foi lançado em 2018, então ainda é um carro totalmente novo. 

Trata-se do primeiro Jaguar com o sistema Active Driveline aliado à tração nas quatro rodas. O carro funciona a maior parte do tempo com tração traseira, mas o Active Driveline aciona a tração nas quatro rodas quando o piso exige, automaticamente. Testamos o sistema na terra e ele corrigiu todas as escapadas. 

Esta é a configuração mais potente Jaguar E-Pace, com motor P300 a gasolina de 300 cv de potência e 400 Nm de torque. No Brasil, o Jaguar E-Pace tem também o motor 2.0 flex de 249 cv de potência. Atualmente o F-Pace é o carro mais vendido da Jaguar no Brasil, com 970 emplacamentos de janeiro a novembro de 2019.

O design é espetacular e a dirigibilidade é empolgante. Seu desenho é o de um SUV cupê, mas um prolongamento no teto (que funciona como aerofólio) deixa o carro com um visual normal, dependendo do ângulo que se olhe. O teto solar tem quatro diferentes opções de design, podendo ser fechado ou totalmente panorâmico.

Por dentro, o Jaguar E-Pace adotou um design muito limpo, de forma que a grande quantidade de equipamentos não confunde o motorista. Durante toda nossa experiência de utilização do carro, em estradas da Córsega (França), o E-Pace se mostrou um carro fácil de lidar, amigável em todos sentidos.

O que nós gostamos

O silêncio a bordo é um ponto positivo do Jaguar E-Pace. O sistema Adaptive Dynamics (opcional) monitora constantemente o comportamento do veículo e configura automaticamente a suspensão como um todo. Vale a pena para ter um carro de dinâmica superior, como o que avaliamos. O sistema de vetorização de torque mantém o carro na trajetória mesmo em situações de pouca aderência na terra.

O display central e 10” é bem posicionado e tem alto nível de conectividade. São quatro pontos de carga de 12 volts e cinco saídas USB, além de Wi-Fi a bordo. O quadro de instrumentos de 12,3” é totalmente digital. 

Mesmo com a queda traseira da carroceria, a cabeça do passageiro não bate no teto do Jaguar E-Pace, pois o arco em cupê está na lateral e não no teto. Belíssima solução de design. O porta-malas de 577 litros (até o teto) é raro em SUVs dessa categoria. A suspensão integral link, que é compacta, permitiu esse ganho de espaço para bagagens.

O E-Pace foi o primeiro Jaguar equipado com a nova geração do head-up display, que oferece 66% mais informações no parabrisa, com melhor padrão de leitura. Se não bastasse, o SUV de luxo também tem vários sistemas de segurança e condução semi-autônoma. 

O que pode melhorar

O consumo do Jaguar E-Pace de 300 cv é alto, o que é compreensível pela potência disponível.

Outra coisa que poderia melhorar, que seria um motor flex, a Jaguar já fez, para as duas versões de entrada (básica e R-Dynamic S). 

Os números

• Preço: R$ 286.100
• Motor: 2.0 turbo
• Potência: 300 cv a 5.500 rpm
• Torque: 400 Nm a 1.500 rpm
• Câmbio: 9 marchas AT
• Comprimento: 4,395 m
• Largura:  1,984 m 
• Altura: 1,649 m
• Entre-eixos: 2,681 m
• Vão livre: 204 mm
• Peso: 1.819 kg
• Pneus: 255/50 R20
• Porta-malas: 484 litros
• Tanque: 68 litros
• 0-100 km/h: 6s4
• Velocidade máxima: 243 km/h
• Consumo cidade: 6,3 km/l
• Consumo estrada: 8,8 km/l
• Emissão de CO2: 191 g/km