Tiggo 7 Pro tem motor turbo de 187 cv e custa R$ 179.990

O novo Tiggo 7 Pro já está à venda nas concessionárias da Caoa Chery. O modelo coloca a marca num patamar superior na categoria C-SUV (médio) e já mostra quem é seu principal rival: o Jeep Compass, líder da categoria. O novo Tiggo 7 Pro tem atributos para essa briga: novo motor 1.6 turbo GDI de 187 cv de potência e 274 Nm de torque. O Compass tem motor 1.3 turbo flex de 185 cv e 270 Nm.

Ao contrário do que se tornou comum no mercado brasileiro, a Caoa Chery só apresentou o carro quando já o tinha em produção e disponível nas 137 concessionárias da marca. Por isso, o novo Tiggo 7 Pro já está à venda pelo valor promocional de R$ 179.990. O preço de lista não foi divulgado.

Ao contrário do que aconteceu com os dois lançamentos da linha Pro (Tiggo 3x e Arrizo 6), o Tiggo 7 Pro não vai conviver com o modelo antigo. A Caoa Chery achou melhor interromper a produção do Tiggo 7, que tinha motor 1.5 turbo de 150 cv e 210 Nm. O nome Pro foi agregado para que o público não tenha dúvidas de que se trata de um SUV com maior valor agregado.

A plataforma é a mesma de antes, mas tudo é novo no Tiggo 7 Pro. O carro é maior, mais bonito, mais seguro, mais conectado, mais tecnológico, mais potente e mais econômico. Além das mudanças visuais, que introduzem a nova frente com grade cheia de pontinhos e faróis full led, o Tiggo 7 Pro agrega mudanças técnicas interessantes em relação ao antigo Tiggo 7 TXS 1.5.

O grande destaque é o motor. Trata-se do mesmo motor que equipa o Caoa Chery Tiggo 8 (maior e mais pesado): 1.6 de 4 cilindros em linha, 16V, com turbocompressor e injeção direta de gasolina. Segundo a Caoa Chery, o sistema flex está  em desenvolvimento e pode estrear em breve. Com 24 cv a mais de potência e 64 Nm a mais de torque, o SUV médio ficou muito mais esperto. 

O Tiggo 7 Pro acelera de 0 a 100 km/h em 8,1 segundos (antes era 11,5 segundos). Trata-se de um ganho incomum de 3,4 segundos na aceleração! As retomadas de velocidade, segundo o fabricante, ficaram assim: 40-80 km/h em 3,5 segundos; 60-100 km/h em 4,6 segundos; 80-120 km/h em 5,4 segundos. O carro, portanto, tem alguma pretensão esportiva, mas se destaca mesmo pela melhoria no padrão geral.

O câmbio automatizado de dupla embreagem tem 7 marchas e nos pareceu mais adequado para os 187 cv do Tiggo 7 do que o automático de 6 marchas em relação aos 185  cv do Compass. O Tiggo 7 Pro ganhou joystick no lugar da alavanca de câmbio e tem dois modos de condução (Eco/Sport). É possível fazer trocas manuais pelo joystick. Uma pena que toda essa melhora no desempenho não tenha convencido a montadora a equipá-lo também com aletas no volante, pois isso elevaria suas pretensões esportivas.

A suspensão traseira também é nova. Ela ganhou novos amortecedores e novo acerto para a utilização no Brasil. Os engenheiros da Caoa Chery fizeram um ajuste para melhorar a dirigibilidade e reduzir o nível de ruído. Além disso, o carro vem equipado com o controle de tração mais moderno da Bosch (9.3), que tem atuadores mais rápidos, o que resulta em um rodar com maior estabilidade e, portanto, maior conforto. 

Dirigimos o carro nas vias marginais de São Paulo, na Rodovia dos Bandeirantes e na Rodovia Castello Branco - um trajeto insuficiente para um julgamento aprofundado do Tiggo 7 Pro, mas suficiente para algumas impressões. A melhor foi a ergonomia dos bancos, que são bem anatômicos, com ótima posição de dirigir; o volante de direção com ajustes de altura e profundidade tem boa empunhadura. A pior foi o design exótico do quadro de instrumentos, que poderia ser mais simples e sem enfeites desnecessários.

De qualquer forma, o painel digital de 12,3” traz um computador de bordo bastante completo e fácil de usar, com rápido acesso à autonomia do veículo e a outras informações, como o monitoramento da pressão e da temperatura dos pneus. A tela multimídia de 10,25” é fincada sobre o painel, fica em posição bem horizontal na mesma altura do cluster (o que é bom) e oferece conectividade Android Auto e Apple CarPlay. Por meio dela é possível, entre outras funções, definir o ângulo de abertura da tampa do porta-malas.

O bagageiro do Tiggo 7 Pro também é (bem) maior. Ele passou de 414 litros para 475 litros, 1 litro a menos do que o do novo Jeep Compass. Agora é possível abrir o porta-malas do Tiggo 7 sem tocar em nada e sem precisar passar o pé por baixo da carroceria - basta se aproximar com a chave no bolso, parar por uns 2 segundos e dar um passo atrás que ele abre automaticamente até a altura definida na multimídia.

Como é comum em carros da Caoa, o Tiggo 7 Pro é repleto de itens eletrônicos. Ele traz monitor de ponto cego, alerta de tráfego lateral (acende uma luz nas portas dianteira e traseira a menos de 25 km/h), alerta de tráfego traseiro cruzado, alerta de colisão na traseira quando um carro se aproxima rapidamente por trás, aviso de uso do cinto de segurança para todos os ocupantes, câmera 360 graus, carregamento de celular sem fio, luz ambiente panorâmica (dá até para combinar com o ritmo da música preferida), bancos dianteiros elétricos, banco do motorista com ajuste lombar e chave presencial com climatização à distância.

O novo Tiggo 7 Pro tem ainda piloto automático, ar-condicionado dual zone com saída traseira, duas entradas USB na dianteira e uma na traseira, bancos com revestimento premium, teto solar panorâmico e vários outros itens. O interior do carro revela um padrão de design caprichado, em combinação com as linhas exteriores, nas quais se destaca uma saliência na coluna C. As rodas de liga leve são diamantadas e vestem pneus 225/60 R18, bastante adequados para a proposta do veículo.

Pelas primeiras impressões, não há motivos para temer o fato de o Tiggo 7 Pro ser um projeto criado na China. Este SUV foi desenvolvido e testado também no Brasil e sua produção é feita em Anápolis (GO), na mesma fábrica de onde saem o Tiggo 8 e alguns modelos da Hyundai. O Tiggo 7 Pro tem seis airbags de série. Ele ainda não passou pelo teste de impacto no C-NCAP, por ser muito recente, mas o antigo tirou cinco estrelas (nota máxima).

O novo Tiggo 7 Pro estreia a cor Midnight Blue perolizada, um indicativo de que a Caoa Chery pode ser menos conservadora nesse aspecto. As outras cores são Branco (perolizado), Prata, Preto e Cinza (metálicos). A garantia continua sendo de cinco anos.

Em 2021, o Tiggo 7 bateu seu recorde de vendas, emplacando 3,9 mil unidades. O SUV médio estreou em 2019 com 2,2 mil vendas e em 2020 subiu para 2,6 mil. Portanto, são quase 9 mil unidades do Tiggo 7 nas ruas brasileiras. O desafio agora é atingir a marca de 4 mil unidades em 2022 e bater novo recorde.

Credenciais para isso o carro tem. Além do ganho de potência e da melhoria geral, a Caoa Chery tem o argumento da economia. O Tiggo 7 com motor 1.5 tinha uma relação peso/potência de 10 kg/cv e sua autonomia com gasolina era de 9,7 km/l na cidade e 10,9 km/l na estrada. Agora, com o novo motor 1.6 TGDI, o Tiggo 7 Pro tem uma relação peso/potência sonhada por muitos carros (8,6 kg/cv) e consumo um pouco melhor (faz 9,9 km/l na cidade e 11,7 na estrada). Aguardamos agora a oportunidade de realizar uma avaliação de sete dias, mais completa e minuciosa.

Os números

• Preço: R$ 179.990 
• Motor: 1.6 turbo
• Potência: 187 cv a 5.500 rpm
• Torque: 274 Nm de 2.000 a 4.000 rpm
• Câmbio: 7 marchas DTC
• Comprimento: 4,500 m 
• Largura: 1,842 m 
• Altura: 1,705 m
• Entre-eixos: 2,670 m
• Vão livre: 173 mm
• Peso: 1.489 kg
• Pneus: 225/60 R18
• Porta-malas: 475 litros
• Carga útil: 399 kg
• Tanque: 51 litros
• 0-100 km/h: 8s1
• Velocidade máxima: n/d
• Consumo cidade: 9,9 km/l
• Consumo estrada: 11,7 km/l
• Emissão de CO2: 126 g/km