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Vale a pena comprar o Chevrolet Tracker 1.0 Turbo?

Com duas versões e motor flex de 116 cv, o novo Tracker 1.0 tem câmbio manual por R$ 85.290 e automático por R$ 93.490

11 mai 2020 - 04h00
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O novo Tracker parte de R$ 85.290 com motor 1.0 turbo. Na foto, a versão Premier 1.2.
O novo Tracker parte de R$ 85.290 com motor 1.0 turbo. Na foto, a versão Premier 1.2.
Foto: GM / Divulgação

Vale a pena comprar o novo Chevrolet Tracker? Antes de prosseguir, saiba que esta análise se refere especificamente ao Tracker com motor 1.0 turbo de 116 cv. O novo Tracker 1.2 turbo de 133 cv analisaremos em outra reportagem. Tanto faz se abastecido com gasolina ou etanol, a potência do Tracker 1.0 turbo é a mesma: 116 cv a 5.500 rpm. Porém, o torque muda: com etanol é de 165 Nm e com gasolina é de 159 Nm. Na prática, o carro fica um tantinho mais lento no trânsito urbano quando está abastecido com gasolina. Nos dois casos, o torque máximo surge a 2.000 rpm.

Em compensação, o consumo com gasolina é bem menor. Na cidade, o Tracker 1.0 com gasolina faz 13,0 km/l; com etanol, faz 9,0 km/l. Na estrada, o Tracker 1.0 com gasolina faz 14,8 km/l; com etanol, apenas 10,4 km/l. Pela média de preços da ANP, o litro de etanol está custando 67% do valor da gasolina, portanto é mais vantajoso (porém, é preciso checar a proporção em cada posto). Mas atenção, pois aqui já aparece uma diferença entre as versões: os dados acima são relativos ao Tracker com câmbio manual, pois o Tracker automático é mais gastão em qualquer situação de uso. 

Numa eventual comparação com o Volkswagen T-Cross 1.0 Turbo, entretanto, o novo Tracker é mais econômico tanto com o câmbio manual quanto com o automático. O Chevrolet Tracker da nova geração ainda não é muito conhecido do público e foi pouco visto nas ruas. Mesmo assim, em abril, ele conseguiu ser o SUV mais vendido do país, superando a dupla Renegade/Compass, da Jeep, que vem dominando o segmento nos últimos tempos.

O Chevrolet Tracker é um SUV compacto. Ele tem um porte que lhe confere agilidade e praticidade, mas não deixa de ter bom espaço interno. Em relação ao Tracker da antiga geração, ele cresceu 1,2 cm em comprimento, 1,5 cm na largura e 1,5 cm no entre-eixos. Porém, ficou 5,2 cm mais baixo. Por dentro, o espaço para os passageiros de trás teve aumento de 7 cm para as pernas, de 4,6 cm para os ombros e de 1,9 cm para a cabeça.

Em termos de mercado, o Chevrolet Tracker acabou de ter aumento de preço. Mas o Volkswagen T-Cross também. As versões similares do T-Cross custam R$ 87.809 (contra R$ 85.290 do Tracker manual) e R$ 97.669 (contra R$ 93.490 do Tracker automático). Pelo menos enquanto não vier nenhum aumento, o Renault Duster Zen 1.0 MT de 120 cv (R$ 71.790), o Nissan Kicks 1.6 MT de 114 cv (R$ 78.290), o Hyundai Creta Attitude 1.6 MT de 130 cv (R$ 80.990) e o Caoa Chery Tiggo 5X AT de 150 cv (R$ 88.990) devem ser considerados como opção ao Tracker 1.0.

Na estrada, é melhor optar pelo Tracker 1.2 de 133 cv, pois o 1.0 é lento.
Na estrada, é melhor optar pelo Tracker 1.2 de 133 cv, pois o 1.0 é lento.
Foto: GM / Divulgação

Desempenho - Apesar de ter perdido 144 kg no peso total, o Chevrolet Tracker 1.0 não é muito bom em arrancadas. Sua relação peso/potência é de 10,3/10,6 kg/cv (manual/automático), o que não é grande coisa. Perde, por exemplo, para o Volkswagen T-Cross. Sua aceleração de 0-100 km/h é feita em mais de 10 segundos.

Dirigibilidade - Ainda não dirigimos o Tracker 1.0 turbo. Como o carro ficou bem assentado  e tem pouca altura do solo, apesar de trazer o clássico desenho dos SUVs, espera-se que tenha ficado estável nas curvas, dentro dos limites impostos a um carro de seu tipo, mas não podemos cravar antes de experimentá-lo. Ele não é um carro muito alto. Portanto, pode raspar com facilidade no chão em certas situações. O vão livre do solo é de apenas 157 mm (o mínimo exigido para um SUV são 180 mm) e o ângulo de entrada é de apenas 17 graus.

Conforto - Assim como as novas gerações do Onix hatch e Onix sedã, o Chevrolet Tracker teve bastante atenção da GM na questão do conforto. Mas, também aqui, é necessário rodar com o carro em várias situações para avaliar o nível de ruídos, a qualidade da suspensão traseira e a sensação de espaço atrás. O bagageiro não é dos maiores, tem 393 litros, mas supera o do T-Cross em 20 litros. Em compensação, o Hyundai Creta e o Nissan Kicks têm mais de 430 litros de porta-malas.

Consumo - Com o motor 1.0 turbo, o novo Tracker tem o menor consumo de combustível da categoria. Seu alcance com gasolina é de 572 km na cidade e de 651 na estrada. Com etanol, o alcance é de 396 km na cidade e de 457 na estrada.

Equipamentos - O Chevrolet Tracker vem com seis airbags em todas as versões e nesse ponto só o Volkswagen T-Cross consegue competir com ele. Em relação ao T-Cross 1.0, o Tracker 1.0 leva vantagem nos seguintes equipamentos (sem custo extra): faróis com regulagem de altura, limitador de velocidade, porta-luvas iluminado, alça de segurança no teto e Wi-Fi a bordo. Mas não tem os seguintes itens disponíveis no T-Cross: faróis de neblina, vetorização de torque, sensor crepuscular, leitor de cartão de memória e termômetro da água do motor.  

Item Conceito Nota
Motor Médio  4
Câmbio Bom  6
Praticidade Bom 6
Consumo  Muito bom 8
Dirigibilidade  n/a -
Segurança Ótimo   10
Conforto  Muito bom 8
Porta-malas   Bom   5
Design Ótimo  10
Mercado  Muito bom 8
Média Bom 6,8

Para quem vale a pena - O Tracker 1.0 Turbo é indicado para quem gosta do máximo em conectividade e valoriza mais o design do que os atributos de SUV. É indicado para consumidores mais sossegados, que rodam sem pressa no trânsito urbano. O espaço é muito bom para uma família com dois filhos grandes ou três filhos com até 12 anos.

Para quem não vale a pena - Quem gosta de desempenho precisa investir mais e comprar o Tracker 1.2, de 133 cv. Ou então considerar o Creta (também 133 cv) ou T-Cross (128 cv). Para um casal sem filhos, o Tracker não compensa, pois dentro da própria Chevrolet o Onix tem melhor custo-benefício. Para quem viaja bastante, o Tracker 1.0 não é o mais indicado, pois o consumo rodoviário é alto, se comparado com o consumo urbano. E quem gosta de carro alto para situações de SUV pode se decepcionar. 

Chevrolet Tracker: duas versões com motor 1.0 turbo de 116 cv (foto da versão Premier 1.2).
Chevrolet Tracker: duas versões com motor 1.0 turbo de 116 cv (foto da versão Premier 1.2).
Foto: GM / Divulgação

Os números

  • Motor: 1.0 flex
  • Potência: 116 cv a 5.500 rpm (g/e)
  • Torque: 96 Nm a 2.000 (e)
  • Câmbio: 6 marchas MT ou AT 
  • Comprimento: 4,270 m
  • Largura: 1,791 m 
  • Altura: 1,624 m 
  • Entre-eixos: 2,570 m
  • Peso: 1.196 kg 
  • Pneus: 215/60 R16 
  • Porta-malas: 393 litros 
  • Tanque: 44 litros 
  • 0-100 km/h: 10s5
  • Velocidade máxima: 177 km/h
  • Consumo cidade: 13,0 km/l (g)
  • Consumo estrada: 14,8 km/l (g)
  • Emissão de CO2: n/d 
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