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Vale a pena comprar um Renault Kwid?

Com quatro versões de R$ 34.990 a R$ 45.190, o hatch subcompacto é um dos carros mais acessíveis do Brasil. O motor é 1.0 flex de 70 cv

5 mai 2020 - 12h06
(atualizado às 12h12)
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Renault Kwid: quatro versões de R$ 34.990 a R$ 45.190.
Renault Kwid: quatro versões de R$ 34.990 a R$ 45.190.
Foto: Renault / Divulgação

Vale a pena comprar um Kwid? Essa é a pergunta que muitos brasileiros se fazem, pois o subcompacto francês produzido em São José dos Pinhais (PR) é um dos poucos carros com preço acessível no Brasil. Ele tem quatro versões: Life (R$ 34.990), Zen (R$ 39.990), Intense (R$ 43.190) e Outsider (R$ 45.190). Todas elas usam o mesmo motor 1.0 flex de 70/66 cv (etanol/gasolina) e câmbio manual de cinco marchas. Porém, apesar de ser um sucesso de vendas, o Renault Kwid teve problemas sérios em seu lançamento e recebeu duras críticas da mídia especializada.

Antes de saber se vale a pena comprar o Kwid, é preciso entender a proposta do carro. Afinal, cada veículo é construído para atender a um determinado público, com características próprias de utilização. Em termos de mercado, o Kwid é uma boa compra. Ele é o sexto carro mais vendido do Brasil e já tem mais de 190 mil unidades rodando no país. No entanto, sua participação no mercado de usados e seminovos é muito ruim -- ele não aparece nem entre os 50 carros mais negociados. Culpa de sua má fama. Na média, é bom.

O Kwid se propõe a ser o “SUV dos compactos”. Bem, nesse ponto, depende do que se entende por SUV. Dos quatro itens exigidos pelo Inmetro para classificar um SUV, o Kwid cumpre quatro. Portanto, é um carro que raramente raspa no chão quando passa por valetas ou buracos e atravessa rampas com facilidade. Seus pneus finos são adequados quando é necessário enfrentar lama ou barro com camada fina (se for profunda, o pneu fino atola), mas no asfalto molhado eles perdem facilmente a aderência. No aspecto de SUVs, apesar da má vontade dos especialistas, o Kwid é mais “SUV” do que alguns SUVs que nunca são contestados. Por outro lado, o pequeno Renault não tem a robustez nem o conforto que o slogan passa.

Kwid Intense: essa versão traz central multimídia de série.
Kwid Intense: essa versão traz central multimídia de série.
Foto: Renault / Divulgação

Desempenho - O Kwid é lento numa arrancada. Mas, por ser muito leve, sua relação peso/torque é boa (8,1 kg/Nm) e isso lhe dá agilidade ao rodar. É capaz de arrancar numa ladeira íngreme e subi-la com três pessoas a bordo sem problemas (fizemos o teste).

Dirigibilidade - O carro é instável a partir de 100 km/h e demonstra muito desvio de trajetória em frenagens de emergência. Para usar na cidade, não tem problema, mas na estrada é preciso ter mais cuidado.

Conforto - Para o motorista ele é confortável. Mesmo sem ajuste do volante, a posição de dirigir é boa. O passageiro da frente tem espaço justo, mas sofre com uma sensação de fragilidade. Para quem vai atrás, o Kwid é cruel. A suspensão é muito dura e o carro pula demais, não filtra nenhuma irregularidade do asfalto. 

Consumo - É um dos pontos altos do carro. Tem nota A no Inmetro e selo de eficiência energética. Com gasolina, faz 14,9 km/l na cidade e 15,6 na estrada. Com etanol, faz 10,3 km/l na cidade e 10,8 na estrada.

Equipamentos - O Kwid tem quatro airbags e isofix em todas as versões, o que dá boa segurança para quem anda na frente e para bebês em cadeirinhas. Ar-condicionado, direção elétrica e vidros dianteiros elétricos também são de série desde a versão de entrada. A versão Zen ganha rádio com bluetooth e entrada USB. A Intense tem faróis de neblina, espelhamento do celular e tela multimídia de 7”. A versão Outsider só acrescenta adereços visuais. Rodas de aço em toda a linha. 

Item Conceito Nota
Motor Bom 6
Câmbio Bom 5
Praticidade Ótimo 10
Consumo Ótimo 10
Dirigibilidade    Médio     4
Segurança Bom  6
Conforto  Médio 4
Porta-malas Bom 6
Design Muito bom  7
Mercado Bom  5
Média  Bom   6.3

Para quem vale a pena - Pessoas solteiras que circulam somente na cidade. Casal sem filhos ou com dois filhos pequenos. Motoristas de aplicativo. Jovens que buscam o primeiro carro. Pessoas com vaga apertada na garagem. Quem busca um carro prático e econômico.

Para quem não vale a pena - Pessoas que rodam muito em estradas. Idosos que precisam de um carro confortável. Famílias com filhos grandes. Pessoas que circulam muito por pisos ruins. Quem quer a robustez e o espaço traseiro de um SUV.

Kwid Outsider: a versão mais cara só acrescenta adereços visuais.
Kwid Outsider: a versão mais cara só acrescenta adereços visuais.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Os números

  • Motor: 1.0 flex
  • Potência: 70 cv a 5.500 rpm (e)
  • Torque: 96 Nm a 4.250 (e)
  • Câmbio: 5 marchas MT 
  • Comprimento: 3,680 m
  • Largura: 1,579 m 
  • Altura: 1,474 m 
  • Entre-eixos: 2,423 m
  • Peso: 786 kg 
  • Pneus: 165/70 R14 
  • Porta-malas: 290 litros 
  • Tanque: 38 litros 
  • 0-100 km/h: 14s7
  • Velocidade máxima: 156 km/h
  • Consumo cidade: 14,9 km/l (g)
  • Consumo estrada: 15,6 km/l (g)
  • Emissão de CO2: 86 g/km
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