Script = https://s1.trrsf.com/update-1734630909/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js

Amamentação cruzada não é indicada por pediatras

Abordagem foi usada em novela e gerou questionamentos entre os pediatras

5 abr 2018 - 19h50
(atualizado em 6/4/2018 às 09h50)
Compartilhar
Exibir comentários

Na última semana, a novela "O Outro Lado do Paraíso", da Rede Globo, mostrou aos espectadores uma cena que gerou questionamento entre os pediatras. Na trama, a personagem Nadia, interpretada pela atriz Viviane Giardini, leva o neto para ser amamentado por Suzy, vivida por Ellen Roche. No entanto, Suzy não é mãe da criança.

Foto: Istoé

A abordagem utilizada na novela é conhecida como amamentação cruzada, que consiste em uma mulher que tenha leite amamentar o bebê de outra pessoa. A neonatologista e integrante da diretoria da Sociedade de Pediatria do Rio Grande do Sul (SPRS), Celia Magalhães, explica que antigamente, era comum a amamentação cruzada, com as amas de leite, mas a prática não é mais recomendada devido ao risco transmitir doenças, como o HIV, ao bebê. "Acredito que programas que têm grande audiência devem utilizar esta abrangência para estimular as coisas que realmente têm sentido", destaca.

Na novela, a amamentação cruzada acontece depois que a personagem Karina, vivida por Malu Rodrigues, oude de seu médico Samuel, interpretado por Eriberto Leão, que seu leite é fraco. Sendo assim, o bebê deveria ser amamentado por outra pessoa

Com relação ao "leite fraco", citado na trama televisiva, a pediatra considera um desserviço, visto que a qualidade é sempre muito boa. Segundo ela, no imaginário das mulheres e de algumas famílias, dependendo do aspecto do leite, têm-se a fantasia de que ele é fraco. O que difere, de fato, é a textura e quantidade produzida, o que pode ser interpretado de forma equivocada. Em caso de dúvidas, as mães devem sempre procurar por um pediatra ? complementa Celia Magalhães.

A Sociedade de Pediatria do Rio Grande (SPRS) reforça que o aleitamento materno é uma prática responsável por salvar muitas vidas no mundo, conforme referenciado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

E quando a mãe não consegue amamentar?

Amamentar é a forma ideal de nutrir o bebê, pois além de imunizar e proteger a criança contra diversas doenças, a amamentação também traz benefícios a longo prazo tanto para a mãe como para o pequeno.

No entanto, pode acontecer de a mãe não conseguir amamentar seu bebê de forma natural. As razões são muitas e vão desde falta de orientação profissional, estresse, dor. Nesses casos, o pediatra poderá indicar o Banco de Leite Humano ou prescrever uma fórmula infantil.

O que são os bancos de leite?

Algumas mulheres quando estão amamentando produzem um volume de leite além das necessidades nutricionais de seu bebê, e doam o leite excedente para o Banco de Leite Humano (BLH). Essa é uma iniciativa pública e governamental, vinculada a um hospital maternidade e/ou infantil, responsável pela promoção do aleitamento materno e execução das atividades de coleta, processamento e controle de qualidade de colostro, leite de transição e leite humano maduro, para posterior distribuição.

É um estabelecimento sem fins lucrativos, sendo vedada à compra e venda na aquisição e distribuição do leite humano. A indicação do uso de BLH será feita pelo médico, para situações em que há risco de desnutrição como, por exemplo, em casos de prematuros de baixo peso que não sugam, recém-nascidos infectados e portadores de deficiências imunológicas. Com a prescrição em mãos, a mãe deve se dirigir ao BLH mais próximo de sua região. Para encontrar uma unidade acessar o site do Banco de Leite Humano.

Luz azul induz ao relaxamento, diz estudo:
Minha Vida
Compartilhar
Seu Terra