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Mãe com tumor sério faz cartas para filha ler após sua morte

As cartas irão acompanhar Marcie nos momentos em que ela precisar de amor e suporte da mãe

22 ago 2018 - 16h12
(atualizado às 17h22)
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Sophie George tem 27 anos, vive em uma cidade da Inglaterra e tem uma filha com um ano de idade chamada Marcie. Em fevereiro deste ano, ela descobriu que tinha um tumor cerebral de nível quatro, e tinha apenas 18 meses de vida. A notícia alterou completamente seus rumos, e a inseriu em uma realidade na qual ela não estava preparada para viver.

A maior dor da mãe foi pensar que não teria a chance de acompanhar o crescimento de sua filha. E pensando nisso, ela começou a escrever cartas para que Marcie lesse em cada momento especial de sua trajetória.

O primeiro dia na escola, a primeira decepção amorosa, o casamento, o primeiro bebê e todos os aniversários: Sophie escreveu cartas para sua filha ler em todas estas fases. "Eu fico com medo todos os dias quando penso que não irei acompanhar o crescimento da minha filha", disse em entrevista ao The Sun.

Sophie George, 27 anos, descobriu que tinha um câncer terminal e, desde então, tem escrito cartar para sua filha Marcie
Sophie George, 27 anos, descobriu que tinha um câncer terminal e, desde então, tem escrito cartar para sua filha Marcie
Foto: Eerik / iStock

Nas cartas, a mãe diz para a filha que estará sempre protegendo-a, não importa onde ela estiver. A ideia é que Marcie sinta que terá palavras de apoio materno sempre que precisar. "Marcie é a minha vida. Ela é uma esfera de energia contagiante que faz as pessoas rirem de sua personalidade divertida", diz a mãe.

Sophie também quer criar memórias especiais com Marcie e seu marido no tempo que lhe resta. Este ano, ela irá se casar com Jay, que conheceu no Facebook há quatro anos e meio. Ela propôs o casamento à ele um dia depois de receber o diagnóstico de seu tumor.

"Eu quero aproveitar ao máximo o tempo que tenho com Jay e Marcie. Fazer isso afasta o estresse. Todos estão me apoiando e isso está sendo incrível", afirma. "Nós estamos ansiosos pelo casamento. Nós contratamos um cinegrafista profissional para registrar tudo, assim minha filha poderá reviver este momento. Casar significará tudo pra mim".

Como Sophie descobriu o tumor

Sophie começou a ter fortes dores de cabeça em janeiro deste ano. Ela até mesmo acordava de madrugada por conta do incômodo. Isto continuou por três semanas, 24 horas por dia. Os analgésicos não aliviavam a dor.

"Fui para o pronto-socorro na quinta-feira e pedi uma tomografia, mas eles não acreditaram que fosse necessário e me receitaram mais analgésicos. No domingo, eu já não conseguia enxergar ou falar. Voltei para o hospital e fiz uma ressonância magnética, que revelou um tumor de 4,5 cm no lado esquerdo do meu lóbulo frontal", explica.

Ela não acreditava que pudesse ser um câncer maligno. Para Sophie, tudo ficaria bem após a remoção. A mãe de Marcie passou por uma operação de seis horas para remover 90% do tumor, e o restante seria destruído através de quimioterapia e radioterapia.

"Após o fim do procedimento, eu fiquei assustada com a grande cicatriz que estava em minha cabeça. Eu estava chocada por me ver daquele jeito. O cirurgião disse que poderia ser um glioblastoma, mas eles teriam que fazer uma biópsia para confirmar", conta Sophie.

Sophie chorou por dez dias esperando o resultado da biópsia. Foi quando ela recebeu um telefonema do hospital, dizendo para ela comparecer ao consultório do médico para pegar os resultados. "Eu pensei que ficaria tudo bem, porque se fossem más notícias, eles teriam me ligado antes. Então, fui para o hospital me sentindo otimista", explica.

Entretanto, as coisas não aconteceram como Sophie esperava. Ao chegar no hospital, eles a explicaram que muitas pessoas têm tumor de nível um ou dois, mas o dela era nível quatro, e portanto, incurável.

"Me disseram que a minha média de vida seria de 18 meses. Eu estava com os meus pais, meu marido e os pais dele e todos começaram a chorar. Foi devastador", diz Sophie. No momento, ela está fazendo radioterapia em uma tentativa de prolongar sua vida. Além disso, ela também está usando apliques para que Marcie não perceba sua perda de cabelo.

Os médicos explicaram que ela começará a perder a memória quando estiver se aproximando do fim. Para Sophie, essa é a pior parte: "Tenho medo que minha filha me veja assim, e que talvez eu não lembre de quem ela é."

Como a mãe está lidando com isso

Sophie conta que está tentando se manter positiva, e que procura outras opções de tratamento na Alemanha. Entretanto, as alternativas para prolongar sua vida são caras. Portanto, ela está focando seu tempo com viagens.

A mãe levará a filha para a Disney. Ela afirma que quando temos vinte anos, nunca imaginamos que enfrentaremos algo assim. Entretanto, situações como essa te fazem aproveitar as pequenas coisas, e nos ensinam a sermos gratos por qualquer momento.

"Eu sei que Marcie ficará bem. Jay irá tomar conta dela, e temos uma família enorme que a ama incondicionalmente. Meu marido é meu porto seguro. Ele cuida de mim e faz o impossível para me ver feliz. Ver ele com Marcie me traz paz", conclui Sophie.

Carta de Sophie para o primeiro dia de aula da filha

"Querida Marcie. Hoje é o seu primeiro dia de aula, e por mais que eu não esteja com você para segurar sua mão e te dar um beijo de despedida no momento que você for entrar em sua classe, eu estarei tomando conta de você, te mantendo segura. Papai deixou um lenço em sua lancheira com o cheiro da mamãe. Se você estiver com medo, apenas cheire ele para lembrar-se que tudo ficará bem. Algumas crianças podem não ser tão legais com você, e isso pode te deixar triste, mas não dê muita importância, porque a mamãe sempre amará você".

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