Nova Zelândia legaliza uso medicinal da maconha
Acesso será limitado para pacientes com dores crônicas e que apresentem receitas médicas
A Nova Zelândia aprovou nesta terça-feira (11/12) uma lei que autoriza o uso da maconha para fins medicinais. De acordo com a nova regra, o acesso será limitado para pacientes com dores crônicas e que apresentem receitas médicas.
A emenda à Lei de Abuso de Drogas, elimina a definição do cannabidiol como droga controlada e a converte em um medicamento fornecido sob prescrição.
Desta forma, as empresas de maconha medicinal poderão produzir seus produtos tanto para o mercado local como para exportação.
"As regulações, normas para as licenças e os padrões de qualidade serão determinados com o conselho de especialistas durante o ano da entrada em vigor da lei", explicou em comunicado o ministro da Saúde, David Clark.
Com a aprovação, a Nova Zelândia se tornou o segundo local na Oceania a legalizar o uso medicinal da maconha. Em 2016, o Estado de Victoria, na Austrália, já havia liberado a utilização.
Usos medicinais da maconha
As substâncias mais comumente prescritas são:
- Canabidiol (CBD)
- Naxibimols (extrato vegetal com THC e CBD, também conhecida como Sativex)
- Dronabinol (THC sintético, cujo nome do medicamento atende por Marinol) e nabilona (molécula sintética semelhante à do THC).
"O uso geralmente acontece através da vaporização da planta, por via oral (na forma de pílulas), oro-mucosa (absorção pela mucosa oral) ou retal, para uma absorção mais rápida", conta Ivan Mario Braun. Para o psiquiatra, o uso do cigarro de maconha, por outro lado, é altamente contestável em função da presença conjunta de altas concentrações de THC, com potencial de abuso.
O canabidiol tem sido estudado como opção terapêutica para um amplo espectro de condições médicas (como asma e dores crônicas, por exemplo), porém a maior parte desses estudos ainda está na fase pré-clínica em animais de laboratório.
"Até o momento, as doenças que apresentam maior nível de evidências de efeitos terapêuticos do CBD são a epilepsia, esquizofrenia e Doença de Parkinson, a primeira tendo o tratamento autorizado com a substância. As duas outras já possuem estudos controlados e duplo-cegos em pacientes, porém ainda faltam estudos multicêntricos, com número elevado de pacientes", pondera Antonio Waldo Zuardi.
Atualmente, a nabilona e o dronabinol têm sido utilizados para reduzir náuseas provocadas pela quimioterapia no tratamento do câncer. O último também é associado ao aumento de apetite em pacientes soropositivos.
No Brasil, o primeiro e único remédio à base de canabinoides registrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) é o Mevatyl, um spray bucal com os princípios ativos tetraidrocanabinol (THC) e canabidiol (CBD), ambos isolados a partir da espécie vegetal Cannabis sativa. Em outros países, o nome comercial do medicamento é Sativex.
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