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Febre amarela: vacina fracionada protege em 98% dos casos

Estudo analisou resposta imune à dose fracionada da em uma campanha de vacinação em larga escala

15 fev 2018 - 09h22
(atualizado às 09h52)
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Desde que os casos suspeitos de febre amarela se tornaram comuns em diversas regiões do Brasil, a procura pela vacina contra febre amarela tem aumentado. Como estratégia para atender mais pessoas com esta imunização, o Ministério da Saúde decidiu implantar em alguns municípios de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia a dose fracionada da vacina.

Foto: Jornal do Brasil

A dose fracionada possui a mesma eficácia que a dose total. A única diferença é que a imunização dura entre 8 e 10 anos, ou seja, após este período, as pessoas deverão ser revacinadas. De acordo com um novo estudo, publicado na revista científica New England Journal of Medicine, as doses fracionadas da vacina contra a febre amarela geram anticorpos contra a doença em 98% dos casos.

A pesquisa foi financiada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, com o objetivo de avaliar a resposta imune à dose fracionada da em uma campanha de vacinação em larga escala. A análise foi realizado a partir de um programa de vacinação realizado em 2016, durante epidemia de febre amarela na República Democrática do Congo. Os pesquisadores avaliaram a mesma vacina fracionada que vem sendo aplicada no Brasil.

Segundo o artigo, como o suprimento disponível da vacina era insuficiente para uma campanha de tal dimensão, o governo congolês seguiu uma recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e vacinou 7,6 milhões com uma dose fracionada da vacina produzida pelo Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz (Biomanguinhos). A dose fracionada da vacina contra febre amarela é a divisão em cinco partes de uma dose padrão. Ou seja, em vez de 0,5 ml, serão administrados apenas 0,1 ml.

Para investigação, os cientistas analisaram os testes de anticorpos neutralizantes contra a febre amarela em amostras de sangue obtidas antes da vacinação e de 28 a 36 dias após a vacinação. Os resultados mostraram que entre 716 participantes, 98% tinham anticorpos após a vacinação. Entre 483 participantes que eram soronegativos antes da vacinação, 98% apresentaram anticorpos depois da vacina. Já dos 223 participantes que eram soropositivos antes da vacinação, 66% apresentaram resposta imune.

O estudo mostra que a proporção de pessoas que apresentaram anticorpos com a vacina fracionada é semelhante à que é observada quando os pacientes recebem a dose padrão. Essa descoberta prova que a dose fracionada é uma abordagem viável para fornecer imunidade e conter surtos da doença.

"Esse resultado é importante, levando em conta o risco global de epidemias de febre amarela, como mostrou o Brasil em 2017, quando mais de 26 milhões de doses de vacinas contra a febre amarela foram distribuídas para controlar uma epidemia no início do ano", revelaram os autores.

A eficácia da vacina fracionada contra febre amarela já foi analisada em diversos estudos. De acordo com o Ministério da Saúde, a própria OMS recomendou o fracionamento da vacina quando há risco de expansão da doença em cidades grandes que não tinham recomendação para imunização anteriormente.

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