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A agressiva estratégia comercial da McLaren dá resultados na pista

A mudança de abordagem comandada por Zak Brown anos atrás fez a McLaren ter uma ampla gama de parceiros

16 mar 2022 - 16h17
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Zak Brown, o capitão das mudanças da McLaren
Zak Brown, o capitão das mudanças da McLaren
Foto: McLaren / Divulgação

Enquanto você lia, Zak Brown fecha mais um patrocínio para a McLaren. Esta piada se tornou constante nos últimos anos diante dos diversos acordos fechados pelo dirigente para a equipe inglesa nos últimos anos. Mas não se pode negar a astúcia do americano para poder fazer a estrutura funcionar.

Esta é uma mudança de abordagem total ao que era executado até 2016. Enquanto Ron Dennis esteve à frente da McLaren, o objetivo era conseguir os melhores valores possíveis. Tanto que alguns negócios não foram concluídos pelo fato de Dennis entender que “não representavam o tamanho da McLaren”. Tanto que, após a saída da Vodafone no final de 2012, os carros foram ficando cada vez mais lisos...

Quando Zak Brown assumiu o comando em 2017, uma mudança começou logo de cara: assumir a identidade original do time. Mesmo não sendo as cores esportivas da Nova Zelândia (cinza e preto), a equipe marcou sua trajetória por usar o laranja. E naquele ano, o MCL32 (que já significava outra mudança de fase do time e nós explicamos aqui) passou a ter de volta o laranja na carroceria.

Diante da saída da Honda naquele ano e que trazia cerca de US$ 60 milhões ao caixa da equipe, Brown começou a desenhar uma nova estratégia comercial. Ao invés de pedir muito a poucos, decidiu pulverizar os espaços. Esta é uma jogada muito utilizada nos Estados Unidos, origem de Zak, que também foi piloto em sua juventude. A intenção não era somente conseguir dinheiro, mas também maneiras de fechar parcerias para fazer a McLaren progredir.

McLaren e Google: o mais novo casamento da F1
McLaren e Google: o mais novo casamento da F1
Foto: McLaren / Divulgação

No mesmo ano, veio o primeiro namoro com a Indy, através da participação de Fernando Alonso e uma parceria com a Andretti para as 500 Milhas de Indianápolis. Esta foi uma janela de trazer mais empresas para os projetos da equipe. Nesta linha, em 2018, vimos mais marcas aparecendo. De relevante, tivemos o aparecimento da Dell (gigante americana de computadores) e da petroleira Petrobras. No fim daquele ano, a Coca-Cola colocou algumas de suas marcas nos carros.

Alguns puristas ficaram incomodados com esta postura que a McLaren tinha. Parecia sim um “vale-tudo” para conseguir fechar as contas e seguir viva na categoria. Não deixava de ter razão, afinal a saída da Honda e a queda na premiação com os resultados mais magros fazia o dinheiro ficar mais curto. Mas havia um plano maior. Por exemplo: a Dell forneceu equipamentos para atualizar o parque tecnológico da McLaren.

A reestruturação começou a dar resultados em 2019 e a equipe foi conseguindo resultados também dentro da pista. O lançamento do projeto Indy em conjunto com a Schmidt Peterson serviu para abrir mais um campo para a obtenção de patrocínios. Que tal apoiar duas equipes em grandes mercados? Assim, foi ampliando o portfólio de parceiros...

Hoje, entrar no site da McLaren é ver uma lista de empresas de diversos ramos: TI, petroleira, indústria química, tabaqueira, supermercado, rede de postos de estrada, hotelaria, ferramentas.... 

Site da McLaren com todos os patrocinadores e parceiros
Site da McLaren com todos os patrocinadores e parceiros
Foto: McLaren / Divulgação

Além de patrocínios e parceiros, a McLaren foi abrindo campos. Além da Fórmula Indy, a equipe foi para a Extreme E e está negociando firme para entrar na Fórmula E. Para garantir o crescimento, fechou um acordo de venda de parte de ações para um fundo americano de investimentos, podendo chegar até 33% da parte de corridas até o final deste ano.

E às vésperas do início da temporada, um anúncio que chama a atenção de que a estratégia deu certo: a McLaren fechou um acordo de patrocínio “multianual” com a Google. Este ano, a equipe terá as marcas da Chrome e do Android nos carros da F1 e da Extreme E, além de fornecer apoio tecnológico. 

A McLaren cresceu muito esportivamente e, mesmo com o grupo ainda estar em uma situação financeira delicada (a pandemia de COVID quase a quebrou), se tornou sustentável e pode sim voltar a ser vencedora em várias frentes. Isso resume a frase do fundador de tudo, Bruce McLaren: a vida não se mede em anos, mas em realizações. Zak Brown é um sucessor à altura das tradições.

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