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Análise Técnica F1 2022: Aston Martin AMR22

A Aston Martin apresenta seu competidor para 2022 e dá mais dicas do que realmente poderemos ver nos próximos modelos

11 fev 2022 - 08h00
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Aston Martin AMR22 - o primeiro F1 real de 2022
Aston Martin AMR22 - o primeiro F1 real de 2022
Foto: Aston Martin / Divulgação

Após certo desalento com as apresentações de Haas e Red Bull, a Aston Martin apresentou aquele que pode ser considerado um “verdadeiro” F1 2022. Na fábrica de automóveis em Gaydon (Inglaterra), o AMR22 foi mostrado ao mundo. Nesta quinta (10), já fará o primeiro dos dois “dias de filmagem” permitidos pelo regulamento em Silverstone para fazer verificação dos sistemas, o famoso “shakedown”.

A opção por “realmente mostrar o carro” não foi à toa. A Aston Martin vinha sendo pressionada por algumas vozes de ter problemas na conclusão do carro, além das mudanças ocasionadas pela saída de alguns ocupantes de postos chave no time (troca do chefe de equipe e da chefe de estratégia). De certa forma, foi uma forma de afirmação diante do quadro de incertezas, que inclui a própria montadora.

Mas o AMR tem coisas interessantes a ver. Listemos:

Frente: Pelo menos nesta primeira visão, o AMR22 adota uma linha um pouco diferente do que vimos nos modelos de apresentação oficiais da F1. Chama a atenção o bico afilado e os 4 elementos do aerofólio ligados ao elemento principal, tal qual vimos até o início dos anos 2000.

Bico do AMR22 é uma versão atualizada de conceitos anteriores da F1. Mas o foco é direcionar o ar para os tuneis inferiores
Bico do AMR22 é uma versão atualizada de conceitos anteriores da F1. Mas o foco é direcionar o ar para os tuneis inferiores
Foto: Aston Martin / Divulgação

E como nada se cria, o AMR22 usa para a unidade mais baixa do aerofólio uma certa superfície ondulada, além de deixar um pouco separada das demais. A ideia é começar a direcionar com mais força o ar para a parte de baixo do carro para a geração do efeito solo, além de manter o bico um pouco mais alto para tentar criar uma maior pressão aerodinâmica. A superfície ondulada também tem esta intenção e é inspirada nas McLaren MP4/18 e 19 e nas Williams FW 26 e 27

Nada se cria, tudo se copia: McLaren e Williams já usaram elementos ondulados na frente para aumentar a pressão aerodinamica
Nada se cria, tudo se copia: McLaren e Williams já usaram elementos ondulados na frente para aumentar a pressão aerodinamica
Foto: Wikipedia Common

Laterais: Talvez aqui seja onde mais se chama a atenção. Inicialmente, as entradas para os radiadores bem estreitas, tal qual no modelo apresentado pela Haas. Além disso, as laterais vão ao máximo permitido pelo regulamento no meio do cockpit para tentar direcionar ao máximo o ar. Aqui também aparece uma outra diferença para a Haas: enquanto os americanos apresentaram um perfil mais curto, deixando mais espaço na parte traseira, a Aston aposta em um perfil mais longo, de modo a direcionar o fluxo de ar e tentar aproveitar melhor os perfis inferiores.

Focando a lateral, o AMR22 traz grandes aberturas para refrigeração e uma lateral mais longa e modelada
Focando a lateral, o AMR22 traz grandes aberturas para refrigeração e uma lateral mais longa e modelada
Foto: Aston Martin / Divulgação

Outro aspecto é como a lateral é bem escavada, mais uma vez lembrando a McLaren MP4/18 e a Toro Rosso STR06 de 2011. Esta última bebe do conceito trazido pela...Ferrari F92A de 1992, que fez uma tentativa de fundo duplo para aumentar a pressão aerodinâmica. No caso italiano, a situação não funcionou, mas os taurinos aproveitaram bem... 

Esse é o Toro Rosso STR06, que veio tentar simular um túnel de fluxo de ar
Esse é o Toro Rosso STR06, que veio tentar simular um túnel de fluxo de ar
Foto: @scarbstech / Twitter

Uma coisa que chamou a atenção foram as aberturas para refrigeração. Talvez seja uma forma de compensar a entrada de ar tão estreita. Mas não deixa de ser também uma forma de criar fluxos para otimizar o trem traseiro (aerofólio) e ainda jogar um pouco com os pneus. Entretanto, creio que isso irá variar de corrida a corrida por conta das necessidades de refrigeração, um contínuo ponto de atenção da Unidade de Potência Mercedes.

Enquanto a porção traseira da projeção do Haas VF22 é mais afilada, a do AMR22 é mais prolongada.
Enquanto a porção traseira da projeção do Haas VF22 é mais afilada, a do AMR22 é mais prolongada.
Foto: @jcccomentador / Twitter

Capô: O que chama a atenção é que segue o “calombo” para poder acomodar a entrada de ar do motor Mercedes (o chamado “plenum”). Aparentemente, a entrada sobre o piloto segue a mesma (a Aston Martin declarou que somente 10% do carro do ano passado foi aproveitado) e o capô está menos justo. Sinal de que o sistema de refrigeração teve revisão para que o motor “respire” melhor. Não chega a ser uma Alpine, mas é significativo.

Em relação à traseira, não houve muito o que observar. Mas segundo muitos, a Aston adotou as medidas máximas para tentar aproveitar ao máximo o efeito dos túneis inferiores para gerar o efeito solo. O que chamou a atenção foi o DRS, do qual havia dúvidas sobre como seria o funcionamento. O sistema segue o mesmo, mas houve um aumento do elemento inferior e o elemento móvel se resume a um único elemento, como indicado na foto.

Em amarelo, o elemento da asa que será acionado pelo DRS
Em amarelo, o elemento da asa que será acionado pelo DRS
Foto: Aston Martin / Divulgação

Algumas vozes dizem que a equipe já estaria trabalhando em uma nova versão do carro. Mas esta resposta só virá nos primeiros testes. Mas foi interessante ver o que podemos chamar de primeiro F1 2022 verdadeiro

Lance Stroll, Sebastian Vettel e o Aston Martin AMR 22
Lance Stroll, Sebastian Vettel e o Aston Martin AMR 22
Foto: Aston Martin / Divulgação
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