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Apresentações na F1: mostrar tudo ou não?

Para as equipes, é importante se resguardar. Mas e os fãs?

10 fev 2022 - 10h00
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As apresentações hoje servem como mais para instrumento de marketing. Aqui, a Ferrari de 2020
As apresentações hoje servem como mais para instrumento de marketing. Aqui, a Ferrari de 2020
Foto: Ferrari / Divulgação

A temporada de apresentações da F1 2022 começou quente mas de uma maneira diferente. Lançamento de carro já é um evento normalmente aguardado pelo público. Mas, até agora, Haas e Red Bull resolveram elevar o elemento “misterioso” a novos níveis.

“Esconder o jogo” nestes momentos não é algo inédito na F1. Mas nos últimos anos, com a ajuda da tecnologia, a situação ficou, digamos, diferente: as equipes usam e abusam de efeitos visuais e ângulos nas fotos para não mostrar soluções que possam dar brecha aos concorrentes. Não é incomum ver um carro nas fotos e um bem diferente quando chega na pista. 

A curiosidade dos fãs e até mesmo da imprensa especializada (ou não) este ano é maior graças às grandes mudanças do regulamento. Qualquer dica acaba tendo um grande impacto. E a Haas e a Red Bull usaram a estratégia de usar os carros de demonstração da F1. Quem deixou mais claro isso foram os taurinos. Quando das imagens, muitos ficaram impressionados como estavam se mostrando tantos detalhes...

Até que Craig Scaraborough, jornalista inglês, matou a charada: o dito RB18 nada mais era do que um carro de demonstração. O próprio Christian Horner falou que “ este carro que estamos mostrando será diferente do que vai para a pista”. Depois, veio a explicação mais detalhada: estes carros de demonstração foram feitos pela mesma empresa na Inglaterra (perto de Silverstone) e cada equipe comprou um carro. Tanto que a Mercedes tem mostrado imagens de um carro de acordo com as novas regras, porém é um dos modelos “falsos”.

Embora acaba sendo uma grande desilusão para boa parte, estes eventos (que não entram no cálculo do teto orçamentário da F1) acabam tendo uma importância para divulgação da pintura e – principalmente - dos patrocínios. Pegando o caso da Red Bull, houve a divulgação do acordo com a gigante americana de TI Oracle, que simplesmente cobre boa parte dos custos previstos no teto orçamentário (US$ 100 milhões/ano).  

Mesmo havendo esta desilusão, houve a exposição. O mesmo se aplica à Haas. Afinal, isso ajuda a pagar a conta. Não podemos esquecer que a Mercedes estimou a exposição de seus parceiros na equipe da F1 na imprensa na casa de US$ 4 bilhões em 2020....

Claro que ninguém que mostrar suas armas. Afinal de contas, a F1 é o lugar onde o “nada se cria, tudo se copia” mais se comprova. Não temos dúvida de que, mesmo com a restrição imposta para o levantamento de “soluções alheias”, Barcelona terá um festival de câmeras voltadas para a pista tentando localizar o que cada um fez e ver se funciona. Mas a questão hoje é a restrição de desenvolvimento imposta pelas regras, junto com o teto orçamentário. 

Desta forma, copiar será algo mais complicado. Não teremos espaço para, por exemplo, uma repetição de 2009, quando a Red Bull fez um carro praticamente novo para fazer o difusor soprado e permitir que andasse na frente. Se o campeonato tivesse mais algumas etapas, talvez Vettel pudesse engrossar mais contra Button... 

 Por este aspecto, dá para entender a posição dos times. E se o bom desempenho aparecer, a exposição e os resultados farão ter valido a pena aquela “indisposição” inicial. Se pode sim ter um equilíbrio entre atender o que os fãs querem e atender as necessidades do time. Você já viu alguém mostrar as cartas de uma vez? O mistério e a especulação fazem parte do processo. Mas as equipes poderiam ser menos cruéis com a gente, né?  

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