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Aumento de peso dos carros da F1 volta à pauta no Barein

Após pressão de equipes, FIA tende a aprovar ajuste no regulamento para subir em 3 kg o peso mínimo dos carros

10 mar 2022 - 17h24
(atualizado às 23h27)
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Valtteri Bottas na Alfa Romeo: equipe conseguiu fazer carro mais leve que os demais
Valtteri Bottas na Alfa Romeo: equipe conseguiu fazer carro mais leve que os demais
Foto: FIA / Twitter

Um dos temas que tem sido pauta do noticiário de Fórmula 1 nesse início de 2022 é o peso dos carros. O novo regulamento fez com que os carros engordassem 43 kg em relação ao ano passado, passando a um mínimo de 795 kg. Isso se deveu ao novo jogo de pneus e rodas, maiores e mais pesados, a mais itens de segurança, além de uma brecha para maior uso de materiais menos nobres como forma de auxiliar na contenção de custos. 

Mesmo assim, as informações que circulavam no paddock durante os testes de Barcelona davam conta de que apenas a Alfa Romeo “bateu o peso”, para ficar numa expressão do mundo da luta, enquanto as demais equipes ficaram com carros mais pesados. O problema do “porpoising” trouxe, ainda, a necessidade de reforços estruturais nos carros, o que adicionaria ainda mais peso. Desnecessário dizer que o peso maior é um ponto negativo no automobilismo. 

E a maioria de equipes com peso excedente optou pelo jeito menos trabalhoso de contornar o problema: solicitar à FIA que subisse o peso mínimo, a fim de anular a vantagem de quem conseguiu ser mais eficiente na construção do carro. Em um primeiro momento, foi pedido um aumento de até 10kg, mas, após alguma negociação, chegou-se a um meio termo em que peso mínimo seria aumentado em 3 kg, para 798. Escrevemos sobre tudo isso aqui.

Agora, com a Fórmula 1 no Barein para a última rodada de testes antes do início da temporada, o tema é tratado como resolvido. Os 3 kg extras devem ser aprovados na próxima reunião do Conselho Esportivo da FIA. Ross Brawn, Diretor Técnico da F1, falou sobre o assunto à F1 TV: “Ficou claro que atingir o limite de peso será bem desafiador com esses carros.” 

O tema também foi pauta em entrevistas com alguns representantes de diferentes equipes. Franz Tost, chefe da AlphaTauri, lembrou a dificuldade que as equipes tiveram para alcançar o peso mínimo para justificar sua defesa pelo aumento dos 3kg: “Esses carros são muito complicados, e projetar tudo para chegar ao limite de peso é um exercício muito, muito difícil. E como podemos ver, quase todas as equipes, ou a maioria das equipes, estão acima do peso. O compromisso que encontramos é bom.” 

Mattia Binotto, chefe da Ferrari, gostaria de ver carros mais leves no futuro
Mattia Binotto, chefe da Ferrari, gostaria de ver carros mais leves no futuro
Foto: Ferrari / Twitter

Toto Wolff, da Mercedes foi pela mesma linha: "Acho que todo mundo está acima do peso. Todo mundo está tentando descobrir o quanto os outros estão realmente acima do peso, e é por isso que foi dado esse pequeno passo”. 

A questão financeira também foi levantada como um empecilho para buscar uma redução no peso dos carros. Disse Tost: “É também uma questão de custos, já que reduzir o peso é muito caro. E como temos o teto de gastos, acho que a forma como foi decidido foi um bom compromisso entre todas as equipes." 

Toto fez questão de lembrar que a redução de peso faz parte da essência da disputa entre os construtores, mas a questão de custos pesa (sem trocadilho) na equação: “Para nós, é parte da competição reduzir o peso. O que o torna diferente desta vez é o teto de gastos, que foi aumentado. Mas desde que seja o mesmo para todos, havendo uma redução de peso ou não, estamos bem com isso." 

Já Mattia Binotto, da Ferrari, mostrou aprovar o novo aumento de peso dadas as circunstâncias, mas tem ressalvas à crescente engorda dos F1: "Primeiro, não devemos esquecer que os carros atuais são muito mais pesados em relação ao ano passado. E acho que aumentar o peso nunca é bom para o esporte e para a velocidade. Então, houve discussões e estamos discutindo para aumentar em 3kg o peso mínimo. Acho que é um bom compromisso entre todas as equipes.” 

Binotto conclui dizendo que, para o futuro, gostaria de ver a F1 indo na direção oposta à que está sendo tomada agora: “Não acho que devemos aumentar ainda mais, porque enfim, como disse o Toto, é uma área de competição. Acho que, para o futuro, devemos tentar reduzir e não aumentar o peso dos carros." 

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