Bayer é bom para resolver o rolo de Abu Dhabi?
A FIA anuncia o começo da análise das voltas finais de GP Abu Dhabi e o formato descrito mostra as dificuldades da ação...
Após a grande agitação do início da semana, as prometidas ações de investigação da FIA em relação aos fatos acontecidos no final do GP de Abu Dhabi formalmente tiveram início. Em um comunicado simples, a Federação descreveu o fluxo de como será o processo, conduzido pelo Secretário Geral de Esporte a Motor, Peter Bayer.
Mesmo curto, foi revelador de como a coisa não é tão simples, soando até um pouco bizantino. Primeiro, as equipes e os pilotos estão sendo consultados sobre “diversos assuntos” da categoria, incluindo Abu Dhabi. Posteriormente, no dia 19, o Grupo Consultivo Esportivo irá discutir o uso do Safety Car, que foi o cerne da confusão da última prova de 2021. Posteriormente, haverá uma nova discussão com os pilotos e a Comissão de F1 avaliará todo o resultado em fevereiro. A ida ao Conselho Mundial Desportivo em março é mera formalidade.
O fato é que o homem forte agora no processo é Peter Bayer, O suíço está na FIA desde 2017 e é uma pessoa com vivência no campo esportivo: foi por anos da Federação Internacional de Snowboard e comandou a organização dos Jogos de Inverno da Juventude em Innsbruck (Suíça). Quando entrou na Federação, no início do último mandato de Jean Todt, já assumiu a Secretaria Geral de Esporte a Motor. Ou seja: toda a parte desportiva da Federação estava sob sua responsabilidade, F1 inclusa.
Meses depois de sua chegada, a Liberty Media assumiu o comando da categoria e Bayer foi uma das pessoas importantes no processo de reconfiguração de relacionamento. É um daqueles que não aparece para o grande público, mas se faz presente por trás das cenas. Em princípio, segue no posto com a mudança de presidência.
O grande estardalhaço que se fez quando apareceu o novo organograma da FIA e não apareceram os nomes de Michael Masi e Nikolas Tombazis. Na área de monopostos, onde constavam os dois, apareceu o nome de Peter Bayer como responsável pela área. O sinal entendido por muitos, especialmente pela imprensa inglesa, é que o acordo Mercedes/FIA passaria pela saída dos dois. Entretanto, há uma corrente de que ambos seguem firmes por enquanto em suas posições, sendo esta mudança feita para tirá-los da linha de tiro.
O fato é que o processo como se desenha está de jeito a promover mudanças na estrutura da F1 e colocar certas situações que se arrastam na categoria (até falamos isso aqui nessa coluna). Mas ao mesmo tempo, dá a abertura para que o forno seja ligado e uma bela pizza seja providenciada.
Embora Ben Sulayem tenha dito que a F1 precisa ser mais ágil em suas modificações e tenha logo no começo de sua gestão uma questão de peso, não deverá ser agora que isso acontecerá. Teremos sim alguns esclarecimentos, mas não mudanças de resultados já referendados. E até mesmo nomes dados como descartados poderão permanecer. Como já dizia o velho ditado, muitas vezes tudo muda para continuar igual. A ver se Bayer é bom.