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Carros que mudaram a F1: Cooper T43, T45 e T51 (1957 a 1959)

O Cooper foi o primeiro a usar o motor traseiro na F1. E influenciou todo mundo a fazer o mesmo...

17 jan 2022 - 08h55
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Cooper T51: o primeiro campeão de F1 com motor traseiro
Cooper T51: o primeiro campeão de F1 com motor traseiro
Foto: Wikimedia Commons

O Parabólica inicia agora uma série para relembrar quais foram os carros que influenciaram a F1 de forma definitiva. Aqueles que estabeleceram padrões que são utilizados até hoje ou foram divisores de águas na categoria. Para começar, falar nos Cooper T43, T45 e T51. 

Charles Cooper e seu filho John fundaram em 1947 a Cooper Car Company, voltada inteiramente para as corridas. Charles já tinha envolvimento com as corridas desde a década de 20 e seu filho “pegou” a doença da velocidade. O primeiro projeto foi construir um carro para a então Fórmula 3.

No pós-guerra, material era algo complicado de se encontrar. Então, para fazer seus modelos, eles pegavam dois Fiat 600 Topolino e juntavam. Para empurrar o carro, usavam motores de moto de 500cc. Como diferencial, colocavam o motor na traseira, ao contrário do que boa parte fazia, que era usar na frente.

Motores na traseira não eram necessariamente uma novidade. Nos anos 30, os Auto Union alemães pilotados por Stuck e Rosemayer tinham os V16 espetados na parte de trás do carro. Tal escolha era pela possibilidade de fazer um veículo mais baixo, com uma tração melhor e uma melhor distribuição de peso, por concentrar boa parte da massa no centro do carro, embora tivesse que fazer várias adaptações mecânicas. 

Foram construídos cerca de 300 carros e simplesmente “varreram” a Fórmula 3, vencendo 64 de 78 corridas. Isso deu ânimo para que a Cooper tentasse outras categorias. Em 1952, foi para a Fórmula 2, ainda com um carro de motor dianteiro. Mas já em 1950, um Cooper 500 modificado alinhou no GP de Mônaco de F1, sendo o primeiro carro de motor traseiro a alinhar na categoria.

Em 1953, a Cooper fabricou um chassi de F1 a pedido de Tony Vanderwell, empresário do ramo de rolamentos. Teve origem o Vanwall Special, ainda com motor dianteiro, que estreou em 1954. Em 1955, construíram o T39, com carro esporte com motor traseiro. Este modelo fez com que o projetista Owen Maddock se convencesse das vantagens do posicionamento do motor. De fato, ele ficava mais colocado no meio do chassi, mas se convencionou dizer que era traseiro.

Neste ano, surge um nome importante: Jack Brabham.  O australiano usou um chassi Cooper e gostou do seu comportamento. E convenceu os Cooper a deixar usar o T39 para a F1. Após muita adaptação, Brabham alinhou o carro para o GP da Grã-Bretanha daquele ano. Não foi bem, mas o australiano continuou mexendo e venceu o GP da Austrália. Isso animou a Cooper a entrar na F1.

Em 1956, a Cooper fez o T41 voltado para a Fórmula 2, usando chassi tubular e motor traseiro. Mas fez algumas adaptações nele e virou o T43 em 1957 para usar o Climax/Coventry, já com Jack Brabham ao volante. Em Mônaco, chegou a andar em terceiro. Mas a bomba de gasolina falhou no fim da prova e chegou em 6º.

Não deixava de ser curioso ver aquele carro pequeno entre os “grandes” de motor dianteiro. Até mesmo motivou uma frase atribuída a Enzo Ferrari, que disse “ nunca vi uma carruagem ficar na frente dos cavalos”. Muita gente estranhou, mas o desempenho de Brabham fez chamar a atenção...

Em 1958, Rob Walker comprou um Cooper T43 para Stirling Moss e deixou a todos boquiabertos ao vencer o GP da Argentina. Era a primeira vitória de um carro de motor traseiro na F1. E todos ficaram impressionados que aquele carro compensava a falta de potência com uma impressionante velocidade em curva e agilidade de pilotagem. 

Naquele mesmo ano, com a ajuda de Brabham e um outro australiano que faria sucesso no automobilismo: Ron Tauranac (que fundaria posteriormente a Brabham junto com Jack e posteriormente a Ralt), Maddock faria o T45, o primeiro Cooper feito especificamente para a F1. E venceu a primeira prova, em Mônaco, com Maurice Trintignant. Moss lutou pelo campeonato, venceu mais três etapas, mas perdeu o título para Mike Hawthorne. 

Em 1959, a Cooper veio com o T51, ainda mais baixo aproveitando o novo motor Climax. E Jack Brabham venceu o seu primeiro campeonato. O motor traseiro mostrou a sua validade e fez com que se tornasse uma tendência na F1. Até mesmo a Ferrari teve que engolir o orgulho e, após levar uma surra mesmo usando motores muito mais potentes, fez um carro com motor traseiro que estreou em 1960 e serviu de base para o 156 “Tubarão” de 1961. E neste GP de estreia da Ferrari de motor traseiro, foi a última vitória de um carro com motor dianteiro na categoria, com Phil Hill em uma Ferrari D246.

Em 1960, Brabham conseguiu o bicampeonato com o T51 modificado e o motor traseiro se tornou padrão na F1. Inclusive, a Cooper se aventurou em 1961 nas 500 Milhas de Indianápolis com este conceito. Os americanos deram risada com o carro pequeno e motor mais fraco e traseiro, mas ao ver aquela “aranha” andando em terceiro, muita gente calou a boca (terminou em nono). E a vitória de Clark em 1965 com uma Lotus usando motor traseiro, fez com que o automobilismo americano mudasse bastante.

Depois do Cooper, a F1 nunca mais foi a mesma...

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