Como a Red Bull pode ter vantagem no campo dos motores da F1
A decisão dos taurinos em fazer sua divisão de motores deixa em aberto que decisão tomar para o seu futuro na F1
Nem Ferrari, Renault ou Mercedes. No quadro atual da F1, quem tem a melhor mão para o futuro no campo de motores é a Red Bull. Os taurinos, com sua decisão de montar sua divisão de motores, a Red Bull Powertrains, acabou criando vários cenários para fornecimento. Senão, vejamos...
O congelamento de motores até 2025 acabou sendo um ponto sensacional para a Red Bull. A equipe havia finalmente se aproveitado de um acordo exclusivo de fornecimento com a Honda e de certa forma se sentiu desamparada quando os japoneses decidiram sair da F1.
Como o quadro com os atuais construtores não era muito interessante, os taurinos propuseram que os motores ficassem “congelados” até a introdução do novo regulamento técnico. Assim, se atacariam questões caras a todos os envolvidos: controle de custos e tempo para focar na nova arquitetura para 2026.
Neste quadro, a Red Bull propôs um acordo à Honda: a adaptação dos motores para o novo regulamento com gasolina com 10% de etanol e eles fariam a manutenção das unidades até 2025, incorporando parte do time japonês, que havia remontado uma unidade no Reino Unido. E melhor: os taurinos pagando a conta.
Os japoneses aceitaram. Mas fizeram uma ressalva: vocês podem mexer, mas os direitos intelectuais dos motores são nossos. A Red Bull aceitou.
Em paralelo, um grande trabalho foi iniciado: uma grande reforma começou na sede do time em Milton Keynes e um pesado investimento em equipamento e pessoal. Neste último aspecto, um grande trabalho foi feito para trazer profissionais da área de motores da Mercedes. Um número fechado não apareceu, mas o mais difundido é cerca de 50 pessoas, incluindo pessoas chave.
Aparentemente, a ideia era finalmente fazer que o “mundo Red Bull” teria um motor para chamar de seu, partindo para uma integração enorme entre carro e motor. Em um momento em que a filosofia dos motores muda bastante, é uma janela importante para tomar uma ação deste tipo. Ajuda também a série de ações para restringir os investimentos pelos fabricantes.
O planejamento prevê que as instalações da Red Bull Powertrains deverão estar prontas cerca de 45 dias e espera-se que os primeiros protótipos estejam prontos no próximo ano. Tal ação é importante porque a Red Bull não tem os direitos intelectuais dos motores Honda...
Neste contexto, aparece um nome forte: a Porsche. Os alemães estão sendo considerados certos na F1 de 2026 e se falava que viriam juntos em 2018, mas o dieselgate botou tudo a perder. Já há uma base de conversa e muito se fala que seriam parceiros em um projeto.
Isso acaba por abrir uma possibilidade que os atuais fabricantes reclamam. Por quê? As novas regras preveem que os novos entrantes teriam uma folga orçamentária para poder chegar ao nível dos existentes. Até aí, tudo bem. Mas uma alegação é que a Red Bull Powertrains não é um novo fabricante e teria que se adequar às normas dos atuais fornecedores, mesmo se unindo com uma nova montadora.
Outro flanco que se abre é... a Honda! Mesmo anunciando sua saída, os japoneses participaram das discussões do novo regulamento e deixaram a porta aberta para um futuro retorno. Esta semana, Christian Horner declarou que gostaria de manter a relação com a montadora. Não deixa de ser curioso ver a Red Bull tendo o mesmo papel que a Mugen teve na década de 90: ser uma antena tecnológica da Honda para se manter informada do que acontece na F1.
Por isso tudo que a Red Bull hoje tem uma situação extremamente tranquila para o seu futuro na F1. Todas as possibilidades são interessantes e mostram que os taurinos não estão de brincadeira para se manter na frente da categoria.