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Dale Earnhardt, uma lenda do automobilismo americano

Daniel Ricciardo andou com o carro de seu ídolo Dale Earnhardt no Circuito das Américas hoje

23 out 2021 - 17h06
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Dale Earnhardt com seu icônico carro número 3
Dale Earnhardt com seu icônico carro número 3
Foto: Twitter / NASCAR

F1 e NASCAR são dois mundos bem distintos, e o encontro raro entre esses dois mundos chama a atenção. No dia de hoje, Daniel Ricciardo andou com um Chevy Monte Carlo NASCAR de 1984, do heptacampeão da categoria, Dale Earnahrdt, no Circuito das Américas. O carro pertence ao chefão da McLaren: Zac Brown.

Os dois fizeram uma aposta: caso Ricciardo conquistasse um pódio, ele andaria no carro do piloto que foi eternizado com o número 3 na categoria americana, mesmo número de Ricciardo na F1. O piloto da McLaren não só conseguiu o pódio, mas uma vitória no GP da Itália, e o prêmio veio no dia de hoje. Mas, afinal de contas, quem foi o americano Dale Earnhardt?

Daniel Ricciardo pilotando o Chevrolet Monte Carlo de Dale Earnhardt
Daniel Ricciardo pilotando o Chevrolet Monte Carlo de Dale Earnhardt
Foto: Twitter / McLaren

Dale nasceu em Kannapolis, Carolina do Norte, no dia 29 de Abril de 1951. Filho do também piloto Ralph Earnhardt, que correu na NASCAR e chegou a ser campeão de uma divisão menor em 1956, ainda que tivesse outros empregos para sustentar a família. Então o gosto por corridas era de família. Aos 12 anos, Dale dirigiu o carro de seu pai secretamente e quase venceu uma corrida. Ele demoraria bastante para entrar na NASCAR.

Neste meio tempo, ele continuou a correr, resolveu largar a escola para focar na categoria e seu pai, por mais que não achasse que a carreira de piloto seria o ideal, acabou apoiando o filho e sendo seu tutor, mas acabou morrendo em 1973 em razão de um ataque cardíaco. Em 1975, Dale teve suas primeiras experiências na categoria principal da NASCAR, correndo na Charlotte 600, maior prova da categoria em distância e considerada a segunda principal, atrás apenas da Daytona 500.

Foram apenas 10 corridas disputadas na categoria até 1978, com destaque para a Atlanta 500 de 1978, em que Dale chegou em quarto lugar. Em 1979, ele assinou com a equipe Rod Osterlund, onde usaria o número 2. Naquela temporada ele conquistou sua primeira vitória, em Bristol, acabou tendo uma clavícula quebrada durante uma corrida em Pocono, o que lhe tirou de quatro provas. Ainda assim, chegou em 7° lugar, um grande resultado para um primeiro ano quase completo.

Dale Earnhardt conquistou seu primeiro título em 1980
Dale Earnhardt conquistou seu primeiro título em 1980
Foto: NASCAR

Em 1980, vieram 5 vitórias - e mais que isso: o título da categoria, em cima de Cale Yarborough, por apenas 16 pontos. 1981 foi um ano conturbado. Sua equipe foi vendida, Dale não se sentiu mais confortável e anunciou sua mudança para a Richard Childress Racing no meio da temporada, onde, pela primeira vez, usou o número 3. Acabou a temporada apenas em sétimo lugar e sem vitórias.

Em 1982, se mudou para a Bud Moore, usando o número 15. Ficou na equipe por duas temporadas, suas únicas pilotando carros da Ford. Foram apenas três vitórias, conquistando o 12° lugar no primeiro ano, seu pior resultado, e um 8° lugar no ano seguinte. Em 1984, ele voltou para a Richard Childress, onde pilotou o Chevy Monte Carlo usado por Ricciardo, e logicamente, voltando a usar o número 3, que usaria até o final de sua carreira.

Nos anos de 1982 e 1983, Dale usou o número 15
Nos anos de 1982 e 1983, Dale usou o número 15
Foto: NASCAR

Foram dois anos com apenas 6 vitórias, um 4° e um 8° lugar no campeonato, respectivamente. Em 1986, veio seu segundo título, com 5 vitórias. No ano seguinte, o terceiro, com 11 vitórias. Em 1988, Dale teve seu primeiro ano com a pintura com patrocínio da GM Goodwrench, que usaria até o final da carreira. Foi um bom ano, conseguindo um 3° lugar. No ano seguinte veio seu primeiro vice-campeonato, perdendo para Rusty Wallace por apenas 12 pontos.

Nas duas temporadas seguintes, vieram o quarto e o quinto títulos. Em 1992, apenas um 12° lugar, o mesmo resultado de 1983, repetindo o pior resultado na carreira. Mas em 1993, ele voltou com tudo e foi campeão novamente, repetindo a façanha em 1994, se tornando heptacampeão da categoria, empatando com o maior vencedor da NASCAR, Richard Petty, "O Rei". Jimmie Johnson, posteriormente, também chegou aos 7 títulos.

Earnhardt venceu em Darlington, no ano do seu heptacampeonato
Earnhardt venceu em Darlington, no ano do seu heptacampeonato
Foto: NASCAR

Em 1995, Dale foi vice-campeão, perdendo para Jeff Gordon. Ele repetiria o vice-campeonato apenas em 2000 novamente. Entre 1996 e 1999, acabou não lutando pelo título, mas, em 1998, teve uma conquista muito importante: a única Daytona 500 de sua carreira. Em 2000, seu filho Dale Earnhardt Jr. entrou na categoria.

Em 2001, na última volta da Daytona 500, cinco carros disputaram a vitória: Michael Waltrip, Dale Earnhardt Jr., Dale Earnhardt, Sterling Martin e Ken Schrader. Martin tentou forçar a ultrapassagem em cima de Earnhardt por dentro, Dale perdeu o controle e acabou batendo em Schrader.Os dois foram para o muro e o acidente infelizmente acabou sendo fatal para o heptacampeão. Quando os carros foram para a grama, após deslizarem pela pista, o desespero de Ken Schrader era evidente. Ele olhou para Dale dentro do carro e chamou a equipe médica.

Dale comemorando sua vitória em sua única vitória na Daytona 500
Dale comemorando sua vitória em sua única vitória na Daytona 500
Foto: Twitter / NASCAR

Dale chegou a ser levado para de ambulância ao Halifax Medical Center, mas suas lesões eram muito graves e, apenas duas horas depois, a NASCAR anunciou a morte de uma de suas maiores lendas. A causa: traumatismo craniano, segundo o relatório oficial da categoria, causado por uma série de fatores, mas o que ocasionou a fatalidade foi a batida da cabeça com o volante.

Dale morreu no dia 18 de Fevereiro de 2001, aos 49 anos. Depois do fato, a NASCAR reforçou a segurança. Entre as medidas, houve a introdução de um novo cinto de segurança, o capacete aberto (como era o Dale) foi banido e houve a inclusão do HANS, um dispositivo que protege o pescoço do piloto e impede que o corpo sofra um efeito de chicoteamento, que pode ser fatal. Desde o acidente de Dale, nenhum outro piloto morreu na categoria principal da NASCAR. 

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