Deu a lógica: a F1 fica na Band até 2025
Após meses de negociação e desinformação por parte de alguns membros da imprensa, a F1 confirma a renovação por 3 anos com a Band
Este site vem acompanhando com bastante atenção a questão da transmissão da F1 para o Brasil. Abordamos algumas vezes o assunto e não podemos escapar quando a F1 anunciou oficialmente a renovação do acordo com a TV Bandeirantes por mais 3 anos.
Em termos de espaço, a emissora paulista dedica boa parte de sua atenção à categoria, a colocando como uma das joias da coroa da programação. Afinal de contas, a F1 atrai atenção e um publico qualificado, o que chama a atenção do mercado publicitário.
O público da F1 abraçou com gosto a transmissão da Band, que trouxe boa parte da equipe da Globo. Além disso, ainda colocou na Band Sports, seu canal esportivo em TV por assinatura, os treinos livres e as sessões da F2 e F3. Era uma forma de ter gente qualificada e acostumada ao produto e provar que daria a atenção que parte da audiência cobrava.
A aposta da Bandeirantes se mostrou lucrativa. Ajudada por uma temporada disputada, os índices de audiência dados foram superiores ao anteriormente obtidos. Para efeito comparativo, a Band oscilava entre 1 e 1,5 ponto na audiência em SP nos domingos. A F1 fez estes números quase triplicarem. A emissora conseguiu disputar efetivamente pela vice-liderança e chegou a liderar a audiência por alguns momentos do GP de São Paulo.
Embora em números absolutos a F1 tenha recuado no Brasil (estima-se em cerca de 30 a 40% em relação a 2020), a percepção que se tem é que hoje este é o real tamanho da categoria junto ao público local, que tem grande interação nas redes sociais e também entrou na onda mundial do Drive To Survive.
A questão é que o Brasil é um mercado importante para a Liberty Media. Além da tradição do país na categoria, montada ao longo dos anos graças aos títulos de Emerson, Piquet e Senna e aos bons desempenhos de Barrichello e Massa, o tamanho da economia acaba por impor uma atenção especial.
Por conta das características locais e da importância da F1 no Brasil, não se pode pensar em uma estratégia europeia de passar algumas corridas na TV aberta e boa parte na assinatura ou streaming (países como Inglaterra e França tem 4 provas ao vivo na TV aberta por ano). A exposição esperada passa sim pela continuidade da transmissão em sinal aberto. Mas é preciso ainda adequar questões como alcançar as antenas parabólicas e a situação das afiliadas.
De uma forma geral, o publico que acompanha a F1 gostou da notícia. Pelo fato da Band ter uma grade menos apertada, pode acomodar melhor o pós-corrida (pódio e entrevistas) e ainda ampliar um pouco o pré-corrida. Em principio, a equipe deve seguir a mesma para os próximos passos, incluindo o time que cobre as categorias de base.
A Liberty Media ficou satisfeita com o retorno dado, até porque houve um crescimento da F1TV, que tem a opção do audio da Band. Tanto que a Claro, uma das patrocinadoras da transmissão desde do início,também tornou-se a responsável pela gestão do F1 TV no Brasil. Pode ser mais um alavancador de receitas para a Liberty, que opta em não relevar numeros do seu serviço de streaming. Além de resolver a questão em um mercado importante.
Claro que nao impediu que outras possibilidades fossem exploradas. A Globo chegou a ser consultada e estava no aguardo de uma definição. O SBT surgiu nos ultimos dias, mas as negociações entre Band e F1 estavam bem mais adiantadas e seria uma verdadeira reviravolta se não se concretizasse.
Agora, a Band torce para que as próximas temporadas tão sejam disputadas quando 2021 para que o interesse seja crescente e consiga manter o sucesso comercial e na audiência. A possibilidade de um brasileiro poder estar na categoria (Felipe Drugovich) ajudaria a aumentar os numeros e alavancar novos negócios. Independentemente disso, com um horizonte de 3 anos, a emissora agora tem condições de trabalhar com calma para planejar os próximos passos e aumentar o nível de qualidade do material que entrega.