Eis os motivos que levaram a F1 a não substituir o GP da Rússia
A F1 optou por não repor o GP da Rússia no calendário deste ano. Embora impacte no balanço, a decisão tem vantagens que compensam a decisão
Era dada como certo por toda a comunidade da F1 que era apenasquestão de tempo anunciar onde seria disputada a prova substituta do GP da Rússia, devidamente cancelada após a invasão da Ucrânia pela Rússia e a torrente de sanções econômicas lançadas pelos países ocidentais.
Desde o anúncio do cancelamento, várias opções surgiram e muitos locais foram cravados: Istambul, Portimão, Hockenheim, Xangai...Qatar foi dado como certo por alguns (a realização da Copa do Mundo de futebol acabou sendo impeditiva) e uma segunda prova em Singapura era a opção mais provável. Mas nesta quarta, a F1 confirmou que o GP da Rússia não seria substituído.
Para o fã, uma informação triste. Afinal, quanto mais corridas para ver, melhor. Para as equipes, soa como uma notícia ruim em uma primeira análise. O teto orçamentário acaba sendo afetado pela não realização deste Grande Prêmio. Como explicamos anteriormente aqui, cada time pode gastar US$ 1,2 milhões adicionais por etapa além do teto de US$ 140 milhões previsto para 21 provas. Menos uma etapa, menos espaço para gastar.
Só que por outro lado, a não-substituição do GP da Rússia acaba por ser benéfica para os times. Inicialmente, se ganha uma folga no que seria uma rodada tripla. O calendário original previa Rússia/Singapura/Japão em uma sequência de três semanas. Seria algo puxado para os pilotos e equipes em termos de logística.
Com o aumento dos custos de logística por conta do aumento dos combustíveis e restrições de espaços aéreos, estes deslocamentos que já eram complicados, ficaram mais proibitivos ainda. A solução que viabilizaria esta situação por este aspecto seria colocar a corrida na Turquia. Mas as questões financeiras acabaram inviabilizando a repetição de uma prova no Istambul Park.
Sem contar um descanso para os membros dos times, que tem sofrido bastante com esta expansão do calendário e a logística um tanto quanto puxada, a não realização desta prova tira a pressão sobre a fabricação de peças e manutenção do carro. O teto orçamentário agradece e aí acaba abrindo espaço para compensar aquela perda de mais US$ 1,2 milhões para gastar citada agora pouco.
Outro ponto é permitir as equipes se dedicarem ao desenvolvimento dos carros deste ano bem como do próximo ano. Em setembro/outubro os times de projeto estão finalizando as especificações básicas do carro do próximo ano, bem como o último tiro para o final do ano.
Além disso tudo, principalmente tira a pressão sobre os motores. Esta semana, o site italiano formu1a.uno levantou a possibilidade de que dificilmente as equipes cumprirão a temporada inteira sem pagar alguma punição sobre descumprir o uso das quantidades previstas no regulamento. Neste momento, já temos pilotos como Gasly e Alonso no limite e brevemente serão penalizados. A Ferrari deverá usar uma unidade além do previsto.
Como vocês podem ver, a não-realização do GP da Rússia tem mais vantagens do que desvantagens para as equipes, embora signifique menos exposição de marcas e valores para arrecadação. Mas é algo que a F1 pode abrir mão neste momento.