Equipes F1 2021 - AlphaTauri: o time de um homem só
O time B da Red Bull deu um passo mais à frente, mas foi totalmente carregado por Pierre Gasly
Carro: Alpha Tauri AT02
Motor: Honda V6 Turbo RA621H
Chefe de Equipe: Franz Tost
Diretor Técnico: Jody Egginton
Pilotos: Pierre Gasly (FRA) / Yuki Tsunoda (JAP)
A Alpha Tauri foi uma das coisas boas do ano passado. O time B da Red Bull se comportou com uma coesão interessante e vinha com boas expectativas para 2021, ainda mais depois da vitória obtida em “casa” na Itália no ano anterior. O AT02 era bem nascido e, por conta da manutenção do regulamento, faria um bom figurino.
Para o desenvolvimento deste carro, o time de projetos da Alpha Tauri usou a estrutura da “matriz”, especialmente o túnel de vento. Pela primeira vez, o time usava um equipamento que permitia usar uma modelagem de 60% para estudos (antes, usavam um de 50% que era usado anteriormente pela March e Fondmetal em Bicester, Inglaterra) e optaram por modificar a parte dianteira, usando um dos dois tokens permitidos. Da Red Bull, foi mantido também o trem traseiro do RB14.
Desde o início, as alterações não seguraram o desempenho do carro. O AT02, combinado com a nova versão do motor Honda, mostrou que poderia pensar em brigar pelo posto de “melhor do resto” e pensar em reprisar vitórias. Mas o desenvolvimento não foi tão bom e o time acabou sofrendo com a gestão dos pneus ao longo das provas. O carro mostrou bom desempenho nos treinos, mas nas corridas, a situação não era tão boa, o que levava a diversas estratégias diferentes e possibilidades de pontuação melhor...
Pierre Gasly foi mais uma vez o grande “trator” da Alpha Tauri. Dos 142 pontos, 110 vieram do francês. Não foi possível repetir a vitória, mas Gasly conseguiu brigar com McLaren e Ferrari várias vezes ao longo do ano. O francês conseguiu aumentar a sua reputação na categoria e não à toa que se sente confiante para querer algo mais até dentro do “mundo Red Bull”. Conseguiu um terceiro lugar no Azerbaijão e dois quartos lugares nos Países Baixos e México. Poderia ser melhor graças ao desempenho dos pneus. Mas deixou mais uma ótima impressão. Mostra que merece sim ser considerado para voos mais altos
Yuki Tsunoda veio com o apoio da Honda após um terceiro lugar na F2 em 2020. O desempenho em Sahkir deixou muita gente animada. Mas o acidente nos treinos em San Marino e uma inconstância subsequente acabou colocando a escolha do time em xeque. Simplesmente, Franz Tost decidiu trazê-lo da Inglaterra para ficar mais próximo do time na Itália (a sede da Alpha Tauri fica em Faenza, antiga sede da Minardi). A mudança deu resultado, embora ainda houvesse alguma oscilação ao longo do ano.
A Alpha Tauri conseguiu se bater com várias equipes de fábrica mesmo sendo claramente uma “satélite”. Para 2022, o objetivo é ir mais para frente, especialmente contando com o amadurecimento de Tsunoda para conseguir mais pontos. Do lado técnico, o uso de peças da matriz deve ser bem aumentado, embora o time técnico comandado por Jody Egginton tenha mostrado que pode fazer um bom trabalho mesmo com recursos não tão abundantes.