F1 2022: porque Ímola não será um lugar de grandes novidades
Embora Ímola seja a primeira etapa europeia da F1 em 2022, as circunstâncias levam a adiar a introdução de grandes modificações. Entenda.
Antes da temporada começar, em uma conversa no Twitter com a Alessandra Alves, comentarista da Band News FM e que já esteve batendo ponto aqui nestas paragens, eu comentava que as equipes deveriam trazer maiores novidades em Ímola, já que seria a primeira em solo europeu, mais perto das fábricas.
Em resposta, a Alessandra disse que via este discurso das equipes como uma grande “muleta”, já que toda prova conta para o campeonato, como uma corrida de longa distância. Então, para que esperar se poderia colocar logo em uso?
Quem acompanha a F1 diariamente se acostumou a ver que boa parte das notícias falando que as equipes começariam a trazer maiores modificações para Ímola. O que até teria sentido, pois os times já teriam os dados obtidos na pré-temporada, junto com os das etapas iniciais e poderiam confirmar se o desenvolvimento projetado poderia ser usado. Afinal, se imaginarmos que um F1 gera cerca de 2 a 3GB por volta e a curva de aprendizado com o novo regulamento é bem acelerada...
Entretanto, a realidade acaba por confrontar o planejamento (ao menos, aparentemente). Imola terá a primeira Sprint Race do ano. Desta forma, o cronograma de trabalho é afetado. Normalmente, as equipes fazem seus testes no TL1 e usam o TL2 para afinação para treino e corrida. Com a Sprint, a janela de pista é menor, pois o que seria o TL2 vira a classificação para a largada de sábado. Junte a isso a possibilidade de chuva na sexta-feira, o que pode tornar a situação mais embolada ainda....
A janela de mexida fica mais estreita ainda pelo fato do regime de Parque Fechado ser logo após o TL1. O que os times poderão mexer é bem restrito e, mesmo em caso de pista molhada, só é permitido mexer na asa dianteira. O restante do acerto fica comprometido.
Recapitulando: curva de aprendizado com o novo regulamento + pouco tempo de pista + restrição a capacidade de produção + restrição de gastos = poucas novidades.
Outro aspecto também a ser considerado: teremos em breve Barcelona, que é a pista onde os times mais têm referência em relação aos carros atuais. Desta forma, ficaria mais fácil chegar a conclusões mais depressa, até mesmo em relação ao sucesso do projeto (ou não).
Assim, deveremos ver boa parte das equipes com soluções pouco complexas para esta pista, mais no intuito de maximizar o que já se usa até aqui. Aparentemente, a AlphaTauri deve trazer mais peças, até porque sua sede fica a menos de 20 km da pista. A Alpine também promete uma variação de um novo fundo, bem como a Ferrari. Mas, por exemplo, se falava que a Red Bull viria com um carro bem mais leve para esta etapa, o que já foi desmentido pelo próprio time.
Mesmo assim, não quer dizer que a corrida não tenha potencial de ser disputada. E seria mais uma prova para ver se o regulamento novo funciona, pois há somente uma área clara para ultrapassagens, que é a reta dos boxes. Andar próximo é algo que veremos muito e, se isso acontecer, poderemos ter chances de mais ultrapassagens.