Script = https://s1.trrsf.com/update-1731009289/fe/zaz-ui-t360/_js/transition.min.js
PUBLICIDADE

Parabólica

F1 e grupo Volks: o casamento está próximo?

O anúncio feito pela F1 sobre o uso de combustível renovável no futuro é mais um chamariz para garantir a entrada dos alemães na categoria

5 out 2021 - 14h46
(atualizado às 15h12)
Compartilhar
Exibir comentários
 VW e F1: questão de tempo
VW e F1: questão de tempo
Foto: racedepartament.com / Divulgação

Mais do que o anúncio da entrada do Qatar no mundo da F1, a postagem feita nesta terça pela categoria pode ser um daqueles toques mais importantes para garantir a entrada do Grupo VW  (entra-se Audi e Porsche) na F1.

A questão do anúncio do combustível 100% renovável não é novidade alguma. Desde quando começaram as discussões para o novo motor da F1, que viria em 2025 e deve ficar para 2026, já se falava nisso. As atuais fornecedoras de motores já trabalham com ele em testes e o Mundial de Rali anunciou alguns meses atrás que começará a utilizá-lo em 2022.

Este é um movimento que tenta manter a F1 com relevância para a indústria automobilística. Embora a própria categoria reconheça que menos de 1% das suas emissões de carbono vem do uso efetivo dos carros, as montadoras buscam soluções para sair dos combustíveis fósseis. Embora haja uma grande intenção do crescente uso de eletricidade para os carros, nem todos os meios de transporte podem usá-lo e sua implantação é cara, além do aumento da geração de energia para atender esta demanda.

Quadro de emissão de CO2 pela F1 em 2019. Menos de 1% é da corrida em si
Quadro de emissão de CO2 pela F1 em 2019. Menos de 1% é da corrida em si
Foto: F1 / Divulgação

O combustível sintético ou renovável tem por objetivo deixar o petróleo de lado e usar meios como captura de carbono, resíduos e biomassa (o nosso etanol de cana entra aqui) para a produção de gasolina. Tem sim ainda um poder de produção de potência menor, mas é altamente operacional. “Coincidentemente”, a Porsche e a Audi têm investido neste campo nos últimos anos. A primeira inclusive iniciou projeto no Chile para a produção de combustível sintético usando energia eólica. Aliás, este é um grande senão: a necessidade do uso intensivo de eletricidade para a produção, já que o processo de transformação de gás carbônico exige.

Outro aspecto que a F1 também vê com cuidado o uso são as petroleiras. Historicamente, elas são fontes relevantes de patrocínio para a categoria e não se está em momento de “rasgar dinheiro”. Empresas como a Petronas e a Shell gastam cerca de US$ 50 milhões/ano para vincular suas marcas a equipes como Mercedes e Ferrari e não podem se ver desprezadas assim. Embora também estejam cada vez mais preocupadas em se tornar “empresas que vão além do petróleo”. O maior exemplo é a entrada da saudita Aramco como patrocinadora da F1. A empresa é uma das maiores produtoras de petróleo no mundo e vem investindo pesadamente para mudar sua imagem e desenvolver um novo portfólio de produtos.

Mas voltemos para a VW. Em setembro do ano passado, o CEO do grupo, Herbert Diess, em seu perfil no Linkedin, respondeu a um texto de Bill Gates sobre o futuro dos combustíveis. Em um processo de adaptação mercadológica, mas também de se redimir do escândalo de fraude na emissão de gases anos atrás, a montadora se jogou em um pesado programa de investimento em mobilidade elétrica. Porém, a visão de seu comandante é que a eletricidade não é a resposta ao desafio de movimentar transportes. Em seu texto, Diess vê o combustível sintético como solução para veículos pesados e aviões. E vai mais além:

O CEO da VW, Herbert Diess, advogou pelo uso do combustível sintético nas competições
O CEO da VW, Herbert Diess, advogou pelo uso do combustível sintético nas competições
Foto: Linkedin

Em uma tradução livre, ele vê como a solução para o esporte a motor. E cita textualmente a F1 como exemplo de busca na neutralização de carbono e que “é mais excitante, divertida e dá mais experiência de corrida e competição tecnológica do que a Fórmula–E, que dá algumas poucas voltas nos Centros das cidades em modo de jogo”.

Diante de todo o quadro que se descortina diante de nós, podemos sim dizer que são grandes as chances de finalmente alguma empresa do Grupo VW vir formalmente a entrar na F1. Mas, como dito anteriormente, não é a primeira vez que isso acontece e, anteriormente, era algo dado como certo. Porém, agora os sinais de que, finalmente, o rio correrá para o mar. E teremos mais uma forte briga alemã nas pistas.

Parabólica
Compartilhar
Publicidade
Seu Terra












Publicidade