F1 renova com tradicional circuito de Ímola até 2025
Sediando o GP da Emilia-Romanha, circuito italiano voltou à F1 em 2020 como “tapa-buraco”, agradou e teve contrato renovado
A Fórmula 1 anunciou a renovação do contrato do Autódromo Internazionale Enzo e Dino Ferrari, em Ímola, até 2025. A tradicional pista, que já recebeu os GPs da Itália e de San Marino, é palco desde 2020 do GP da Emília-Romanha.
Segundo o portal Autosport, o novo contrato estipula o pagamento de uma taxa anual de 25 milhões de dólares à Liberty Media, empresa detentora dos direitos comerciais da Fórmula 1. Em caso de corridas realizadas sem público, caso haja um novo agravamento da pandemia de covid-19, essa taxa cai para algo próximo a 10 milhões. Os recursos devem vir do governo da Itália e do governo local da região da Emília-Romanha.
Pandemia, aliás, que foi decisiva para o retorno da F1 à Ímola. O circuito, que estava sem receber a categoria desde 2006, voltou a ser usado no conturbado ano de 2020, quando o calendário foi rearranjado às pressas em razão das restrições impostas pela pandemia. Com aquela temporada realizada quase integramente na Europa para minimizar os deslocamentos, Ímola voltou à pauta.
O evento foi considerado um sucesso pelos promotores da F1, e a pista permaneceu no calendário ainda tumultuado de 2021, com contrato válido também para 2022. Agora, a nova extensão de três anos garante GPs em Ímola até 2025. Com isso, a Itália seguirá recebendo duas provas de F1 por ano até tal data (pelo menos). Vale lembrar que, além de Ímola, Monza também recebe a categoria para o GP da Itália.
A F1 já havia confirmado em fevereiro que Ímola será uma das três pistas a receber corridas sprint em 2022. Além do circuito italiano, as corridas curtas acontecerão no Red Bull Ring, na Áustria, e em Interlagos, no Brasil.
Histórico
A primeira vez da Fórmula 1 em Ímola foi em 1980, em prova foi vencida por Nelson Piquet. Essa corrida foi o único GP da Itália realizado fora de Monza desde 1950, já que tal pista passava por reformas. Assim como acontece agora, Ímola entrou como uma solução temporária para o calendário, mas acabou permanecendo.
A partir de 1981, o autódromo seguiu recebendo a F1, mas como sede de outro GP: o de San Marino. Piquet venceu novamente, construindo uma breve hegemonia em Ímola.
A veloz pista italiana foi palco de momentos históricos, como as batalhas dos pilotos da Ferrari Gilles Villeneuve e Didier Pironi, em 1982, e da dupla da McLaren composta por Ayrton Senna e Alain Prost, em 1989. Em ambos os casos, os acontecimentos de Ímola foram estopins para rivalidades históricas.
A pista também é lembrada por acidentes. A famosa e temida curva Tamburello já havia tido batidas fortes de Nelson Piquet, em 1987, e Gerhard Berger, em 1989, até culminar no acidente fatal de Ayrton Senna, em 1994. No mesmo ano, Roland Ratzemberger perdeu a vida em acidente na curva seguinte, a Variante Villeneuve.
De 1995 em diante, a pista recebeu modificações em nome da segurança, que acabaram por tirar as características de alta velocidade do traçado. A última vez do GP de San Marino foi em 2006, com vitória de Michael Schumacher. O alemão, aliás, é o recordista de vitórias nessa pista, com 7 triunfos. Entre os brasileiros, além das duas de Piquet, Senna acabou vencendo por lá em três oportunidades (1988, 1989 e 1991), além de conquistar 8 poles. Esse é o recorde de poles conquistadas por um piloto em uma mesma pista (empatado com Schumacher-Suzuka e Hamilton-Albert Park).
A volta se deu em 2020, com estrutura de boxes renovada e traçado atualizado. Sem a chicane da Variante Bassa antes do grid de largada, a reta principal passou a se estender desde a Rivazza até a Tamburello, melhorando o problema de falta de pontos de ultrapassagem da versão da pista utilizada entre 1995 e 2006. Desde o retorno, as vitórias das duas provas em Ímola ficaram com Lewis Hamilton e Max Verstappen.