Ferrari F1 aposta em pintura retrô com carro rubro-negro
Novo F1-75 traz pintura vermelha e preta similar às das décadas de 1980 e 1990.
A Ferrari foi mais uma a apresentar seu carro para a temporada de 2022 da Fórmula 1. O evento, transmitido pelas redes sociais da equipe, contou com uma pequena introdução do chefe Mattia Binotto sobre o novo F1-75 e sobre a equipe, além de declarações da dupla de pilotos. Dupla essa, que continua a mesma de 2021, com Charles Leclerc indo para seu quarto ano na equipe e Carlos Sainz Jr. para seu segundo. Depois das breves falas, o carro foi revelado.
De cara, o que chama a atenção é a volta do preto aos carros da Ferrari. Assim como nos bólidos da equipe do período entre 1983 a 1992, o F1-75 tem o corpo vermelho escuro e as asas dianteira e traseira em preto. Difícil não apontar a semelhança com os carros imortalizados por Alain Prost, Nigel Mansell, Gerhard Berger, Michelle Alboreto, Jean Alesi, Stefan Johansson, entre outros. Ficaria ainda mais parecido se a pintura não fosse fosca, mas há razões técnicas para esse tipo de acabamento ter sido adotado por várias equipes há alguns anos (menos peso e arrasto).
Os uniformes dos funcionários da equipe, apresentados ainda na semana passada, já davam a dica de que a pintura voltaria a trazer o preto ao lado do tradicionalíssimo vermelho. Havia uma boa dose de expectativa em torno do lançamento para que se visse como seria o esquema de cores com essa combinação clássica. Em boa medida, o evento dessa quinta-feira (17) foi frustrado pelo vazamento de uma foto na quarta (16), mas as imagens oficiais trazem muito mais detalhes sobre o F1-75.
Nota-se que o carro é a versão pronta, não um simulacro. Sobre isso, vale frisar que, até o momento, apenas a apenas a Red Bull se prestou a fazer um evento para não mostrar seu carro pronto (a Haas não fez evento, apenas divulgou renders). E mesmo o modelo “fake” usado na apresentação da equipe dos energéticos já recebeu uma atualização na pintura, com a inclusão de um novo patrocinador.
Voltando à Ferrari, o F1-75 traz um bico mais curvado que os demais carros, exceto o da Alfa Romeo (do qual ainda não se tem imagens claras), indo até a lâmina inferior da asa dianteira, onde fica mais "pontudo". Além disso, é possível notar os respiros na parte traseira da carenagem, próximos ao motor, semelhantes aos mostrados pela Aston Martin. A lateral também se diferencia dos carros mostrados até aqui, sendo mais reta que as dos concorrentes, com entrada de ar compridas e largas. A tomada de ar acima da cabeça do piloto tem um formato triangular. Falaremos mais sobre as implicações dessas diferenças técnicas no Parabólica.
O F1-75 não traz nenhuma menção às marcas da gigante do tabaco Phillip Morris, parceira do time desde 1974. Mesmo com a proibição das propagandas de cigarro, que já tem quase duas décadas, a empresa continuou apoiando a Ferrari e expondo suas marcas em forma de códigos de barras, formas geométricas e marcas alternativas, com a Mission Winnow. O fim da parceria sela o fim de uma importante era para a Ferrari e para a Fórmula 1.
Se há quem se vá, há quem chegue. A Ferrari volta a receber apoio do Santander, que esteve com o time entre 2010 e 2018. Quando se juntou ao time, o banco espanhol chegou em apoio a um piloto conterrâneo, Fernando Alonso. Agora, com outro espanhol a bordo, a empresa volta a Maranello. Dessa vez, no entanto, com menos destaque no carro do que na passagem anterior. Outras marcas que surgem no carro italiano são a Snapdragon (leia mais sobre as ligações entre Fórmula 1 empresas de tecnologia), a Ceva, que ocupa o espaço da UPS como parceiro do setor logístico, e a Tevas, de criptomoedas, outro setor que está investindo forte em equipes de F1.
O F1-75 não criou expectativa apenas com relação à pintura. O desempenho do carro também é muito aguardo pelos tifosi. Depois de um péssimo 2020 e um 2021 de reconstrução, o time aposta alto no novo regulamento para dar o salto que falta para poder, enfim, voltar a brigar de igual para igual pelo título da Fórmula 1. Se o novo carro for tão rápido quanto é bonito, os italianos podem ficar esperançosos.