Fim da novela: Kevin Magnussen correrá pela Haas na F1
Após muita especulação, Haas confirma retorno de Magnussen. Pietro, que segue como reserva da equipe, fará apenas um dia de teste no Barein
Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, a Haas tem recebido boa parte da atenção do mundo da F1. Patrocinada por uma empresa russa e com um piloto de mesmo país, a equipe americana se viu em situação complicada com as sanções que poderiam recair sobre seus parceiros. A decisão foi por romper os contratos com a Uralkali e com Nikita Mazepin.
Desde então, muito tem se especulado sobre quem seria o substituto do russo e completaria o grid da F1 de 2022. Seria algum piloto ligado à Ferrari, como Antonio Giovinazzi ou Callum Illot? Seria algum jovem talentoso querendo dar os primeiros passos na categoria, com Oscar Piastri ou Colton Herta? O reserva da equipe, o brasileiro Pietro Fittipaldi? Ou mesmo alguém experiente, como Nico Hulkenberg? O nome de Kevin Magnussen foi trazido à pauta de forma mais concreta apenas ontem (08), e a aposta da imprensa dinamarquesa se mostrou certeira: a Haas confirmou nessa quarta (09) que ele será seu piloto titular em 2022.
Magnussen volta à Fórmula 1 depois de um ano de ausência. O dinamarquês de 29 anos estreou na categoria em 2014 pela McLaren, conquistando um pódio logo em sua primeira corrida, que acabou por gerar grande expectativa para o futuro. Calhou de ele nunca ter um carro competitivo o bastante para alcançar outros pódios, e, por enquanto, aquele continua sendo seu único. Em 2016, correu pela Renault, e já no ano seguinte foi para Haas, onde ficou até 2020.
Tanto sua saída quanto a de Romain Grosjean, seu então companheiro, se deram por questões financeiras. Àquela altura, a Haas precisou abrir espaço para pilotos com algum aporte de capital, e aí entraram em cena os jovens Mazepin (bancado pela Uralkali, então novo patrocinador principal) e Mick Schumacher (com apoio da Ferrari, fornecedora de motor).
Ainda hoje, fizemos um artigo explicando algumas das dificuldades para que o acordo Haas-Magnussen pudesse ser costurado, mas, tudo se resolveu de forma bastante rápida. O piloto tinha contrato para fazer 2022 pela Chip Ganassi na IMSA e pela Peugeot no WEC, com perspectivas de bons resultados (principalmente na IMSA). Em comunicado, ele afirmou que não pôde recusar a chance de voltar à F1, e que não teve problemas para conseguir a liberação de seus atuais (agora antigos) empregadores para retornar à sua velha casa:
“Eu fiquei muito surpreso, mas igualmente muito empolgado quando recebi uma ligação da Haas. Eu estava indo em uma direção diferente quanto aos meus compromissos para 2022, mas a oportunidade de voltar à F1, em uma equipe que conheço tão bem, era atrativa demais”, contou. “Tenho que dizer muito obrigado tanto à Peugeot quanto à Chip Ganassi por me liberarem de imediato. Ambas são ótimas organizações.”
A liberação de imediato, nesse caso, significa que ele estará à disposição da Haas já nos testes do Barein, que se iniciam nessa quinta (10) e vão até o sábado (12). A equipe teve problemas logísticos, e seus equipamentos chegaram depois dos das demais equipes. Com isso, Pietro Fittipaldi, que havia sido escalado para os testes, só poderá pilotar em parte da quinta-feira, quando tudo ficar pronto para a Haas. Nos dois dias restantes, Magnussen e Schumacher assumem a tarefa de conduzir o VF-22.
Guenther Steiner, chefe da equipe, foi só elogios ao recém-(re)contratado: “Quando procuramos por um piloto que pudesse agregar valor ao time, sem mencionar uma riqueza em experiência na Fórmula 1, o Kevin foi uma escolha rápida para nós”, afirmou. “Como um veterano tanto na garagem quanto na sala de engenharia, ele vai fornecer uma sólida referência para nós no desenvolvimento do VF-22.”
Para a Haas, Magnussen para mesmo uma escolha interessante. Piloto experimentado, ele pode trazer o feedback e a velocidade que faltaram à dupla de novatos de 2021, e, com isso, potencializar o desenvolvimento do carro e os resultados. Já para Magnussen, trata-se da chance de correr mais alguns anos na F1 e completar uma carreira que foi encurtada de maneira abrupta pela própria Haas em 2020. Mesmo que isso lhe custe a chance de brilhar em outros ambientes...