Fórmula 1 pretende desenvolver combustível sustentável
Categoria anuncia plano para utilizar combustível sintético de origem renovável. Ideia é que o combustível possa ser usado em carros de rua
A Fórmula 1 passará por diversas mudanças técnicas no ano que vem, que visam alterar todo o funcionamento aerodinâmico dos carros. A parte de motores, por sua vez, se manterá (quase) inalterada, com a manutenção das atuais unidades de potência compostas por motores de 1.6 litro turbinados acoplados a sistemas de recuperação de energia e baterias. Uma das poucas alterações na parte de motores será a adoção de combustível E90, ou seja, 90% combustível fóssil e 10% etanol.
Mudanças mais profundas na parte de propulsão são esperadas para 2025. As regras e parâmetros estão em plena negociação entre a organização da categoria, os quatro fornecedores atuais (Mercedes, Ferrari, Renault e Red Bull/Honda) e possíveis novos fabricantes, notadamente Audi e Porsche, ambas do grupo Volkswagen.
Hoje, a F1 antecipou uma das ambições da próxima era de motores da categoria e anunciou a intenção a de desenvolver combustível sintético capaz de substituir combustíveis fósseis em seus carros. Vale lembrar que a Porsche já é uma entusiasta da ideia de combustíveis sintéticos há algum tempo, tendo, inclusive, anunciado uma fábrica para desenvolvimento e produção em escala.
A ideia é que os novos motores da Fórmula 1 sejam movidos por um combustível totalmente renovável, feito a partir de sistemas de coleta de carbono, resíduos domésticos e industriais ou biomassa. O novo combustível deve ser “drop-in”, ou seja, usável em qualquer motor que já funcione a gasolina, sem necessidade de adaptação ou conversão.
Em seu comunicado, a F1 vai na contramão da tendência de eletrificação em massa de automóveis de rua e demonstra acreditar que motores a combustão continuarão a ser importantes no futuro. Por isso, a ideia é mantê-los operantes, mas muito menos poluentes. O novo combustível proposto pretende reduzir as emissões em pelo menos 65% em relação aos combustíveis de origem fóssil, mantendo 100% da potência dos mesmos.
Com isso, a expectativa da categoria é chegar a 2030 com emissão de carbono zero. Além disso, espera-se que o novo combustível sintético possa ser usado em carros de rua novos e usados, o que pode impactar em larga escala na redução da emissão de gases nocivos ao meio ambiente.