Fórmula 1 teve 5 vencedores em temporada surpreendente
Com a vitória de Max Verstappen em Abu Dhabi, a Fórmula 1 se despede de uma das temporadas mais curtas, intensas e emocionantes da década
Max Verstappen encerrou a temporada de 2020 liderando o GP de Abu Dhabi de ponta a ponta, sem disputar posições e abrindo vantagem desde o início. Uma corrida em que a Mercedes não atacou a Red Bull, e que também preferiu garantir Lewis Hamilton na terceira posição e Valtteri Bottas no segundo posto, permitindo assim a dobradinha no pódio e o vice-campeonato do finlandês.
O piloto da Red Bull conquistou a segunda vitória na temporada – a primeira foi no GP dos 70 anos da F1, em Silverstone – e a décima na carreira. O holandês encerra o ano entrando para um seleto grupo de pilotos que estão na casa dos dois dígitos dessas conquistas: James Hunt, Ronnie Peterson, Jody Scheckter e Gerhard Berger. Até hoje, 33 pilotos conseguiram alcançar esse feito.
Mas a corrida sem emoções de hoje não é novidade nessa pista que entrou no calendário da F1 em 2009, sendo que desde 2013 todas as provas tinham sido vencidas pelas Mercedes. Hamilton lidera essa estatística com cinco vitórias (2011, 2014, 2016, 2018 e 2019) no circuito de rua de Yas Marina. Apesar de um GP previsível, a Fórmula 1 mostrou que se reinventou neste ano e tivemos excelentes disputas em outros circuitos.
Foram 17 corridas disputadas em cinco meses e meio do ano. Houve quem duvidasse que a categoria cumpriria o calendário em 2020. A temporada começou em julho, na Áustria, e terminou nesse domingo, em Abu Dhabi. Mesmo sendo um campeonato realizado em meio a pandemia de Covid-19 e com todas as incertezas que um período como este traz não só para a categoria, mas para todos do planeta, chegamos ao fim já contando os dias para o início da próxima temporada.
No calendário divulgado no ano passado, seriam 22 etapas. A maior temporada da história da categoria, com início em março na Austrália e término em novembro, em Abu Dhabi, como sempre acontece. Porém, como acompanhamos em 2020 as coisas mudaram e muito. Só a corrida em Yas Marina é que segue encerrando a competição – e sendo chata, uma exceção nessa temporada.
Em 2020, foram cinco vencedores diferentes, sete equipes no pódio, 13 pilotos ganhando troféus e um heptacampeão. Vimos a estreia de George Russell na Mercedes, substituindo Lewis Hamilton diagnosticado com covid-19, e Pietro Fittipaldi na Hass, no lugar de Romain Grosjean, que sofreu um acidente impressionante no Bahrein. Acompanhamos as primeiras vitórias de Pierre Gasly em Monza e de Sergio Perez no GP de Sakhir. Além dos primeiros pódios de Lando Norris, na Áustria, Alex Albon, na Toscana, e de Esteban Ocon, também do Sakhir.
E sem dúvida, testemunhamos o domínio de Hamilton em busca do sétimo mundial, igualando-se a Michael Schumacher, e quebrando todos os recordes do piloto alemão. Quem não se lembra da vitória do inglês com três rodas em Silverstone ou mesmo a conquista do heptacampeonato na Turquia? Momentos que irão marcar para sempre a temporada de 2020 da principal categoria do automobilismo mundial.
O campeonato se encerra com o domínio da Mercedes, a Red Bull em segundo no mundial de construtores e a McLaren em terceiro. Também termina com o quarto lugar da Racing Point e do mexicano Sergio Perez, ainda sem equipe para o ano que vem. Daniel Ricciardo, que fez a última corrida pela Renault e em 2021 será piloto da McLaren para fazer dupla com Norris, ainda fez a volta mais rápida em Abu Dhabi, na última volta.
E falando em McLaren, o terceiro lugar no mundial de construtores foi chancelado nesse domingo com a quinta posição de Lando Norris e o sexto lugar de Carlos Sainz. O espanhol, que está indo para a Ferrari para ser companheiro de Charles Leclerc no próximo ano, fez uma temporada regular e nas últimas três provas, cruzou a linha de chegada entre os seis primeiros. Nesses dois anos como piloto do time de Woking, Sainz subiu duas vezes ao pódio: a primeira no GP Brasil em 2019 (quando herdou a posição após uma punição a Lewis Hamilton) e no GP da Itália, disputado em Monza neste ano, além de ficar duas vezes em sexto na classificação no mundial de pilotos.
Sebastian Vettel encerrou sua história com a Ferrari cruzando a linha de chegada na 14ª posição nesse domingo. Ao longo de seis temporadas, o tetracampeão conquistou 14 vitórias e 54 pódios pela equipe italiana, sendo vice-campeão em 2017 e 2018. Com a chegada de Charles Leclerc no ano seguinte, a diferença de tratamento entre os pilotos ficou visível. Em 2020, já demitido pela equipe italiana, subiu ao pódio uma vez depois de conquistar o terceiro lugar na Turquia. Encerrou a temporada com 33 pontos e o 13º lugar no campeonato. Ano que vem, o alemão segue novos rumos: será companheiro do canadense Lance Stroll na Aston Martin, atual Racing Point, substituindo Sergio Perez.
Esperamos que a próxima temporada com 23 provas previstas e que tem previsão de início em 21 de março com o grande prêmio da Austrália, seja tão ou mais emocionante do que pudemos acompanhar neste ano. Um ano diferente de tudo o que já vivemos até aqui, mas que foi sendo ajustado devido à pandemia de coronavírus. Um ano repleto de histórias e de conhecermos um segundo piloto heptacampeão neste século. Desejamos que os avanços, sejam de novas vacinas chegando à população ou mesmo em relação aos cuidados que precisamos continuar seguindo, sejam maiores e mais conscientes a cada dia. Aguardaremos o próximo ano chegar e, com ele, suas surpresas.