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Guia F1 2022 – A Aston Martin e o começo da uma nova era

Equipe inglesa tem novo chefe de equipe e traça objetivo de médio prazo. Para 2022, meta é ser mais estável que em 2021

15 mar 2022 - 14h32
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Vettel nos testes de Barcelona: perspectiva é de ano melhor que 2021
Vettel nos testes de Barcelona: perspectiva é de ano melhor que 2021
Foto: Aston Martin / Twitter

Nome oficial: Aston Martin Aramco Cognizant F1 Team 

Carro: AMR22 

Motor: Mercedes-AMG F1 M13 E Performance 

Pilotos: #5 Sebastian Vettel e #18 Lance Stroll  

Posição em 2021: 7º de 10 

A equipe

A primeira aventura da Aston Martin na Fórmula 1 remonta a 1959. Naquele ano, embalada pela vitória nas 24 Horas de Le Mans, e marca se sentiu confiante para entrar no mundial de F1. Mas o carro com motor dianteiro já nasceu defasado diante dos concorrentes, que começavam a adotar a configuração de motor central-traseiro. A equipe promoveu algumas melhorias em seu carro para 1960, mas nada suficiente para brigar por resultados melhores. Após apenas seis corridas no total e nenhum ponto conquistado, a Aston cancelou seu projeto de F1. 

Aston Martin e Fórmula 1 só voltaram a se encontrar 56 anos depois, quando a empresa britânica firmou uma parceria com a Red Bull, com foco em usar parte da tecnologia e expertise da equipe para criação de um carro de rua. A volta como equipe propriamente dita se deu apenas em 2021, e tem a participação fundamental do empresário canadense Lawrence Stroll. 

Stroll se tornou figurinha carimbada no mundo da Fórmula 1 quando seu filho, Lance, chegou à categoria através da Williams – assumidamente empurrado pelo dinheiro do pai. Lawrence tomou gosto pela categoria, e liderou a compra da falida Force India em 2018, transformando-a em Racing Point. Em paralelo, o ávido homem de negócios se tornou acionista majoritário da Aston Martin Lagonda, a tradicional fabricante inglesa de cupês de luxo. Se o cidadão tem em suas mãos uma equipe de Fórmula 1 uma marca de carros de alto padrão, por que não juntá-las? E foi justamente isso que ele fez, transformando a Racing Point em Aston Martin a partir de 2021. 

A expectativa para a então nova equipe era alta no ano passado. Ainda como Racing Point, a equipe havia terminado 2020 em um ótimo 4º lugar entre os construtores, com direito a pole e vitória. Para aumentar o “hype”, o time contratou o tetracampeão Sebastian Vettel para atuar ao lado de Lance Stroll. Mas a expectativa não se converteu em realidade. A equipe teve dificuldades em fazer o carro funcionar bem, e os resultados ficaram aquém do esperado, apesar de alguns lampejos ao longo da temporada. 

Lawrence Stroll está investindo pesado em sua equipe. A construção de uma nova fábrica de alta tecnologia ao lado de Silverstone é o maior exemplo. A nova sede deve ficar pronta em 2023. Para ajudar, o time ainda passa a contar com mais um patrocinador forte para 2022: a gigantesca petrolífera árabe Aramco. O patrão traçou como meta brigar pelo título até 2025, quando a fábrica estiver funcionando a pleno. 

Outra mudança importante para o time em 2022 é na liderança da estrutura. Otmar Szafnauer, que ocupava o posto de chefe de equipe desde os tempos de Force India, vai embora rumo à Alpine. Para seu lugar, Stroll recrutou Mike Krack, ex-chefe da divisão de automobilismo da BMW. Krack terá em suas mãos a missão de fazer o projeto ser um sucesso. Recursos para isso, ele tem. E será cobrado por resultados. 

Lance Stroll e Sebastian Vettel formam a dupla da Aston Martin pelo segundo ano
Lance Stroll e Sebastian Vettel formam a dupla da Aston Martin pelo segundo ano
Foto: Aston Martin / Twitter

A dupla de pilotos

#5 Sebastian Vettel:

O alemão é um dos grandes nomes da história do esporte, com nada menos que quatro títulos mundiais e 53 vitórias. Depois de um período complicado em seus últimos anos de Ferrari, Vettel foi respirar novos ares na Aston Martin em 2021. Mais leve e com menos pressão, ele pôde se dedicar a causas sociais e ser uma das vozes mais ativas da F1. Dentro da pista, retomou parte da confiança que estava perdida e conseguiu alguns bons resultados, apesar do carro arisco. 

Aos 34 anos, ele vai para sua segunda temporada pela equipe e busca mostrar que ainda tem lenha para queimar. Seu contrato foi renovado apenas até o final de 2022, e não se sabe se ele e a equipe terão interesse em renovar por mais tempo. O desempenho na atual temporada - tanto dele quanto do carro - será crucial nessa decisão. Na dúvida, é bom aproveitarmos enquanto podemos ver um dos grandes desse esporte ainda em atividade. 

#18 Lance Stroll: o canadense chegou à Fórmula 1 com um carimbo na testa escrito “piloto pagante”, e esse estigma ficou para muita gente. Mas, em cinco temporadas, ele já mostrou que é mais que isso. Se não é um piloto de altíssimo nível, ao menos se provou bastante competente, entregando algumas boas atuações. Prova disso é que tem em seu currículo 3 pódios e uma pole, sempre atuando por equipes médias.

Para 2022, Stroll tentará superar o veterano colega de equipe - algo que ele quase conseguiu em 2021, diga-se. Foram apenas 9 pontos atrás de Vettel, tendo feito pontos em duas corridas a mais que o alemão. Superar alguém como Sebastian Vettel dentro de uma mesma equipe é tudo que Stroll mais precisa para subir de patamar. E as condições para isso parecem existir em 2022. 

AMR22 tem laterais mais destacadas que os demais carros
AMR22 tem laterais mais destacadas que os demais carros
Foto: Aston Martin / Twitter

O carro de 2022

O AMR22 foi o primeiro carro da nova era da Fórmula 1 revelado oficialmente. Depois que as demais equipes apresentaram seus modelos, ficou claro: a Aston Martin trouxe algo diferente. Não apenas pela cor, um tom de verde mais claro que o do ano passado (e muito bonito, diga-se), mas pelo conceito do chassi propriamente dito. 

O carro traz uma lateral diferenciada. Os sidepods se estendem quase até a suspensão traseira, ao mesmo tempo em são bastante escavados na parte inferior. Graças à grande área carenada da lateral, muito pouco do assoalho fica exposto, o que faz o carro ter com um aspecto mais largo que os concorrentes. A solução é bastante diferente da adotada por equipes como Mercedes e Williams, que vieram com carros esguios nas laterais. Confira nossa análise técnica nesse artigo.

Sebastian Vettel testa o AMR22 no Barein
Sebastian Vettel testa o AMR22 no Barein
Foto: FIA / Twitter

A pré-temporada

A Aston Martin foi discreta durante a pré-temporada. Ficou na média, tanto em quilometragem quanto na tabela de tempos, e isso se aplica aos testes de Barcelona e aos do Barein. Os tempos de volta não são tão relevantes nesse momento, mas é interessante notar que o carro não apresentou problemas mais sérios de quebras ou problemas. Isso significa que a equipe pôde completar as simulações que havia programado sem grandes percalços.

A primeira preocupação de uma equipe quando lança um carro novo é garantir que ele funcione e seja confiável. Aparentemente, a Aston Martin passou por essa etapa. Com o carro em ordem, o corpo técnico da Aston Martin pode se voltar para o desempenho e tentar extrair o máximo do carro. Isso pode ser uma vantagem importante enquanto outras equipes se preocupam com outros problemas. 

Lance Stroll na noite do Barein
Lance Stroll na noite do Barein
Foto: Pirelli Motorsports / Twitter

Expectativa para 2022

A temporada de 2021 foi decepcionante para a Aston Martin, principalmente em razão das altas expectativas colocadas sobre o time antes do campeonato começar. Marca nova, vindo de um ano muito bom e com um piloto do primeiro escalão chegando. Mas deu tudo errado, e o 7º lugar foi o máximo possível. 

Agora, as expectativas são menores e a equipe é clara em dizer que seu foco está no médio/longo prazo. Com menos pressão imediatista e visando o futuro, a Aston Martin pode ter a calma necessária para trabalhar melhor no presente. E os testes deixaram uma sensação de que o carro pode ser um bom competidor para a briga no meio do pelotão. Apostar em algo melhor que o 7º lugar do ano passado parece bastante razoável. 

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